Este mês de Agosto de 2018, trouxe-nos algumas questões que merecem reflexão e, por que não, um debate.
Se, por um lado, no dia 12 de Agosto, assinalou-se o "Dia da Juventude" marcado, com pompa e circunstância, pelo discurso do PM - Senhor Aristides Gomes, no qual inaltece o papel importante dos jovens para a afirmação dos valores democráticos, sobretudo nas questões ligadas ao emprego jovem e formação, tendo como "pedra angular" a Carta da União Africana sobre a Juventude.
De outro lado, no passado dia 2 de Julho do corrente ano, o Gabinete do PM, paradoxalmente, proferiu um despacho, no âmbito do concurso público para o preenchimento de vaga do presidente e vogal do Conselho de Administração da Agência Nacional de Caju - "ANCA", na sua alínea f), com o seguinte teor:
"Os concorrentes para o preenchimento da vaga devem fornecer o documento comprovativo de 20 anos de experiência mínima, no domínio de gestão do projeto de desenvolvimento..."
Ora, essas notas colocam o PM em "contradição" consigo mesmo, na medida em que "entre o discurso e a realidade" do Senhor PM devia haver uma "razoabilidade", ou seja, é preciso um certo "equilíbrio", entre o que se promete e o que pode, efetivamente, ser "oferecido" quer sejam aos JOVENS, quer sejam as MULHERES, etc.
Suponhamos, cá entre os botões, quem é a pessoa (gestor público) com 20 anos de experiência mínima na gestão dos projetos do desenvolvimento?
Quem são os gestores públicos guineenses com provas dadas e merecedores dessa vaga?
Creio que a pessoa em causa deve ou poderá estar, hoje, numa faixa etária de 60 anos ou pouco menos.
Creio, Senhor PM, que a pessoa em causa, só deve ou pode ter uma "má experiência" na gestão da coisa pública, tendo em conta à situação caótica em se encontra a nossa economia, uma vez que são "escassos" casos de 20 anos de experiência mínima e "séria" na gestão da coisa pública guineense, medidas certas proporções de exagero da minha parte.
Creio, Senhor PM, que há certos regimes ou países em que, há quem se perpetue nas funções - sejam eles gestores públicos de sucesso ou não, economistas seniores, diplomatas ou outros beneficiários desses estatutos - nos quais poderão ocorrer que haja "crimes" sem castigo.
Mas, em Estados de direito e em plena democracia, é uma aberração quando não há promoção de direitos através de "pretextos" etários.
"Se a moda pega", como se diz na gíria, provavelmente, poucos gestores públicos, dos dias atuais, inclusivamente, gestores públicos desta legislatura teriam tido a oportunidade de exercer suas funções, se lhes tivessem sido exigidos essa experiência de 20 anos, pois não o teriam para concorrer!
Há pessoas que, nesta legislatura, foram convidados para cargos públicos, sem "nunca" terem sido funcionário público, meu caro PM.
Por conseguinte, penso que é necessário uma certa COERÊNCIA entre o discurso e a realidade, e a Juventude agradece...!
Apenas uma opinião!
Bissau, 13 de Agosto de 2018.
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