Trezentos agentes de campo, entre cartógrafos, supervisores e chefes de equipa, equipados com tecnologia de ponta e distribuídos por todo o território nacional, iniciaram, desde o dia 1 de março de 2025, os trabalhos de cartografia com o intuito de preparar as bases técnicas para o 4º Recenseamento Geral da População e Habitação.
Apesar de as operações terem iniciado no terreno desde o dia 1 de março, no setor autónomo de Bissau e na região do Biombo, realizou-se na segunda-feira, 10 de março, numa das unidades hoteleiras de Bissau, a cerimónia oficial de lançamento dos trabalhos de cartografia, sob os auspícios do Ministério da Economia, Plano e Integração Regional, cujo as operações estão a ser levadas a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e com a duração de quatro meses (março a junho). A cerimónia de lançamento da cartografia contou com a presença de vários membros do governo e representantes de organizações internacionais.
Os trabalhos de cartografia contam com o apoio técnico do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e do governo do Senegal, que disponibilizou 3.200 (três mil e duzentos) tablets para facilitar a operacionalização dos trabalhos dos inquiridores, bem como do Banco Mundial, principal financiador do recenseamento, que avançou com 15 milhões de dólares norte-americanos (nove mil milhões de Francos CFA) no âmbito do reforço do sistema estatístico da Guiné-Bissau, orçado em 18,7 milhões de dólares norte-americanos (mais de 10 mil milhões de Francos CFA).
LANÇAMENTO SIMBOLIZA A CONSTRUÇÃO DE BASE SÓLIDA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO
O ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú disse na sua intervenção que o momento simboliza o compromisso das autoridades com a modernização, a transparência e a construção de uma base sólida para o desenvolvimento socioeconómico do país. Acrescentou, neste particular, que o recenseamento geral da população e habitação é um instrumento vital para o planeamento nacional, “pois permite saber com precisão, quanto somos, onde e como vivemos”.
“Esses dados são fundamentais para a formulação de políticas públicas eficazes, para a distribuição justa de recursos e o desenvolvimento da nossa nação”, assegurou o governante, para de seguida, avançar que a operação abrange áreas urbanas até tabancas mais remotas, acrescentando que os técnicos utilizam tecnologia avançada, como o uso de imagem de satélite de alta resolução para atualização de mapas e a colheita de dados, por meio de tablets, assegurando maior exactidão e eficiência no levantamento das informações.
“Além disso, a implementação de uma sala de situação e a instalação de servidores de alta capacidade permitirão um acompanhamento em tempo real de todas as etapas da operação, garantindo uma gestão mais eficiente e transparente do processo”, notou.
Sambú afirmou que a atualização cartográfica tem impactos diretos e positivos para o país, visto que os dados regorreferenciados servirão não apenas para o censo, mas também para o planeamento para setores como saúde, educação, infraestruturas, desenvolvimento urbano e rural.
PRESIDENTE DO INE: “RECORREMOS AO RECENSEAMENTO DIGITALIZADO”
Por sua vez, o presidente do Instituto Nacional de Estatistica (INE), Roberto Vieira, enfatizou na sua comunicação as reformas realizadas nos últimos dois anos naquela instituição, fato que segundo a sua explicação, permitiram ao INE dispor hoje da Lei de Base do Sistema Estatístico Nacional, do Regulamento Interno e do Estatuto Orgânico, instrumentos já promulgados pelo Presidente da República e publicados no Boletim Oficial.
Lembrou que as normais internacionais definem o recenseamento geral das populações de 10 em 10 anos, mas o que não foi o caso na Guiné-Bissau, dado que o último recenseamento foi realizado em 2009 e que em 2019, devia-se realizar o 4º recenseamento, “mas tendo em conta o fator técnico e financeiro não foi possível realizar esta grande operação estatística”.
Vieira explicou que os trabalhos do recenseamento foram financiados pelo Banco Mundial no valor de 15 milhões de dólares, que de acordo com a sua explanação, o financiamento, visa apoiar não só o recenseamento geral da população e também o sistema estatístico nacional.
“Recorremos um recenseamento digitalizado a semelhança dos outros países da sub-região. Estamos na fase de cartografia geral, mas antes tivemos a fase de formação de formadores, trabalhos da cartografia da sala, pretextos da cartografia, cartografia piloto, cartografia pôs piloto”, disse, frisando que toda essa operação foi supervisionada pelo FNUAP na qualidade do responsável técnico da operação do recenseamento.
“Fizemos toda a aquisição do material rolante, tanto viaturas como equipamentos de ponta. E contamos com o apoio institucional do ministro da Economia, Plano e Integração Regional, enquanto tutela do Instituto Nacional de Estatística”, referiu, acrescentando que se espera como resultado da cartografia, a digitalização dos dados e georreferenciamento, ou seja, coordenadas de limites dos bairros”, contou.
Para o diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a África Ocidental e Central, Seneh Hounteon, os trabalhos da cartografia é uma das fases do recenseamento, dado que se consiste em revisar em detalhes o espaço territorial do país com o intuito da identificação correta das infraestruturas, caracterizada e localizada.
“O recenseamento da população e habitação é um processo estatístico fundamental para a planificação e desenvolvimento do país”, disse, acrescentando que a operação visa essencialmente a obtenção de dados precisos das populações e as suas condições de vida, que permitem o governo e às outras instituições de planificarem a política pública mais eficaz, como também permitirá a divisão do território nacional em planos operacionais.
Em representação do representante do Banco Mundial, Eduardo Malaquez disse que o Banco Mundia continua empenhado apoiar a Guiné-Bissau na sua trajetoria do desenvolvimento, da redução de pobreza e de promoção de prospriedade partilhada. Enfatizou, neste particular, que o recenseamento da população é um passo vital para o desenvolvimento que o país almeja.
“Os sensos populacionais fornecem dados essenciais sobre o tamanho, distribuição e demografia da população, o que é determinante para o planeamento eficaz das ações de desenvolvimento local e nacional”, referiu, sublinhando que são também fundamentais para que o governo e parceiros internacionais possam alocar recursos de forma eficientes.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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