sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Última Hora: Polícia usa gás lacrimogêneo contra pessoas que aguardavam corpo de Américo Gomes

 


Agentes de segurança impediram a população de se aproximar para receber o corpo do músico Américo Gomes.

De acordo com informações obtidas pela "Mídia Global TV Digital", no local, os agentes afirmaram que as pessoas não poderiam se aproximar do aeroporto. As ordens eram claras: dispersar todos, incluindo jornalistas que estavam no local para realizar a cobertura da chegada dos restos mortais de Américo Gomes.

A situação gerou tensão e revolta entre os presentes, que aguardavam para prestar suas últimas homenagens ao músico.
Bissau, 28 de fevereiro de 2025.

Oposição guineense põe condição para deixar "anormalidade constitucional"




A oposição ao regime na Guiné-Bissau defendeu hoje a reativação do parlamento como principal pressuposto para sair do que descreve como a "anormalidade constitucional e democrática" em que o país se encontra.

Esta foi apresentada como condição para o diálogo com vista à marcação de eleições pelas duas coligações que reúnem os partidos da oposição na Guiné-Bissau, a PAI-Terra Ranka e a API Cabas Garandi, à Missão da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

A CEDEAO chamou hoje novamente os partidos políticos e organizações da sociedade civil que já tinha ouvido ao longo desta semana, numa missão conjunta com as Nações Unidas para encontrar uma solução para a crise política na Guiné-Bissau.

O representante da PAI-Terra Ranka no encontro, Geraldo Martins, explicou, no final da audiência, aos jornalistas que a delegação quis apresentar a perceção com que ficou relativamente a uma solução.

"O que eles vão fazer agora é tentar ajustar e depois apresentar-nos uma solução final", indicou Geraldo Martins, enfatizando os pressupostos que as duas coligações, ouvidas em conjunto, defendem de forma concertada.

O principal dos pressupostos que entendem ser "importante respeitar para ir a eleições com instituições que estejam a funcionar de forma efetiva" é "a reposição, o funcionamento efetivo da comissão permanente" do parlamento para haver "eleições livres, justas e transparentes".

Geraldo Martins era primeiro-ministro do Governo deposto pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, com a dissolução da Assembleia Nacional Popular de maioria PAI-Terra Ranka, em dezembro de 2023.

O presidente do partido que lidera a coligação, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, foi também afastado da presidência da Assembleia e da comissão permanente.

"Nós não podemos ir às eleições num contexto em que o regime anda sistematicamente a violar as leis", afirmou hoje Geraldo Martins.

Para o representante da PAI-Terra Ranka, "a partir de 27 de fevereiro, data do fim do mandato do Presidente da República, a única instituição legal na Guiné-Bissau é a Assembleia Nacional Popular, através da sua Comissão Permanente".

"A reposição, o funcionamento efetivo da comissão permanente é um pressuposto importante para nós podermos avançar na criação de condições para podermos ter eleições livres, justas e transparentes", reiterou.

Segundo disse, a missão da CEDEAO, que termina hoje, ficou de ultimar o relatório e de o apresentar a todos os que foram auscultados e, só depois de conhecida a versão final, se iniciará o trabalho "para que possa haver o mais rapidamente possível eleições" no país.

Geraldo Martins disse ter confiança nesta missão, que acabou por corrigir o programa inicial e incluir nas audiências a comissão eleita do parlamento e a coligação API Cabas Garandi, liderada por Nuno Nabiam.
Nuno Nabiam incompatibilizou-se com Sissoco Embaló, depois de ter sido primeiro-ministro e conselheiro do Presidente e de estar presente na tomada de posse a 27 de fevereiro de 2020, num hotel de Bissau.

Sissoco Embaló tomou posse ainda decorria um litígio judicial sobre os resultados das presidenciais de 2019, cuja decisão foi conhecida a 04 de setembro de 2020.

O Presidente da República defende que o mandato só começa a contar a partir da decisão judicial e anunciou recentemente que vai marcar eleições gerais, presidenciais e legislativas, para 30 de novembro.

O anúncio foi feito no domingo, dia em que começou a Missão da CEDEAO que termina hoje, sem que os elementos tenham prestado declarações públicas.

Nenhum dos auscultados quis revelar o conteúdo da proposta de conclusões discutida hoje.

Um dos presentes foi o representante das organizações da sociedade civil, Bubacar Turé, que, no final da reunião, alertou que "os problemas da Guiné-Bissau devem ser resolvidos por guineenses".

"O que a comunidade internacional está a fazer é um esforço de nos ajudar a sentar na mesma mesa e nós pensarmos, todos sem exceção, [que], se de facto temos compromisso com a Guiné-Bissau, devemos abraçar esta iniciativa para podermos sair desta crise", afirmou.

Acerca da impressão com que fica da missão da CEDEAO, Bubacar Turé disse que a única garantia que pode dar é que "o trabalho sério está a ser feito".

"Cabe-nos a nós, enquanto guineenses, acompanhar este trabalho da CEDEAO e efetivamente poder sair desta crise que bloqueou o país por completo, bloqueou todas as instituições, tem impacto brutal e negativo na vida dos cidadãos em todos os aspetos, económicos, sociais, etc", defendeu.

Conosaba/Lusa

36 ONGs oeste-africanas instam comunidade internacional a ajudar a repor a ordem na Guiné-Bissau



A Casa dos Direitos em Bissau ACEP

Um colectivo de 36 organizações da sociedade civil de 8 países da África Ocidental, da Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Costa de Marfim, Cabo Verde e Togo, dirigiram nesta quinta-feira 27 de Fevereiro uma carta aberta à comunidade dando conta da deterioração da situação política e dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, referindo que isto é “potencialmente perigoso para a estabilidade da subregião”.

Nesta carta subscrita nomeadamente pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, a Plataforma das ONG de Cabo Verde ou ainda The Gambia Centre for Rights and Justice, refere-se que "o mandato do Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló termina neste dia 27 de fevereiro de 2025, nos termos da Constituição da República em vigor no país" e que "não obstante este facto e em violação flagrante da Constituição e das normas internacionais, o Presidente Umaro Sissoco Embaló recusou criar as condições necessárias para a realização das eleições presidenciais e consequente eleição do novo chefe de estado antes do fim do seu mandato".

Após enumerar uma série de situações denunciadas como sendo violações dos Direitos Humanos, nomeadamente o "ataque bárbaro e consequente destruição da Rádio Capital FM, no dia 7 de Fevereiro de 2022, que resultou em sete jornalistas feridos, perpetrado por militares afectos à guarda presidencial de Umaro Sissoco Embaló", assim como a "criação de um esquadrão de raptos e espancamentos", a realização de um "golpe constitucional através da dissolução inconstitucional de parlamento no dia 4 dezembro de 2023", de um "Golpe institucional consumado com recurso às milícias armadas que assaltaram as instalações do Supremo Tribunal de Justiça no dia 3 de Novembro de 2023", ou ainda de um "golpe institucional contra o Presidente eleito do parlamento, consumado no dia 22 de Setembro de 2024, através de assalto armado às instalações do parlamento", os subscritores da carta instam a comunidade internacional a ajudar o país a retomar o caminho da ordem constitucional.

Neste sentido, as 36 organizações oeste-africanas por detrás dessa carta pedem à comunidade internacional que "interpele o Presidente Umaro Sissoco Embaló sobre o fim irreversível do seu mandato neste dia 27 de Fevereiro de 2025" e que "exija o restabelecimento imediato da ordem constitucional na Guiné- Bissau", o que "implica a realização das eleições no Supremo Tribunal de Justiça, o retorno do Presidente de parlamento eleito nas suas funções, a eleição dos membros de Secretariado da Comissão Nacional das Eleições e a realização das eleições legislativas e presidenciais inclusivas e transparentes".

Os autores da missiva exigem ainda o fim das detenções arbitrárias e as intimidações, contra membros da oposição, jornalistas e activistas. Reclamam ainda investigações transparentes sobre os autores morais e materiais das violências contra cidadãos, o respeito pelos Direitos Humanos e o envio de uma "missão conjunta de facilitação de diálogo, que inclui a CEDEAO, UA, UE, CPLP e ONU, com vista ao estabelecimento de um calendário eleitoral consensual nos termos da constituição guineense".

Refira-se que esta carta foi divulgada numa altura em que uma missão de alto nível se encontra desde domingo e até esta sexta-feira em Bissau a efectuar consultas com os actores políticos do país no intuito de encontrar uma saída de crise.

No passado domingo, no próprio dia em que a missão da CEDEAO chegou a Bissau, o Presidente Sissoco Embaló anunciou que pretende organizar eleições gerais a 30 de Novembro, sendo que a oposição reclama eleições até Maio, referindo que de acordo com a Constituição Guineense, o chefe de Estado já se encontra em situação de ilegalidade.

Por: Liliana Henriques
Por :RFI

Guiné-Bissau à procura de consenso político


Une rue déserte de Bissau, le 1er décembre 2023, après une nuit d'affrontements entre éléments de la Garde nationale et des forces spéciales de la présidence. AFP - SAMBA BALDE

Neste programa recordamos a actualidade política na Guiné-Bissau que se destacou pelo anuncio do Presidnte Unaro Sissoco Embalá marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro, que coincidiu com a chegada de uma delegação da CEDEAO para resolver o impasse político. A oposição guineense, que tem estado a exigir a realização de eleições no prazo de 90 dias, apela à "paralisação total do país", argumentado que o mandato de Sissoco Embaló terminou no dia 27 de Fevereiro.

Uma missão de alto nível político da CEDEAO chegou a Bissau no passado domingo, 24 de Fevereiro, para ajudar a classe política a encontrar consenso à volta do calendário eleitoral, depois do Presidente Unaro Sissoco Embaló marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro.

A coligação PAI-Terra Ranka vencedora das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, declinou o convite para um encontro com a missão de mediação da CEDEAO, justificando a impossibilidade de se reunir pelo facto da CEDEAO se ter encontrado com "um suposto presidente do parlamento".

Uma missão de alto nível político da CEDEAO chegou a Bissau no passado domingo, 24 de Fevereiro, para ajudar a classe política a encontrar consenso à volta do calendário eleitoral, depois do Presidente Unaro Sissoco Embaló marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro.

A coligação PAI-Terra Ranka vencedora das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, declinou o convite para um encontro com a missão de mediação da CEDEAO, justificando a impossibilidade de se reunir pelo facto da CEDEAO se ter encontrado com "um suposto presidente do parlamento".

A missão da CEDEAO "decidiu excluir das consultas" dois partidos políticos representados no parlamento, nomeadamente o MADEM G-15 e o PRS, dois partidos a braços com problemas internos.

O coordenador da Aliança Patriótica, o ex-primeiro-ministro Nuno Nabiam, foi recebido pela CEDEAO e no final do encontro defendeu que antes de apontar uma data para as eleições na Guiné-Bissau, a classe política deve entender-se para resolver questões como o fim do mandato do Presidente e a situação do parlamento.

A delegação da CEDEAO reuniu-se com o presidente da Liga, Bubacar Turé, que aproveitou a ocasião para formular sete recomendações à organização regional, nomeadamente a organização de uma cimeira extraordinária e um roteiro que permita o regresso à normalidade constitucional".

Um colectivo de 36 organizações da sociedade civil de 8 países da África Ocidental, da Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Costa de Marfim, Cabo Verde e Togo, dirigiram esta semana uma carta aberta à comunidade onde alertam para a deterioração da situação política e dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, referindo que isto é “potencialmente perigoso para a estabilidade da sub-região”.

A oposição da Guiné-Bissau, que quer eleições no prazo de 90 dias, apelou à "paralisia total" do país, alegando que o mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló terminou na quinta-feira, 27 de Fevereiro, cinco anos após a tomada de posse.

A Guiné-Bissau vive uma crise política iniciada com a dissolução do parlamento em Dezembro de 2023 e a não realização de eleições legislativas, conforme manda a Constituição do país. O Presidente Umaro Sissoco Embaló tem argumentado que o mandato termina a 4 de Setembro, sublinhado que o dia coincide com a data em que o Supremo Tribunal de Justiça encerrou o contencioso que se seguiu às eleições presidenciais de 2019, nas quais chegou à presidência da Guiné-Bissau.

Por: RFI

CPLP organiza corrida contra a fome para combater "um dos maiores desafios" atuais



Lisboa, 28 fev 2025 (Lusa) - A CPLP vai organizar a 6.ª edição da corrida da CPLP contra a fome para ajudar a “enfrentar um dos maiores desafios” atuais, anunciou o secretário-executivo, defendendo que servirá também para prover a língua e a cultura.

A "Corrida da CPLP - Juntos Contra a Fome", que este ano se realiza no Centro Desportivo Nacional do Jamor, em 31 de maio, tem como objetivo "mobilizar as sociedades para que, juntas, possam enfrentar um dos maiores desafios do nosso tempo: a fome", disse Zacarias da Costa, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

De acordo com o secretário-executivo, "este evento tem também o condão de contribuir, de forma responsável, para a promoção da língua e cultura dos povos da CPLP”, fazendo a ligação ao Dia Internacional da Língua Portuguesa, que se celebra em 05 de maio.

"Esta será uma oportunidade única para nos unirmos novamente, reforçando os laços de solidariedade entre os países que partilham a língua portuguesa e para promovermos a necessária mobilização sobre questões sociais que são urgentes e que afetam muitas comunidades em todo o mundo", referiu.

Desde 2014 que esta corrida tem percorrido vários Estados-membros, com edições realizadas em Portugal, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, e pretende a reflexão "sobre questões que são fundamentais” para o futuro da comunidade, como “a luta contra a fome, a insegurança alimentar e nutricional", indicou.

Segundo explicou, durante o seu discurso, a corrida tem origem na campanha Juntos Contra a Fome, que é uma parceria entre a CPLP e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Para Zacarias da Costa, a fome continua a apresentar números preocupantes em todo o mundo, colocando assim em risco o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de erradicação deste problema.

Assim, disse, a edição deste ano retoma os esforços das edições anteriores para se “continuar a agir, não só para erradicar a fome, mas também para promover hábitos de vida saudável".

O secretário-executivo salientou ainda que a corrida será antecedida por uma conferência sobre diplomacia do desporto na CPLP, que "explorará como o desporto pode servir como uma ferramenta diplomática poderosa para promover a língua e trazer ao debate questões que possuem um impacto social relevante” para a comunidade.

A campanha Juntos Contra a Fome continua a apoiar comunidades vulneráveis em Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, enumerou.

"A corrida da CPLP não é apenas um evento desportivo. É um movimento. É um símbolo do nosso compromisso com o bem-estar das comunidades que mais precisam", concluiu.

A CPLP é constituída por Angola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Conosaba/Lusa

Parlamento guineense apela a diálogo "sem prepotência" para saída da crise


O primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Fernando Dias da Costa, apelou hoje às autoridades governamentais a promoverem o diálogo "sem arrogância e sem cultura de prepotência", para tirar o país da crise.© Fornecido por RTP

A posição de Dias da Costa foi transmitida aos jornalistas à saída de uma reunião de membros da Comissão Permanente da ANP, dissolvida desde dezembro de 2023 pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, com uma missão da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se encontra no país desde domingo com o objetivo de encontrar consensos sobre o calendário eleitoral no país.

Na qualidade de primeiro vice-presidente da ANP, Fernando Dias da Costa liderou a delegação da Comissão Permanente devido à ausência do país do presidente do órgão, Domingos Simões Pereira.

A Comissão Permanente chefiada por Simões Pereira, líder da coligação PAI-Terra, afastada do poder por Sissoco Embaló, acabou por ser ouvida pela CEDEAO depois de contestar o programa da missão, que inicialmente previa a auscultação da comissão que assumiu as funções após o presidente eleito ter sido afastado.

A missão "de alto nível político" da CEDEAO, que permanece em Bissau até sexta-feira, visa ajudar a ultrapassar as divergências entre o chefe de Estado, que marcou eleições presidenciais e legislativas para 30 de novembro, e a oposição, que exige que decorram até maio, por considerar que o mandato de Sissoco Embaló terminou hoje.

"O que nós pensamos ser mais importante neste momento é o diálogo entre os filhos da Guiné-Bissau, sem arrogância e sem a cultura de prepotência", declarou Dias da Costa, que reclama ser o líder legítimo do Partido da Renovação Social (PRS), atualmente dividido em duas alas antagónicas (sendo a outra apoiante de Embaló).

O político, também jurista, apontou a "quantidade de forças de segurança" estacionadas hoje nas ruas da capital guineense para ilustrar o que diz ser "prepotência das autoridades".

As ruas de Bissau foram ocupadas desde as primeiras horas de hoje por forças de segurança, no dia em que a oposição assinala ter terminado, constitucionalmente, os cinco anos de mandato de Sissoco Embaló.

"Neste momento, como se pode notar, há forças de segurança colocadas nas ruas, mas, felizmente, como estamos habituados a vê-las todos os dias, estamos à vontade. Por isso saímos das nossas casas e estamos aqui", afirmou Fernando Dias da Costa.

Este responsável político apelou às autoridades para reduzirem as forças de segurança nas ruas e exortou a classe política a deixar que seja a Comissão Permanente do parlamento a buscar uma saída para a crise no país.

"Seria um diálogo inclusivo, com todas as forças vivas nacionais, incluíndo a sociedade civil", declarou.

A missão da CEDEAO, chefiada pelo ex-chefe da diplomacia da Nigéria Bagudu Hirse, já se encontrou com vários atores políticos, nomeadamente com o Presidente guineense, membros do parlamento, forças políticas e organizações da sociedade civil, no esforço de encontrar um consenso sobre o calendário eleitoral

A oposição defende que, antes da marcação das eleições, é preciso resolver questões como a eleição de novos juízes no Supremo Tribunal de Justiça, escolher um novo secretariado para a Comissão Nacional de Eleições e fixar o tempo que Embalo poderá permanecer na presidência do país, embora "com poderes limitados".

A Guiné-Bissau vive uma crise política iniciada com a dissolução do parlamento em dezembro de 2023 e a não realização de eleições legislativas, conforme manda a Constituição do país, segundo o Governo por falta de condições técnicas e financeiras.

A oposição também tem criticado o Presidente pelo facto de não ter realizado eleições presidenciais em finais de 2024 para evitar o que considera de vacatura no cargo a partir de hoje, com o fim do prazo do mandato.

Umaro Sissoco Embaló tem argumentado que o seu mandato terminará no dia 04 de setembro para coincidir com a data em que o Supremo Tribunal de Justiça encerrou o contencioso que se seguiu às eleições presidenciais de 2019, das quais chegou à presidência da Guiné-Bissau.

Conosaba/Lusa

Futebol: FFGB APOSTA NO REFORÇO DE FORMAÇÃO DE TREINADORES NACIONAIS

A Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) prometeu dar maior atenção ao reforço das capacidades dos treinadores nacionais no sentido de terem conhecimentos profundos para o desenvolvimento do futebol no país, principalmente na camada de formação dos jogadores jovens.

A garantia foi dada esta quarta-feira, 26 de fevereiro, pelo Primeiro Vogal para área do Património e Infraestrutura da FFGB, Fortunato Cardoso, na abertura da ação de formação para treinadores dos clubes e academias, numa das salas do Estádio Lino Correia, em Bissau.

“A nossa aposta neste segundo mandato do atual órgão social da FFGB é trabalhar mais na área técnica, porque temos noção que desenvolver o futebol temos que ter os treinadores com conhecimentos profundos. O elemento mais importante para o desenvolvimento de futebol são os treinadores, por isso precisam de atualizarem-seconstantemente no sentido de ajudar a desenvolver esta prática na Guiné-Bissau”, defendeu.

Esta ação de capacitação, que decorrerá durante cinco dias, está a ser ministrada pelo selecionador Nacional de Futebol, o luso-santomense, Luís Boa Morte. Dirigida a 15 treinadores, esta capacitação do reforço de capacidade é uma aposta do organismo que dirige o futebol nacional.

Neste sentido, Cardoso enalteceu o trabalho que estão a ser feito pela Direção Técnica da FFGB na capacitação dos treinadores jovens, que agora estão a trabalhar nos clubes e nas diferentes academias de formação de jogadores nacionais.

“A Direção Técnica tem realizado um bom trabalho no domínio de formação de treinadores e tem agora técnicos jovens que estão a dar cartas. Não podemos citar os nomes, mas acreditamos que futuramente poderão chegar ao alto nível de futebol que permitirá o país ter uma equipa técnica coesa”, frisou Cardoso.

Na sua locução, o Selecionador Nacional, Luís Boa Morte, mostrou-se aberto e disponível a partilhar os seus conhecimentos técnicos com os treinadores nacionais, porque “a Guiné-Bissau já faz parte do mapa do licenciamento de diplomas de treinadores B, C e D, por isso é fundamental apoiar no máximo esta ação de capacitação”.

“Temos que aproveitar este mapa do licenciamento de diplomas de treinador, através da nossa dedicação e do nosso empenho. É a primeira de várias outras ações de formação que vamos promover ao longo da época desportiva. Esperamos que todos tirem o máximo de proveito desta oportunidade e partilhar o nosso conhecimento ao longo da época”, explicou Boa Morte, na sua curta declaração.

A cerimónia de abertura dos trabalhos de formação de treinadores contou com a presença do presidente da Associação dos Treinadores de Futebol da Guiné-Bissau, Herculano Cubaba, e do Diretor Técnico Nacional da FFGB, Eric Maré.

Durante cinco dias, o Selecionador Nacional de Futebol vai realizar sessões teóricas e práticas. Segundo Boa Morte, serão abordados temas como a metodologia do treino de formação, aspetos físicos, técnico-táticos gerais e específicos. Organizações de sessões de treinos e Feedback.

Contratado em março de 2024 para substituir Baciro Candé, Boa Morte vai completar no próximo mês de março um ano que está à frente do cargo de Selecionador Nacional. Na altura, prometeu colocar a Guiné-Bissau na fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN), mas acabou por não concretizar este objetivo.

Na semana passada, a imprensa internacional noticiou que o Selecionador Nacional de Futebol está na lista do Blackburn Rovers do Championship da Inglaterra. Boa Morte tem um passado reconhecido em Inglaterra. Alinhou com as cores de Arsenal, Fulham e West Ham como futebolista, destacando-se ainda como elemento da equipa técnica de Marco Silva, tanto no Everton como no Fulham.

A reportagem do Jornal O Democrata tentou obter a reação de Luís Boa Morte sobre este assunto, mas sem sucesso.

Por: Alison Cabral
Foto: FFGB
Conosaba/odemocratagb

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Vice-presidente da ANP concede entrevista à imprensa após reunião com a Missão Política de Alto Nível da CEDEAO.

 


ONG africanas querem comunidade internacional na busca de consenso na Guiné-Bissau



Bissau, 27 fev 2025 (Lusa) – Organizações da sociedade civil da África Ocidental querem o envolvimento da comunidade internacional, nomeadamente da ONU, União Africana, União Europeia, CPLP e CEDEAO, na procura de um consenso sobre o calendário eleitoral na Guiné-Bissau, segundo um comunicado hoje divulgado.

A posição foi transmitida hoje numa carta aberta assinada por 36 organizações da sociedade civil, entre as quais 10 da Guiné-Bissau, cinco de Cabo Verde, três do Senegal, nove da Gâmbia, três da Guiné Conacri, duas do Togo, outras tantas da Costa do Marfim e uma do Gana.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, as 36 organizações da sociedade civil dos oito países da África Ocidental apresentam uma série de denúncias sobre o que consideram ser a deterioração das condições de vida na Guiné-Bissau.

Por outro lado, acusam a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), em particular, e a comunidade internacional de falta de “medidas adequadas” para “obrigar o Presidente [guineense], Umaro Sissoco Embaló”, a cumprir com “as suas obrigações internacionais”.

Aquelas organizações apelam a que seja enviada uma missão conjunta de facilitação do diálogo que inclua a CEDEAO, a União Africana, a União Europeia, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas, com vista ao estabelecimento de um calendário eleitoral consensual nos termos da Constituição guineense, lê-se na carta.

A CEDEAO tem em Bissau, desde domingo, uma missão de “alto nível político”, chefiada pelo ex-chefe da diplomacia da Nigéria Bagudu Hirse, com vista a ajudar a classe política guineense na busca de um consenso sobre o calendário eleitoral.

A missão, que termina na sexta-feira, já se encontrou com vários atores políticos, nomeadamente com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, membros do parlamento, forças políticas e organizações da sociedade civil.

Sissoco Embaló, cujo mandato de cinco anos a oposição considera que terminou hoje, disse que vai marcar eleições simultâneas (legislativas e presidenciais) para 30 de novembro próximo.

A oposição a Embaló recusa esta data e afirma ser necessário encontrar antes um consenso sobre a eleição de novos juízes no Supremo Tribunal de Justiça (atualmente a funcionar sem quórum), escolher um novo secretariado para a Comissão Nacional de Eleições (cujo mandato terminou em 2022) e fixar o tempo que o atual chefe de Estado poderá permanecer na presidência do país, embora “com poderes limitados”.

A Guiné-Bissau vive uma crise política iniciada com a dissolução do parlamento em dezembro de 2023 e a não realização de eleições legislativas, conforme manda a Constituição do país, segundo o Governo por falta de condições técnicas e financeiras.

A oposição também tem criticado o Presidente pelo facto de não ter realizado eleições presidenciais em finais de 2024 para evitar o que considera de vacatura no cargo a partir de hoje, com o fim do prazo do mandato.

Umaro Sissoco Embaló tem argumentado que o seu mandato terminará no dia 04 de setembro para coincidir com a data em que o Supremo Tribunal de Justiça encerrou o contencioso que se seguiu às eleições presidenciais de 2019, nas quais chegou à presidência da Guiné-Bissau.

Conosaba/Lusa

Coligação API defende que há questões por resolver na Guiné-Bissau antes de marcar eleições




A coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API) disse hoje que, antes de apontar uma data para as eleições na Guiné-Bissau, a classe política deve entender-se para resolver questões como o fim do mandato do Presidente e a situação do parlamento.

O coordenador da API, o ex-primeiro-ministro Nuno Nabiam, falava no final de um encontro de uma delegação da coligação com a missão "de alto nível político" da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) que se encontra em Bissau desde domingo, até sexta-feira, para reuniões com as forças políticas e a sociedade civil com o objetivo de tentar encontrar consenso sobre o calendário eleitoral.

"A CEDEAO quis saber de nós quando é que as eleições deveriam ter lugar. Nós dissemos que primeiro é preciso criar esse roteiro e resolver os problemas que nós elencamos", afirmou o coordenador da API, coligação integrada por partidos contrários a um segundo mandato do atual Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Sissoco Embaló, cuja tomada de posse ocorreu faz hoje cinco anos (duração do mandato presidencial), anunciou domingo que vai marcar eleições simultâneas, legislativas e presidenciais, para 30 de novembro.

Para a API, antes de apontar uma data para as duas eleições, primeiro é preciso que a classe política chegue a um acordo sobre um roteiro que esclareça vários pontos, nomeadamente que o mandato de Sissoco Embaló termina hoje, conforme reza a Constituição do país.

"Esse guião vai permitir ultrapassar a crise. Antes das eleições temos de resolver o problema na ANP [Assembleia Nacional Popular], no Supremo Tribunal de Justiça e na CNE [Comissão Nacional de Eleições], para permitir que as eleições decorram dentro da transparência e tranquilidade", afirmou Nuno Nabiam.

A API e outras forças políticas de oposição a Umaro Sissoco Embaló reclamam o restabelecimento da Comissão Permanente do parlamento, dissolvido pelo Presidente em dezembro de 2023, novas eleições no Supremo, atualmente sem quórum de juízes, e a escolha de um novo secretariado da CNE, cuja direção está fora de prazo do seu mandato desde 2022.

"Há uma série de preocupações no país. A CEDEAO também está preocupada. A CEDEAO quer que haja um processo de negociações inclusivas que envolva toda a gente", afirmou Nabiam, declarando a abertura da API para se sentar à mesa "com todos".

Sobre o facto de Umaro Sissoco Embaló já ter anunciado que as eleições serão a 30 de novembro próximo, o coordenador da API desvalorizou a situação.

"É o que ele diz. A partir de hoje ele já é um ex-Presidente da República", sublinhou Nuno Nabiam, ex-conselheiro especial de Embaló.

A Guiné-Bissau vive uma crise política iniciada com a dissolução do parlamento em dezembro de 2023 e a não realização de eleições legislativas, conforme manda a Constituição do país, segundo o Governo de iniciativa presidencial por falta de condições técnicas e financeiras.

A oposição também tem criticado o Presidente pelo facto de não ter realizado eleições presidenciais em finais de 2024 para evitar o que considera de vacatura no cargo a partir de hoje, com o fim do prazo do mandato.

Umaro Sissoco Embaló tem argumentado que o seu mandato terminará no dia 04 de setembro para coincidir com a data em que o Supremo Tribunal de Justiça encerrou o contencioso que se seguiu às eleições presidenciais de 2019, nas quais chegou à presidência da Guiné-Bissau.

Conosaba/Lusa

MISSÃO DA CEDEAO - Encontro de trabalho entre a delegação da CEDEAO e a Comissão Permanente da ANP.

 

«PAIGC/Porto» Convocatória; A comissão Política do PAIGC no Porto, convoca a todos os militantes a participarem numa reunião importantíssima a realizar no sábado do dia 8 de março de 2025, às 15h30, na rua de Camões n.º 566, Porto. (os Militantes devem-se acompanhar com duas (2) fotos tipo passe para o efeito de emissão do Cartão do Militante) — Por; Quintino Silva Mendes.



Por favor, peço a comparência de todos os militantes no Porto nesta importuníssima reunião.

Quintino Silva Mendes

Declaração da delegação de Aliança Patriótica Inclusiva CABAS GARANDI API, após a saída do encontro com a comissão da CEDEAO.

 





A Comissão Permanente da ANP reúne-se com a missão do CEDAO em Bissau.

 






Coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) recebida pela missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que se encontra na Guiné-Bissau para ajudar a resolver a crise política e encontrar a data para as eleições legislativas e presidenciais.

 

Líder da diplomacia europeia ameaça Ruanda com sanções

A Alta Representante para a Política Externa da União Europeia, Kaja Kallas, disse que estão a ser preparadas sanções europeias contra o Ruanda. REUTERS - Johanna Geron

Kaja Kallas, Alta Representante da Política Externa da União Europeia, disse na segunda-feira após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 que a situação na República Democrática do Congo foi discutida em Bruxelas e que estão a ser preparadas sanções contra o Ruanda.

A grava situação no Leste da Republica Democrática do Congo levou os 27 países da União Europeia a avançarem com sanções conjuntas contra o Ruanda devido ao apoio do pais aos rebeldes do M23 que já tomaram várias cidades-chave congolesas. O anúncio foi feito por Kaja Kallas, Alta Representante da Política Externa da União Europeia.

"A situação é muito grave e nós estamos à beira de um conflito regional. A integridade territorial não é negociável nem na República Democrática do Congo nem na Ucrânia. A Carta das Nações Unidas aplica-se da mesma forma em todo o lado. Nós apoiamos claramente os processos de paz de Luanda e Nairobi de forma a atingir resultados através dos meios diplomáticos. Mas nós estamos também a tomar outras medidas. Desde logo, as consultas entre a União Europeia e o Ruanda em termos de defesa foram suspensas. Há igualmente uma decisão política de fazer avançar as sanções em função da situação no território. Nós pedimos ao Ruanda para retirar as suas tropas e o protocolo sobre o tratamento de matérias primas será revisto”, indicou a líder europeia.

Mesmo se por enquanto ainda não há uma formalização destas sanções, a líder da diplomacia europeia indicou que as possíveis punições vão focar-se no Memorando de entendimento assinado entre a União Europeia e o Ruanda há cerca de um ano e onde os europeus prometiam cooperar com Kigali sobre diversificação económica, desenvolvimento sustentável da exploração de matérias-primeas e ainda treino e formação.

O Ruanda é rico em tântalo, um metal muito resistente à corrusão, muito utilizado na composição de telefones e computadores, sendo também utilizado em várias ligas metálicas empregues depois na fabricação de máquinas pesadas, motores de aviões ou ainda reactores nucleares.

Ao mesmo tempo que a União Europeia avisou o Ruanda sobre o seu apoio aos rebeldes, a primeira-ministra da República Democrática do Congo, Judith Suminwa Tuluka, disse hoje no Conselho dos Direitos do Homeme, em Genebra, que o conflito já custou a vida a mais de 7 mil congoleses, com muitos corpos a não terem sido ainda identificados.

Por :RFI

Oposição da Guiné-Bissau apela à “paralisia total do país” a partir de hoje



A oposição da Guiné-Bissau apelou à "paralisia total" do país a partir de hoje, dia em que, segundo sustenta, termina o mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló, cinco anos após a tomada de posse.

O chefe de Estado anunciou no domingo que vai marcar as eleições presidenciais e legislativas para 30 de novembro, mas a oposição exige a sua marcação para maio.

Contudo, Embaló considera que o mandato se iniciou após a decisão do Supremo Tribunal sobre o contencioso eleitoral, que se seguiu às eleições de novembro de 2019, ou seja, em 04 de setembro de 2020.

"Apelamos à população para que fique em casa. Todos os mercados, lojas e escritórios estarão encerrados. Pedimos aos transportes que parem todas as atividades amanhã", declarou o ex-primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam, na quarta-feira, num discurso em nome da coligação de oposição Aliança Patriótica Inclusiva.

"Estamos a pedir a paralisia total do país", disse a centenas de apoiantes, após uma reunião dos líderes do partido.

Pouco depois, o ministro do Interior, Botche Candé, respondeu ao apelo de Nabiam.

"Continuem os vossos negócios em paz. Nada vai acontecer neste país. Tomámos as medidas legais previstas na lei para garantir a segurança das nossas populações", afirmou o ministro.

"Todos os agentes da administração pública são chamados a apresentar-se nos seus locais de trabalho nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2025", sublinhou o Ministério do Trabalho e Emprego, numa nota publicada na rede social Facebook.

Uma missão de "alto nível político" da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) está atualmente em Bissau para falar com os atores políticos e a sociedade civil, em busca de consensos relativamente ao calendário eleitoral.

Na quarta-feira, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, exigiu a retoma dos trabalhos da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular.

A reposição da Comissão Permanente do parlamento, dissolvido desde dezembro de 2023 por ordens de Embaló, iria permitir que fossem realizadas eleições no Supremo Tribunal de Justiça e que fosse escolhido um novo secretariado da Comissão Nacional de Eleições (CNE), destacou Turé.

A Liga e outras organizações da sociedade civil têm denunciado o facto de o Supremo Tribunal funcionar atualmente sem quórum de juízes e de o secretariado da CNE estar fora de prazo de mandato desde 2022.

As eleições legislativas antecipadas chegaram a estar marcadas para 24 de novembro último, mas o Governo de iniciativa presidencial anunciou o seu adiamento, alegando falta de condições para a sua realização.

Conosaba/Lusa

«Putin: Empresas russas têm "interesse crescente" na Guiné-Bissau» Vladimir Putin deseja que Sissoco Embaló continue Presidente da Guiné-Bissau




O Presidente russo, Vladimir Putin, desejou hoje “boa sorte” a Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais para que continue no cargo e mantenha as boas relações entre a Rússia e a Guiné-Bissau.

Putin fez estes votos durante uma conversa mantida hoje no Kremlin com o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que se encontra em visita de Estado à Rússia.

“Sabemos que este ano vão organizar eleições. Esperamos que seja apoiado para que continue as vossas atividades enquanto Presidente, porque as boas relações entre os nossos dois países devem-se à sua personalidade e desenvolvem-se com o seu apoio”, observou o líder russo.

Vladimir Putin afirmou ainda que a Rússia vai continuar a apoiar a formação de quadros civis e militares da Guiné-Bissau e destacou que aumentou a quota de bolsas para o país africano lusófono.

O Presidente russo enalteceu as “boas relações” com a Guiné-Bissau, que disse datam de há 52 anos já, e desejou as boas-vindas a Sissoco Embalo.

“Senhor Presidente bem-vindo, estamos felizes de lhe ter aqui”, declarou Putin, numa declaração à imprensa, após uma reunião à porta fechada.

O Presidente guineense agradeceu o apoio que a Rússia sempre deu à Guiné-Bissau desde o período da luta pela independência o que, disse, o país deve “por toda a vida”, e o aumento da quota de formação de quadros civis e militares nas instituições russas.

Expressando-se em francês, Umaro Sissoco Embaló sublinhou igualmente que algumas empresas russas já estão a atuar na Guiné-Bissau.

“Entre nós e a Rússia somos parceiros seguros e certos. Estou aqui hoje, senhor Presidente, para reafirmar os nossos laços de amizade”, defendeu Embaló que agradeceu também o convite de Putin para efetuar a primeira visita de Estado de um Presidente guineense à Rússia.

Sissoco Embaló agradeceu ainda a Putin pelas relações que a Rússia tem mantido com os países do continente africano que de forma direta ou indireta receberam apoios russo para a sua independência.

Antes de viajar para Rússia, Embaló anunciou que vai marcar as eleições simultâneas (legislativas e presidenciais) para 30 de novembro, embora a oposição ao seu regime reclame os dois escrutínios para maio.

Uma missão da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) encontra-se em Bissau para ajudar a classe politica guineense a alcançar consenso sobre o calendário eleitoral.

Conosaba- Lusa