sábado, 7 de junho de 2025

10 de Junho de 2025 - Olivença celebra o 10 de Junho com inauguração do busto de Camões

 

No âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a cidade de Olivença prepara-se para uma celebração especial este 10 de junho. A data, que homenageia o poeta Luís Vaz de Camões e a língua portuguesa, será marcada pela inauguração de um busto em sua honra, oferecido pela UCCLA, simbolizando a forte ligação cultural entre Portugal e a comunidade oliventina. 

A cerimónia ocorrerá na Rua Lope de Vega, um espaço emblemático da cidade, e contará com a presença de autoridades locais, representantes da UCCLA e membros da comunidade. O busto, esculpido em bronze e da autoria de Diogo Munõz, foi concebido para refletir a importância de Camões como exponente máximo da literatura portuguesa e da lusofonia.


O início das festividades está marcado para as 12 horas, na Praça da Constituição, com a intervenção do Alcalde de Olivença, Manuel González Andrade, e do Secretário-Geral da UCCLA, Luís Álvaro Campos Ferreira. 


O programa inclui, também, a leitura de “Os Lusíadas” por alunos dos Centros Educativos de Olivença, uma degustação de petiscos portugueses e uma visita guiada à exposição “Camões - Pilar de Identidade Cultural”.

A finalizar as comemorações, terá lugar, pelas 21h30, na Praça de Espanha - Terreiro de Chão Salgado, a atuação musical de Princezito, de Cabo Verde, e de Rhodália Silvestre, de Moçambique.

Esta iniciativa, que assinala também os 40 anos da UCCLA, reforça o compromisso de Olivença em preservar e promover a herança cultural portuguesa, estreitando laços com as comunidades lusófonas e celebrando a riqueza da língua e da literatura que unem os povos. 

As comemorações do 10 de Junho em Olivença representam um momento significativo de união e celebração da língua portuguesa, reafirmando o compromisso da cidade com a preservação e promoção da sua rica herança cultural.

Princezito

Carlos Alberto Sousa Mendes, de nome artístico Princezito, nasceu em Cabo Verde, quatro anos antes da independência, na ilha de Santiago, vila do Tarrafal - Monte Iria, zona onde a lendária cantadeira de Finason -Bibinha Kabral -viveu os últimos anos de vida, senhora de quem Princezito cobiçou a arte de cantar.

Estudou na escola da vila onde nasceu, desde muito cedo despertou a admiração dos professores e dos colegas, pela originalidade na escrita e declamação dos seus próprios poemas, arte que aprendera em casa com os irmãos mais velhos.

Durante os oito anos que viveu em Cuba, Princezito absorveu a grande diversidade cultural daquele país, dos ritmos e cantos afro cubanos passando pela música popular e contemporânea.

Foi o preceptor do projeto “AYAN”, registo discográfico que evidenciou a nova tendência do estilo Batuku e projetou a chamada geração Pantera. Uma produção que contou com a participação de Tcheka, Vadu, Djingo e do próprio Princezito que trouxe à terra uma réplica de “Lua”, a composição de sua autoria que tem vindo a marcar o sentido e a alma dos muitos que a escutam. Registada por Mayra (CD) e Lura (DVD).

Rhodália Silvestre

Filha de pais moçambicanos, nascida em Mbabane, na Swazilândia, em 1986. Desde muito cedo Rhodália mostrou talento para a música, não fosse o seu pai o Maestro Faustino António Chirute, um dos poucos africanos formados em regência de orquestras na ex-URSS e mentor do Majescoral - Maputo Jazz Espiritual Coral. Embora o progenitor tenha sido um dos principais influenciadores da sua carreira musical, nos fins de semana, o seu exercício musical balançava entre harmonias e ritmos que iam desde a música clássica, ao R&B, ao jazz, ao reggae, notando-se uma enorme influência dos ritmos africanos que, conjugados com afro-jazz, influenciaram a sua notável criatividade, através das suas composições musicais e sentido das suas letras.

Rhodália é por isso uma cantautora moçambicana, vencedora de vários prémios, destacando-se o prémio revelação Ngoma Moçambique 2017, a melhor voz de Moçambique no Ngoma Moçambique 2018, de novo a melhor voz no Ngoma Moçambique em 2022 e ainda o prémio Vibratoques da Vodacom. De referir que Rhodália Silvestre foi finalista na edição de 2025 do programa “Got Talent Portugal”.

Esta voz poderosa lançou o seu álbum de originais, Wansati, com 12 temas, editado em 24 de julho de 2020 pela produtora Modigi, com a colaboração do consagrado baixista moçambicano Sacre que, tal como ela, foi integrante do agrupamento moçambicano Banda Azul, sensação dos anos 2000 que tinha Rhodália (2006), como vocalista principal.

Possuidora de uma personalidade forte que se impõe com naturalidade, além de ser uma grande cantora, possui também outras capacidades em que, mais uma vez, sobressai a sua resiliência de grande lutadora. Canta em inglês, português, Zulu, Xhosa, Shangane, Swati e Chichewa, comunicando fluentemente nestas línguas. 


Com os melhores cumprimentos,

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

uccla@uccla.pt | www.uccla.pt Facebook | Linkedin | Youtube | Instagram | Twitter | ISSUU 


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"KUSSUNDE" Tabanca de Ntchete, arredores do sector de Bula, realiza hoje a tradicional dança de "Kussunde", aldeia da qual, Sérgio Ntchete é natural.

 

Kussunde, é uma das atividades culturais da etnia BALANTA conhecida essencialmente pela sua dança e cânticos que mobilizam toda a comunidade à sua volta.
‎O evento é patrocinado por API-CABAZ GARANDI, tendo como padrinho - Sérgio Ntchete, chefe de gabinete do presidente do PRS, Dr. Fernando Dias.

Não percam, pois a partir das 15h estaremos transmitindo evento, em direto.

AMI I PRS



IMAME DA MESQUITA CENTRAL DE MANSOA CRITICA PASSIVIDADE DAS AUTORIDADES NO COMBATE AO USO DE DROGAS NO PAÍS


O imame da Mesquita Central de Mansoa, Cheik Mamadu Djau Djaló, manifestou hoje (07/06/2025) a sua profunda preocupação com o comportamento de muitos jovens guineenses que consomem diferentes tipos de estupefacientes, criticando a passividade das autoridades na criação de estratégias eficazes para combater o problema.

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, após a oração da Tabaski, o líder religioso afirmou que esta questão não deve ser uma preocupação exclusiva dos líderes religiosos, mas de toda a sociedade.

“A delinquência está a destruir a nossa sociedade. (...) A cada dia que passa, a nossa comunidade caminha para o pior”, lamentou.
O imame acusou as autoridades nacionais de cumplicidade face ao agravamento da situação, sublinhando que estas possuem os meios necessários para agir, mas optam por não intervir.

“As nossas autoridades têm poder e meios para pôr fim a esta situação de forma decisiva, mas são cúmplices. Sabem quem vende essas drogas. Há uma necessidade urgente de assumirem as suas responsabilidades para travar esta calamidade que ameaça o futuro da nossa juventude”, afirmou.

Cheik Mamadu Djau Djaló salientou ainda que esta não é uma realidade desejada por nenhuma sociedade e alertou para o crescimento descontrolado do consumo de drogas entre os jovens, uma situação já várias vezes denunciada por organizações juvenis no país.
RSM: 07 06 2025

Mensagem de Dom Lampra em crioulo para todos catequistas.

 


Médica guineense diz que África não pode continuar a depender absolutamente da ajuda externa


Lisboa, 06 jun 2025 (Lusa) - A médica guineense Magda Robalo declarou hoje à Lusa que a ajuda anunciada esta semana ao continente africano por Bill Gates é "uma notícia positiva", mas África não pode continuar a depender absolutamente da ajuda externa.
Para a ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau, o financiamento de 175 mil milhões de euros ao continente africanos durante 20 anos, anunciado esta semana em Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da União Africana, por Bill Gates, é "uma notícia muito positiva" e há que "ter a noção de que a maior parte dos países africanos vai continuar a precisar da cooperação internacional para reforçar os seus sistemas de saúde".

No entanto, na opinião da presidente e cofundadora do Instituto para a Saúde Global e Desenvolvimento da Guiné-Bissau, "o que não pode continuar a acontecer é a dependência absoluta" do financiamento externo ao continente.

Segundo a médica, os países africanos precisam de ter planos próprios para financiar "a maior parte" dos seus programas.

"Por isso, é preciso desmistificar a questão da ajuda externa. Nós vamos continuar a precisar, e é bem-vinda, mas ela tem que ser negociada noutros termos", frisou a ex-diretora de Doenças Transmissíveis na Organização Mundial da Saúde em África.

"Ela [a ajuda externa] tem que ser negociada nos termos das prioridades dos países, que têm de assumir a liderança dos seus sistemas de saúde (...), e têm de não ter medo de dizer não quando a ajuda externa não é necessariamente aquela de que precisam ou que vai de encontro às suas prioridades", reforçou a especialista em saúde pública.

Para Magda Robalo, existe a tendência global de se fazer um diagnóstico "muito redutor daquilo que são as necessidades da saúde".

A médica defende que é preciso acabar com a corrupção e melhorar e eficiência dos serviços, mas existem também outros fatores que precisam de ser desenvolvidos.

"Esquecemo-nos que, enquanto não houver desenvolvimento de infraestruturas rodoviárias, para que as pessoas tenham um acesso mais facilitado aos cuidados de saúde, água potável, energia, uma boa educação" (...) os sistemas de saúde também não se vão desenvolver", contextualizou.

De uma forma geral, Magda Robalo defende que os países africanos têm de crescer economicamente para que os orçamentos estatais possam ter margem de financiamento para a saúde.

Por outro lado, muitos países africanos estão focados em pagamentos de dívidas, o que os impede de "criar um espaço fiscal para investir", lamentou.

"Por isso, é preciso, a nível macro, a nível global, reformas no sistema financeiro e que os termos de empréstimo para os países africanos sejam mais justos", aconselhou.

Na sua opinião, tem de haver "mais disponibilidade para dívidas concessionais [em condições mais favoráveis e para áreas específicas] - para que se possa investir nos setores que trazem crescimento económico e que haja, portanto, utilização do excedente para investir nos setores vitais, como a saúde e a educação" - e também mais trocas comerciais dentro do continente, acrescentou.

Outra questão a ser melhorada é as condições de trabalho dadas aos profissionais, porque "as pessoas não têm boas condições e os hospitais não estão bem adaptados".

É preciso melhorar o setor para prestar "cuidados à população que sejam dignos" e, para a infeciologista, as mulheres são o pilar da área da saúde, pois constituem "a maioria dos profissionais".

No entanto, "infelizmente, as mulheres ainda se debatem com problemas de remuneração inferior" e são-lhes negados cargos de liderança, indicou.

Essa foi uma das razões para a criação do grupo Mulheres Lusófonas na Saúde, em 2023.

Magda Robalo defende a necessidade de lideranças femininas porque estas aplicam "uma diferença enorme na gestão e nas preocupações básicas daquilo que são as necessidades da população".

"O grupo das mulheres lusófonas existe para isso, para trabalhar junto à sociedade e aos governos para ajudar na elaboração de políticas que se afastem das práticas que têm sido as mais usadas até agora", concluiu.

O Presidente da República, foi recebido pelo Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, John Lee-Chiu, no âmbito da sua visita de trabalho à China.


Durante o encontro, foram destacadas as relações de excelência entre a Guiné-Bissau e a República Popular da China, com foco na promoção da cooperação económica e financeira.
O Presidente realçou o papel estratégico de Hong Kong como praça financeira e polo tecnológico, e manifestou interesse em estabelecer parcerias nos sectores da agricultura e modernização económica.







Bolsonaro no banco dos réus para ser interrogado sobre tentativa de golpe de Estado


O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro estará segunda-feira sentado no banco dos réus para ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado que terá planeado contra Lula da Silva após perder as presidenciais de 2022.

Para além do ex-Presidente vão também ser ser interrogados na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno, (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro).

Apenas o último, por se econtrar preso preventivamente no Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência. Todos os restantes serão interrogados presencialmente na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Fontes judiciais afirmaram que a intenção é que o julgamento seja concluído ainda este ano e que as sentenças sejam proferidas entre outubro e novembro.

Todos eles foram acusados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de património.

A data da inquirição foi marcada pelo juiz Alexandre de Moraes, na condição de relator do processo, considerado inimigo número um dos bolsonaristas, depois de a última das testemunhas convocadas pela acusação e pelos advogados de defesa ter prestado depoimento na semana que agora findou.

Desde 19 de maio, depuseram 52 testemunhas e os depoimentos que mais podem comprometer Bolsonaro foram dados por dois ex-chefes militares, que confirmaram terem sido convocados pelo então Presidente, em dezembro de 2022, para discutir alternativas para impedir a posse de Lula da Silva.

Um deles foi o ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, que disse aos juízes que Bolsonaro consultou os chefes das Forças Armadas sobre a possível implementação de um estado de sítio e "intervenção" na Justiça Eleitoral.

Freire Gomes deixou clara a sua oposição e avisou Bolsonaro que deveria "avaliar todas as consequências", pois se enveredasse por esse caminho seria "enquadrado juridicamente".

O encontro foi confirmado pelo ex-chefe da Aeronáutica Carlos Batista Júnior, que endossou as palavras de Freire Gomes e afirmou que as propostas de Bolsonaro são "um atentado ao regime democrático".

Ambos também concordaram num outro ponto e declararam que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, outro dos acusados neste processo, foi o único chefe militar que não se opôs claramente a estes planos de golpe.

O plano golpista terá começado após a vitória do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.

Nas presidenciais de 2022, Lula da Silva venceu Bolsonaro, que se recusou a reconhecer a derrota, descredibilizou o sistema e o processo eleitoral (que levou à proibição de se recandidatar para cargos públicos durante oito anos) e icentivou os seus seguidores a montarem acampamentos em frente a bases militares para protestar contra o resultado das presidenciais e para exigirem uma intervenção militar.

No dia 08 de janeiro de 2023, enquanto o novo Presidente brasileiro, Lula da Silva, se encontrava fora de Brasília a visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas, um grupo de radicais, apoiantes de Jair Bolsonaro, influenciados por meses de desinformação sobre urnas eletrónicas e medo do comunismo, invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

Lusa 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Choque entre estes dois camiões de carga na "volta de Bissau", sem danos maiores. Segundo apurou a CFM, não há registo de vítimas.

 

O ESTADO E A RELIGIÃO

É frequente ouvir as pessoas a dizerem ou escreverem o seguinte: "Não, sabem que a religião é sensível, o nosso Estado é laico, etc."

Sem a intenção de ofender ninguém, acho que as pessoas que fazem estes argumentos desconhecem ou não sabem das relações (cumplicidades) históricas que sempre existiram entre qualquer Estado, Nação ou território com os seus praticantes de seitas ou religiões.
Eis os factos:
1. O Império Romano adoptou o Cristianismo depois do século 4;
2. Os descobrimentos decorreram sob às bandeiras da religião cristã ou em nome de uma fé em particular;
3. Durante a época colonial Europeia por todo o mundo, a religião cristã esteve no epicentro de quase todas as decisões. No caso da Guiné-Bissau, basta pesquisar o papel das missões franciscanas não só no processo de evangelização, mas mesmo nas áreas de saúde, educação, e tantas outras estritamente ligadas à administração. Os registos históricos apontam também para os primeiros ensaios que a administração colonial fez para se aproximar e influenciar os "Tidjaniyas" na Guiné Portuguesa. Já agora, sabiam que a administração colonial portuguesa foi a primeira a oferecer bolsas de peregrinação à Meca e à Fátima? (Um texto sobre esta matéria mais tarde);
4. A própria nação norte-americana (Estados Unidos da América), embora proclame o princípio de laicidade, foi fundada em base da teocracia Judeia-Cristã;
5. Na Grécia e na Rússia há uma predominância da Igreja Ortodoxa nos assuntos do Estado;
6. Hoje, muitos estados do mundo são classificados como "Estados Islâmicos" (vide o Médio Oriente, a Ásia, a África);
7. Mesmo muitos estados que reclamam uma certa secularidade têm, infalivelmente, certas tendências confessionais com uma dose de mistura entre a democracia, teocracia, monarquia, etc.
PORTANTO, meus caros amigos e compatriotas...
Não nos deixemos consumir com as contradições e os desafios que a fé e a religião sempre tiveram no homem moderno. Quando esse homem assume o poder político, a sua tendência ou preconceito não se esvanece. Nos EUA, embora não obrigatório, o Presidente da República toma o seu juramento com a Bíblia na mão.
Resumindo: a religião foi (e será sempre) um dos mecanismos/instrumentos do poder político e social.
Agora, o que é desejável é permitir a livre prática e uma sã coexistência entre todas as religiões num determinado espaço geográfico, em prol da paz social, do bem-estar físico e espiritual e do desenvolvimento.
E, dentro desse mesmo espaço -- no espírito da separação de poderes -- respeitar também os que preferem não professar absolutamente nada.
--Umaro Djau
Deputado da Nação
5 de Junho de 2025


Festa muçulmana na Guiné-Bissau com dispensa de serviço sexta e feriado sábado



O Governo da Guiné-Bissau anunciou hoje a dispensa de serviço aos funcionários públicos na sexta-feira e decretou feriado nacional no sábado por ocasião da festa Tabaski, que está a dividir opiniões entre os fiéis muçulmanos.

Em comunicado enviado à Lusa, o executivo guineense refere que a festa de Tabaski, conhecida também pela festa de sacrifício do carneiro, por ser um feriado móvel, impõe ao Governo o dever de decretar a data em que é observado.

“Por ser uma festa da família entre os fiéis da religião islâmica em que ocorrem deslocações de pessoas para várias localidades do país”, o Ministério da Administração Pública “concede dispensa de serviço na sexta-feira, 06, e feriado nacional, no sábado, dia 07, aos funcionários da administração pública e entidades privadas”, lê-se no documento.

A comunidade muçulmana guineense tem-se mostrado profundamente dividida sobre o dia da festa do Tabaski, sendo que alguns afirmam que será na sexta-feira e outros alegam que será no sábado.

Líderes de duas organizações representativas da comunidade islâmica guineense, imame Ali Ibrahim Bodjan, da Comissão Nacional de Observação Lunar, e imame Aliu Coté, da União Nacional de Imames da Guiné-Bissau, deram na quarta-feira conferências de imprensa, separadas, em Bissau, com posições antagónicas sobre o dia da reza.

A reza é o momento alto das festividades de Tabaski, em que um muçulmano adulto com possibilidades deve sacrificar um carneiro e dividir a carne com os familiares, amigos e vizinhos.

Em nome da Comissão Nacional de Observação Lunar — astro pelo qual se orienta o calendário islâmico -, Ali Bodjan, imame da principal mesquita da Guiné-Bissau, afirmou que a reza deve ser na sexta-feira, “de acordo com as orientações do Profeta do Islão”.

Na crença popular guineense diz-se que se a reza das festas islâmicas acontecer na sexta-feira, isso pode levar à queda do poder do Presidente da República.

Vários sábios muçulmanos têm desmentido essa alegação, lembrando que o islão não se revê em mitos.

Em sentido oposto, Aliu Coté, da União Nacional dos Imames, disse que a reza de Tabaski será no sábado, o que, assegurou, será observado pela maioria das mesquitas e centros de concentração da população muçulmana da Guiné-Bissau.

Em situação idêntica, em 2022, as autoridades, que tinham decretado o feriado para a festa de Tabaski num dia, dispersaram à força os fiéis muçulmanos que tentaram rezar no dia seguinte em várias localidades da Guiné-Bissau.

A festa de Tabaski, também conhecida por Eid-Ul-Adha, ocorre após a peregrinação dos muçulmanos a Meca, na Arábia Saudita, e serve para lembrar o momento em que o profeta Abraão tentou sacrificar o seu único filho a pedido de Deus, mas este acabou por o impedir, colocando um carneiro no lugar do sacrifício.

Lusa

Guiné-Bissau deita anualmente 409 toneladas de lixo plástico no mar



A Guiné-Bissau gera anualmente 409 toneladas de lixo plástico que acaba no mar mesmo com a lei que proíbe a produção e comercialização de sacos de plástico, segundo o Governo guineense e as Nações Unidas.

Em mensagem, assinada também pela representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Alessandra Cassazza, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, hoje celebrado, o ministro do Ambiente guineense, Viriato Cassamá, que também tutela a pasta da Biodiversidade e Ação Climática, afirmou que a Guiné-Bissau produz sacos, garrafas e embalagens de alimentos em plástico "amplamente utilizados e deitados em lixeiras a céu aberto".

Em 2013, o Governo guineense decretou a proibição de comercialização e distribuição de sacos plásticos feitos de polietileno, propileno e polipropileno, mas a medida não tem sido observada, defendem os ambientalistas.

"Os resíduos plásticos são uma preocupação crescente na Guiné-Bissau. O país gera cerca de 409 toneladas de poluição plástica marinha por ano, particularmente em centros urbanos como Bissau, onde a capacidade de gestão de resíduos sólidos é muito limitada", declararam Viriato Cassamá e Alessandra Cassazza.

A cidade francesa de Nice acolhe entre os dias 09 a 13 de junho a terceira Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos (UNOC), que junta cerca de 100 países, entre os quais a Guiné-Bissau, que é representada por Viriato Cassamá.

Na mesma mensagem, os dois responsáveis assinalaram que, por ser barato, o saco plástico "é omnipresente" nas atividades dos guineenses, nomeadamente nas compras, mas as consequências ambientais "são significativas".

Viriato Cassamá e Alessandra Cassazza destacaram que os sacos plásticos "são fabricados a partir de recursos não renováveis, como o petróleo", para uma utilização única, mas que demoram cerca de 450 anos para se decomporem.

Devido à falta de um sistema de gestão e às chuvas, inundações e despejo direto, os sacos plásticos vão parar ao mar, observaram.

"Muitos destes plásticos vão parar aos rios, aos mangais e, por fim, ao Oceano Atlântico", sublinhou o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática guineense e a representante do PNUD na Guiné-Bissau.

A atividade piscatória e a navegação também são outras fontes de poluição marinha por plástico, notaram.

Numa outra comunicação individual, através de um vídeo enviado à Lusa, Viriato Cassamá considerou que, "embora o país não seja produtor de sacos plásticos", a luta contra aqueles materiais "constitui prioridade nacional" pelos danos que provocam ao ambiente, pesca, à saúde da população e à vida das comunidades piscatórias ribeirinhas.

Viriato Cassamá destacou ser fundamental "aumentar a consciência nacional dos males de resíduos em plástico" e enalteceu uma campanha lançada pelo seu ministério, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o PNUD e a Rede Juvenil de Ação Climática, em dezembro de 2024, para "uma ampla sensibilização" sobre o uso do saco plástico.

A iniciativa consistiu em sensibilização porta-a-porta, distribuição de materiais informativos e num vídeo com uma mensagem satírica sobre os "perigos" que o saco plástico representa para o ambiente.

No vídeo, produzido pelo Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), a circular nas redes sociais de guineenses, a humorista Djanira Camará "critica" um homem que, dentro de um carro, deita no passeio um saco plástico após beber a água que estava no recipiente.

O vídeo termina com o homem a reconhecer o seu erro e a prometer "nunca mais" atirar saco plástico para o chão.

Lusa

«Liga das Nações) Conceição e Ronaldo dão a volta à Alemanha (Portugal está na final da Liga das Nações. A seleção nacional venceu a Alemanha, em Munique, por 2-1)

Cristiano Ronaldo, avançado português. © AP - Matthias Schrader

A Selecção Portuguesa apurou-se pela segunda vez na história para a final da Liga das Nações europeias de futebol masculino, ao derrotar nas meias-finais a Alemanha por 2-1, em Munique, em território germânico.

O Estádio Allianz Arena, em Munique, na Alemanha, que há poucos dias tinha recebido a Liga dos Campeões europeus com o triunfo do PSG por 5-0 frente aos italianos do Inter de Milão, voltou a vibrar, desta vez com a primeira meia-final da Liga das Nações europeias.
Diferença na segunda parte

A primeira parte acabou por ser pouco produtiva visto que terminou com um empate sem golos. Os primeiros 45 minutos foram dominados pela Alemanha, em termos de posse de bola, mas sem criar grande perigo junto à baliza de Diogo Costa, enquanto os portugueses controlavam menos a bola, mas projectavam-se rapidamente para o ataque, isto sem conseguir abrir o marcador.

A segunda parte foi bem diferente. Aos 48 minutos, o médio de 22 anos, Florian Wirtz, que ainda pertence aos quadros do Bayer Leverkusen, abriu o marcador com um cabeceamento para o fundo da baliza do guarda-redes português, Diogo Costa.


Os jogadores lusos ainda protestaram devido a uma possível falta ou fora-de-jogo do avançado Nick Woltemade que influenciou a jogada, perturbando a intervenção do defesa Rúben Dias. No entanto para o árbitro da partida, o esloveno Slavko Vinčić, essa interferência não foi suficiente para perturbar a acção que originou o golo da selecção alemã.

A Selecção das Quinas vai reagir num espaço de cinco minutos. Aos 63 minutos, numa jogada individual, o avançado de 22 anos, Francisco Conceição, rematou de fora da área com o pé esquerdo para o fundo da baliza de Marc-André ter Stegen.

Depois, aos 68 minutos, foi a vez de Cristiano Ronaldo, capitão de Portugal, dar o melhor seguimento ao cruzamento do lateral-esquerdo Nuno Mendes, jogador do Paris Saint-Germain. Cristiano Ronaldo apenas teve de empurrar o esférico para o fundo da baliza, marcando o seu 137° golo com a Selecção Portuguesa em 220 jogos realizados.
A Alemanha ainda tentou reagir, mas não foi além de um remate no poste de Karim Adeyemi, não alcançando o desejado empate.

Em Munique, a selecção germânica, que nunca venceu a prova, foi eliminada, enquanto Portugal segue para a final que vai decorrer igualmente na capital bávara frente ao vencedor da outra meia-final entre a França e a Espanha.

No fim do encontro, em conferência de imprensa, Francisco Conceição, avançado português, estava feliz pelo triunfo e pelo golo, recordando que o pai, Sérgio Conceição, tinha apontado três golos na vitória por 3-0 frente à Alemanha no Euro 2000:

“Sinto-me muito orgulhoso, principalmente por ter ajudado a equipa a passar à final, que era o nosso primeiro objectivo, digamos assim. E claro que estou muito feliz de ter feito o golo à Alemanha. Sei que há 25 anos o meu pai fez três golos, na última vez que Portugal venceu a Alemanha, e sinto-me muito feliz e muito orgulhoso por aquilo que o meu pai fez e por aquilo que fizemos nós como equipa. (ndr: sobre o golo) Eu acho que é um momento de inspiração. 

Acho que não penso muito naquilo que vai acontecer, o momento em que o diz, e quando bati na bola, vi que a bola ia na direcção certa. Foi um grande golo que deu para ajudar a equipa a atingir aquilo que era o nosso primeiro objectivo, que era a passagem à final. Acho que sendo suplente ou titular, aquilo que me cabe a mim é dar o meu melhor, tentar ajudar a equipa ao máximo. É isso que eu e os meus colegas queremos fazer. Claro que todos os jogadores querem jogar a titular, mas isso não depende de nós. Devemos fazer o nosso trabalho, dar o nosso melhor e depois as decisões são do treinador. Cabe-me a mim dar o máximo. É isso que eu tento fazer sempre”, afirmou Francisco Conceição.

Esta vitória dos portugueses por 2-1 foi apenas a segunda em território alemão para Portugal, após o triunfo por 1-0 em 1985 durante o apuramento para o Mundial. Este também é apenas o quarto triunfo luso frente à Alemanha em 20 jogos oficiais entre as duas Nações.

Recorde-se ainda que o vencedor da Liga das Nações 2025 vai ser bicampeão, isto porque Portugal, em 2019, a França, em 2021, e a Espanha, em 2023, já conquistaram esta que é a prova mais recente organizada pela UEFA.
Francisco Conceição, avançado português. © AP - Martin Meissner

Por: Marco Martins/RFI


Guiné-Bissau obteve cerca de 3,48 ME com venda de créditos de carbono


Bissau, 05 jun 2025 (Lusa) -- A Guiné-Bissau obteve cerca de quatro milhões de dólares (3,48 milhões de euros) com a venda de créditos de carbono entre 2011 e 2016, segundo dados do Governo guineense e da representante das Nações Unidas no país.

Viriato Cassamá, ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, e Alessandra Cassazza, representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelaram esses números num documento intitulado: "Mobilização de Financiamento para a Ação Climática na Guiné-Bissau", hoje enviado à Lusa.

O documento foi publicado pelos dois responsáveis no âmbito da terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC-3), que terá lugar na cidade francesa de Nice, entre 09 e 13 deste mês e na qual o país africano será representado por Viriato Cassamá.

O governante guineense e a representante do PNUD entendem que a ocasião constitui momento para que o "potencial de carbono azul da Guiné-Bissau seja revisto".

A mensagem de Cassamá e Cassazza nota que os cerca de quatro milhões de dólares gerados com a venda de emissões de crédito de carbono estão a ajudar às atividades de conservação ambiental no país, nomeadamente a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Os dois responsáveis frisam ser possível que a Guiné-Bissau gere mais receitas com a venda de emissões de créditos de carbono que poderiam ser utilizadas na conservação marinha e no desenvolvimento comunitário.

Cassamá e Cassazza defendem que será preciso investir no reforço do quadro político, na regulamentação, nas medidas de salvaguarda ambiental, na criação de capacidade institucional e no apoio à investigação científica sobre o sequestro de carbono, incluindo a utilização de tecnologias de ponta como os drones.

O ministro guineense e a representante do PNUD notam ainda ser importante o reforço da cooperação internacional através da assistência técnica e apoio financeiro no quadro dos chamados "fundos verticais" que possam ajudar a Guiné-Bissau a lançar iniciativas de carbono azul e integrá-las nas estratégias mais amplas de clima e desenvolvimento.

"A experiência da Guiné-Bissau demonstra como este modelo de financiamento inovador - o mercado azul de carbono - pode beneficiar tanto a natureza como as pessoas", defendem Viriato Cassama e Alessandra Cassazza.

Apesar de todo o potencial, os dois responsáveis lamentam que o país não esteja a investir no mercado de carbono azul.

O carbono azul é um termo que se refere ao carbono capturado e armazenado em ecossistemas costeiros e marinhos, como mangais, pradarias de ervas marinhas e pântanos salgados fundamentais para a atenuação das alterações climáticas, uma vez que absorvem quantidades significativas de dióxido de carbono da atmosfera.

A Guiné-Bissau é rica nestes ecossistemas marinhos, albergando algumas das mais extensas florestas de mangais da África Ocidental, cobrindo aproximadamente 10% do seu território.

Lusa

Guiné-Bissau - Instabilidade política gera fuga de quadros guineenses


À medida que persiste a crise política, cada vez mais cidadãos abandonam a Guiné-Bissau. As razões para a saída em massa de quadros são de vária ordem, dizem emigrantes perante a "inação" do Governo para travar a fuga.
A fuga de quadros e funcionários públicos guineenses para o exterior é uma realidade reconhecida até pelos governantes, que ainda assim não apresentam propostas concretas para travar o fenómeno.
Todas as semanas, vários servidores do Estado, sobretudo ligados aos setores da educação e saúde, decidem sair do país, tendo, na sua maioria, Portugal como o principal destino, à busca da vida melhor.
As autoridades não fornecem o número real dos que já deixaram a Guiné-Bissau nos últimos anos, mas sabe-se que, desde 2020, milhares escolheram viver fora. Muitos apontam como razão a fraca remuneração e as péssimas condições de trabalho, associadas à ausência de políticas de emprego para os recém-formados.
Sabino Victor Lotche trabalhava como professor em Bissau, mas deixou o país em 2023 e trabalha agora em Portugal. "Há muitos funcionários [públicos] que trabalham há várias décadas e não são dignificados pelo empenho e dedicação, continuam a viver em situação miserável", conta à DW.
"Imagine uma pessoa que vive em situação miserável, será que tem moral para dar a sua energia para que a instituição se desenvolva?", questiona ainda.
"Falta saúde e educação"
Isabel Santos Gomes (Equitánia), crítica do atual regime da Guiné-Bissau nas redes sociais, abandonou a capital guineense, em 2020, para viver em Lisboa. Em declarações à DW, aponta outras razões da fuga dos funcionários para o exterior.
"Há falta de saúde e educação, medo no seio da população guineense, perseguições nas instituições estatais e na sociedade em geral, a violação das leis da República e dos direitos humanos, raptos e espancamentos", enumera.
Saem da Guiné-Bissau à procura de melhores condições de vida e quando começam a trabalhar no estrangeiro, a maioria garante o sustento das famílias no país de origem.
O sociólogo Celestino João Insumbo diz compreender a fuga dos cidadãos da Guiné-Bissau para o estrangeiro. "Estando num país onde não há melhoria da vida social, as pessoas, normalmente, vão buscar as melhores condições no exterior", diz.
Governação responsável
Celestino Insumbo afirma que algo deve ser feito para resolver o problema: "É preciso criar um clima favorável para quadros jovens e que a distribuição das riquezas seja de forma equitativa".
O académico defende ainda uma governação responsável e o aumento de salários dos funcionários, para dissuadir quem ainda pretenda deixar o país.
Mas para Isabel Santos Gomes, residente na capital portuguesa, tem de haver mudanças, mas com um ponto de partida. "O país precisa de ter todos os órgãos do Estado constituídos legalmente e a funcionar condignamente, sem atropelos. Que haja respeito às leis da República e que a justiça funcione sem interferência nenhuma", diz.
A DW tentou, sem sucesso, ouvir entidades governamentais sobre o tema.
Por DW