Abraão Vicente, ministro da Cultura cabo-verdiano. © lusa
Em Cabo Verde, o presidente da República rejeitou a nomeação do ex-ministro da Cultura e do Mar, e actual deputado Abraão Vicente, como novo embaixador de Cabo Verde em Portugal. Abraão Vicente deveria substituir Eurico Monteiro, chamado para o governo na recentemente remodelação do executivo.
O Presidente da República rejeitou a indicação do nome de Abraão Vicente como representante diplomático de Cabo Verde em Portugal, considerando que não seria adequado pelo facto de o actual deputado e recente candidato do MpD à Câmara Municipal da Praia se encontrar "no olho do furacão" político.
A informação foi avançada por Abraão Vicente na sua página no Facebook, que, entretanto, não se mostrou surpreendido com o veto de José Maria Neves. O ex-ministro da Cultura e do Mar disse que já tinha sugerido ao primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, que o indicou, a sua convicção de que o seu nome seria recusado.
Ao ser abordado pela imprensa, sobre mais esta rejeição do chefe de Estado, Ulisses Correia e Silva foi parco em palavras afirmando que não comenta “porque trata-se de matérias abordados entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro”
Por sua vez, o Presidente da República, José Maria Neves disse que não comenta assuntos de Estado trazidos à praça pública através das redes sociais.
“Não comento declarações, publicações no Facebook e debates. Deixo para os actores políticos discutirem, conversarem e o Presidente vai continuar a pairar acima dessas questiúnculas” afirmou o chefe de Estado cabo-verdiano.
José Maria Neves, que nos 15 anos que foi primeiro-ministro de Cabo Verde (de 2001-2016) indicou muitos políticos para embaixador, tem rejeitado vários nomes propostos por Ulisses Correia e Silva com a justificativa que não nomeia embaixador quem não seja diplomata de carreira ou quem está “no olho do furacão político”.
Em Julho do ano passado, rejeitou o nome de Felisberto Vieira para embaixador de Cabo Verde em Cuba. José Maria Neves alegou que o seu antigo ministro e colega de partido era aposentado e que seria um embaixador político. Rejeição que foi muito criticada por vários sectores da sociedade e até de destacados militantes do PAICV.
Por: Odair Santos
Conosaba/rfi.fr/pt/
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