domingo, 8 de junho de 2025

Guiné-Bissau: vários oficiais expulsos das Forças Armadas devido a tentativa de golpe de Estado

 (imagem de ilustração) 

Sejam bem-vindos ao magazine Semana em África, a rúbrica onde recapitulamos as principais notícias da semana no continente africano. Esta semana, na Guiné-Bissau, o ex-comandante geral da Guarda Nacional, o coronel Victor Tchongo, foi condenado a nove anos de prisão e à expulsão das Forças Armadas. Em causa, crimes de desobediência e sequestro, devido ao seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado de Dezembro de 2023.

Ainda sobre este caso, o advogado do coronel Victor Tchongo, Augusto Nansambé, disse em entrevista à RFI, que não ficou provado que o seu cliente tivesse sequestrado quaisquer ex-governantes, crime do qual foi acusado.

Ainda na Guiné-Bissau, três sindicatos de magistrados levaram a cabo uma greve de três dias, depois de meses de negociações infrutíferas com o governo. De acordo com Henrique Augusto Pinhel, porta-voz da comissão negocial, as reivindicações, que foram entregues em março, não obtiveram resposta positiva, apesar de quatro rondas negociais. Mussá Baldé tem os detalhes.

Passamos agora para Angola. A Itália decidiu abrir os cordões à bolsa, com a adesão ao plano Mattei para África, em janeiro deste ano, encaixando mais de 300 milhões de dólares para construção de infra-estruturas para o corredor do Lobito, em Benguela. Luanda junta-se a quatro novos países africanos, designadamente, Gana, Tanzânia, Senegal e Mauritânia. O novo representante italiano em Angola, Marco Ricci, anunciou a inclusão de Luanda ao Plano Mattei, que visa impulsionar o comércio e o desenvolvimento económico de toda a África. O acto formal de adesão de Angola aconteceu, há seis meses, segundo o embaixador.

Em Moçambique, esta semana, o Presidente da Renamo fez a sua primeira aparição pública, em mais de 3 meses, depois de episódios como a invasão de delegações do seu partido, perpetrada por opositores que contestam a sua liderança. Ossufo Momade alega que ocupação da sede e o encerramento de delegações é uma grosseira afronta ao seu movimento. Ouça aqui as suas declarações.

Ainda em Moçambique, 25.000 pessoas foram recentemente obrigadas a sair de regiões que até agora estavam salvaguardadas face aos ataques terroristas em Cabo Delgado, comprovando não só o aumento da violência nesta província, mas o alargamento da acção dos terroristas a novas áreas. Em entrevista à RFI, Isadora Zoni, oficial de comunicação do ACNUR em Pemba, dá conta da situação no terreno e da necessidade de recolher fundos para ajudar 5,2 milhões de pessoas em todo o país.

Chegamos assim ao fim do magazine Semana em África. Nós, já sabe, estamos de regresso na próxima semana. Até lá, fique bem.

Conosaba/rfi.fr/pt

Os sindicatos agrupados na Frente Social denunciam a pretensão do Governo em recorrer o mecanismo que disse ser “ilegal” a substituição dos trabalhadores da saúde que deveriam entrar em greve de 9 a 13 de junho, colocando nos respetivos lugares médicos e paramédicos militares.


Os sindicatos agrupados na Frente Social denunciam a pretensão do Governo em recorrer o mecanismo que disse ser “ilegal” a substituição dos trabalhadores da saúde que deveriam entrar em greve de 9 a 13 de junho, colocando nos respetivos lugares médicos e paramédicos militares.

Na nota emitido este domingo, 8 de junho, Frente Social disse que “a referida medida viola os acordos de prestação dos serviços mínimos assinados em diferentes estruturas hospitalares do país entre estruturas sindicais de base e as direções responsáveis, em relação aos números dos profissionais afetos para assegurar os serviços mínimos”.

Os sindicatos da saúde e educação lembram que “durante a greve o empregador não pode substituir os trabalhadores em greve por pessoas que a data do pré-aviso não trabalhassem na empresa nem, a partir daquela data, proceder admissão de novos trabalhadores enquanto a greve durar”.

De acordo com a Frente Social na nota “para a efetivação da greve projetada para iniciar dia 9 [segunda feira] e terminar dia 13 [sexta feira] do presente mês foram negociados e acordados a prestação dos serviços mínimos ou serviços de urgência hospitalar em todas estruturas hospitalares em conformidade com as leis”.

“Também foram respeitados todos os procedimentos legais pela Frente Social e, sendo que o motivo exclusivo da greve é a defesa dos direitos e dos interesses dos trabalhadores dos dois sectores, qualquer medida tomada pelo Governo no sentido de substituir os trabalhadores em greve pelos médicos e paramédicos militares constituí uma grave violação da Liberdade Sindical e de Direito de Greve enquanto direitos fundamentais dos trabalhadores, pelo que as entidades vocacionadas e competentes devem intervir e tomar medidas adequadas para travar tal pretensão e prevenir precedentes e as suas consequências, ato este que é inaceitável a qualquer empregador”, lê -se

Frente Social apela ao executivo, que “zele pelo recurso aos meios legais para fazer face as greves, nomeadamente pautar pelo mecanismo de diálogo social aberto e franco através de negociações e cumprimento de memorandos”

Por CNEWS - 08/06/2025

PRIMEIRA CONFERÊNCIA SOBRE A PISCICULTURA NA GUINÉ-BISSAU

Dezenas de jovens preocupados com o meio ambiente e gestão sustentável dos recursos naturais participam na primeira conferência sobre Piscicultura na Guiné-Bissau organizada pela emprensa Mané Nanque Psicultura. 

Sob lema "Piscicultura Sustentável na Guiné-Bissau: Sustentando o que nos sustenta" este evento é realizado precisamente hoje (08.06) em que é celebrado o dia mundial dos oceanos. 

Vários temas serão debatidos nesta conferência nomedamente: Sustentabilidade e Gestão Integrada da Água e dos Recursos Naturais; Inovação, Produção Emcadeias de Valor na Piscicultura e Geopolítica, Direito e Infraestruturas Marinhas. Os participantes vão "refletir sobre a saúde dos oceanos, sobre os recursos marinhos e como é possível criar soluções que vão impactar positivamante os oceanos". 

Os jovens promotores deste evento liderados pelo jovem empreendedor Dembo Mané querem produzir no final desta conferência um documento que será entregue as autoridades do país que permita lançar as bases da Piscicultura na Guiné-Bissau.

África Austral: 9 em cada 10 crianças não sabem ler nem interpretar um texto, segundo UNICEF

Crianças na Huíla, no sul de Angola. © RFI/Lígia Anjos

Em Angola, a Agência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) diz que 9 em cada 10 crianças, na África Austral, abrangendo Luanda, não sabem ler, nem interpretar um texto. A UNICEF revela que a situação é preocupante e lamenta o facto de alguns governos da região ainda preterirem o investimento na educação, em detrimento de outros sectores.

A coordenadora das Parcerias Juvenis da Agência das Nações Unidas para a Infância em Angola, Ana Rita e Silva, sinaliza que as políticas públicas de empregabilidade ainda não correspondem às expectativas, nem as necessidades dos jovens, apesar dos esforços do governo para mudar o quadro.

“Nós trabalhamos sempre em parceria com o governo, mas ainda estamos aquém daquilo que são as expectativas dos próprios jovens, as necessidades dos próprios jovens. Então, daí também haver esforço conjunto da UNICEF com o governo, para que possamos superar esses desafios e, obviamente, garantir que os nossos jovens tenham cada vez mais e melhor condições”, lamentou a diplomata ao serviço do UNICEF.

Quanto ao aproveitamento e sucesso escolar, a Agência das Nações Unidas para a Infância, manifesta preocupação pelo facto de existir, na região austral, um grande número de crianças menores de 11 anos que não sabe ler e compreender um texto. A especialista em Educação da UNICEF, Raquel Fernão, responsabiliza os governos da região pelo fraco investimento no sector da educação.

“As estatísticas que nós temos a nível regional, portanto, estou a falar dos países da África Austral, demonstram que 9 a cada 10 crianças, com 10 anos de idade, ainda não conseguem ler e interpretar um texto. A UNICEF tem de continuar a divulgar o plano de necessidade de aumentar o nosso nível de investimento na educação e voltar a sublinhar a questão da melhoria, não só de investimento em termos de volume, mas também da qualidade”, alertou Raquel Fernão.

Por: Francisco Paulo
Conosaba/rfi.fr/pt

sábado, 7 de junho de 2025

10 de Junho de 2025 - Olivença celebra o 10 de Junho com inauguração do busto de Camões

 

No âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a cidade de Olivença prepara-se para uma celebração especial este 10 de junho. A data, que homenageia o poeta Luís Vaz de Camões e a língua portuguesa, será marcada pela inauguração de um busto em sua honra, oferecido pela UCCLA, simbolizando a forte ligação cultural entre Portugal e a comunidade oliventina. 

A cerimónia ocorrerá na Rua Lope de Vega, um espaço emblemático da cidade, e contará com a presença de autoridades locais, representantes da UCCLA e membros da comunidade. O busto, esculpido em bronze e da autoria de Diogo Munõz, foi concebido para refletir a importância de Camões como exponente máximo da literatura portuguesa e da lusofonia.


O início das festividades está marcado para as 12 horas, na Praça da Constituição, com a intervenção do Alcalde de Olivença, Manuel González Andrade, e do Secretário-Geral da UCCLA, Luís Álvaro Campos Ferreira. 


O programa inclui, também, a leitura de “Os Lusíadas” por alunos dos Centros Educativos de Olivença, uma degustação de petiscos portugueses e uma visita guiada à exposição “Camões - Pilar de Identidade Cultural”.

A finalizar as comemorações, terá lugar, pelas 21h30, na Praça de Espanha - Terreiro de Chão Salgado, a atuação musical de Princezito, de Cabo Verde, e de Rhodália Silvestre, de Moçambique.

Esta iniciativa, que assinala também os 40 anos da UCCLA, reforça o compromisso de Olivença em preservar e promover a herança cultural portuguesa, estreitando laços com as comunidades lusófonas e celebrando a riqueza da língua e da literatura que unem os povos. 

As comemorações do 10 de Junho em Olivença representam um momento significativo de união e celebração da língua portuguesa, reafirmando o compromisso da cidade com a preservação e promoção da sua rica herança cultural.

Princezito

Carlos Alberto Sousa Mendes, de nome artístico Princezito, nasceu em Cabo Verde, quatro anos antes da independência, na ilha de Santiago, vila do Tarrafal - Monte Iria, zona onde a lendária cantadeira de Finason -Bibinha Kabral -viveu os últimos anos de vida, senhora de quem Princezito cobiçou a arte de cantar.

Estudou na escola da vila onde nasceu, desde muito cedo despertou a admiração dos professores e dos colegas, pela originalidade na escrita e declamação dos seus próprios poemas, arte que aprendera em casa com os irmãos mais velhos.

Durante os oito anos que viveu em Cuba, Princezito absorveu a grande diversidade cultural daquele país, dos ritmos e cantos afro cubanos passando pela música popular e contemporânea.

Foi o preceptor do projeto “AYAN”, registo discográfico que evidenciou a nova tendência do estilo Batuku e projetou a chamada geração Pantera. Uma produção que contou com a participação de Tcheka, Vadu, Djingo e do próprio Princezito que trouxe à terra uma réplica de “Lua”, a composição de sua autoria que tem vindo a marcar o sentido e a alma dos muitos que a escutam. Registada por Mayra (CD) e Lura (DVD).

Rhodália Silvestre

Filha de pais moçambicanos, nascida em Mbabane, na Swazilândia, em 1986. Desde muito cedo Rhodália mostrou talento para a música, não fosse o seu pai o Maestro Faustino António Chirute, um dos poucos africanos formados em regência de orquestras na ex-URSS e mentor do Majescoral - Maputo Jazz Espiritual Coral. Embora o progenitor tenha sido um dos principais influenciadores da sua carreira musical, nos fins de semana, o seu exercício musical balançava entre harmonias e ritmos que iam desde a música clássica, ao R&B, ao jazz, ao reggae, notando-se uma enorme influência dos ritmos africanos que, conjugados com afro-jazz, influenciaram a sua notável criatividade, através das suas composições musicais e sentido das suas letras.

Rhodália é por isso uma cantautora moçambicana, vencedora de vários prémios, destacando-se o prémio revelação Ngoma Moçambique 2017, a melhor voz de Moçambique no Ngoma Moçambique 2018, de novo a melhor voz no Ngoma Moçambique em 2022 e ainda o prémio Vibratoques da Vodacom. De referir que Rhodália Silvestre foi finalista na edição de 2025 do programa “Got Talent Portugal”.

Esta voz poderosa lançou o seu álbum de originais, Wansati, com 12 temas, editado em 24 de julho de 2020 pela produtora Modigi, com a colaboração do consagrado baixista moçambicano Sacre que, tal como ela, foi integrante do agrupamento moçambicano Banda Azul, sensação dos anos 2000 que tinha Rhodália (2006), como vocalista principal.

Possuidora de uma personalidade forte que se impõe com naturalidade, além de ser uma grande cantora, possui também outras capacidades em que, mais uma vez, sobressai a sua resiliência de grande lutadora. Canta em inglês, português, Zulu, Xhosa, Shangane, Swati e Chichewa, comunicando fluentemente nestas línguas. 


Com os melhores cumprimentos,

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

uccla@uccla.pt | www.uccla.pt Facebook | Linkedin | Youtube | Instagram | Twitter | ISSUU 


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"KUSSUNDE" Tabanca de Ntchete, arredores do sector de Bula, realiza hoje a tradicional dança de "Kussunde", aldeia da qual, Sérgio Ntchete é natural.

 

Kussunde, é uma das atividades culturais da etnia BALANTA conhecida essencialmente pela sua dança e cânticos que mobilizam toda a comunidade à sua volta.
‎O evento é patrocinado por API-CABAZ GARANDI, tendo como padrinho - Sérgio Ntchete, chefe de gabinete do presidente do PRS, Dr. Fernando Dias.

Não percam, pois a partir das 15h estaremos transmitindo evento, em direto.

AMI I PRS



IMAME DA MESQUITA CENTRAL DE MANSOA CRITICA PASSIVIDADE DAS AUTORIDADES NO COMBATE AO USO DE DROGAS NO PAÍS


O imame da Mesquita Central de Mansoa, Cheik Mamadu Djau Djaló, manifestou hoje (07/06/2025) a sua profunda preocupação com o comportamento de muitos jovens guineenses que consomem diferentes tipos de estupefacientes, criticando a passividade das autoridades na criação de estratégias eficazes para combater o problema.

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, após a oração da Tabaski, o líder religioso afirmou que esta questão não deve ser uma preocupação exclusiva dos líderes religiosos, mas de toda a sociedade.

“A delinquência está a destruir a nossa sociedade. (...) A cada dia que passa, a nossa comunidade caminha para o pior”, lamentou.
O imame acusou as autoridades nacionais de cumplicidade face ao agravamento da situação, sublinhando que estas possuem os meios necessários para agir, mas optam por não intervir.

“As nossas autoridades têm poder e meios para pôr fim a esta situação de forma decisiva, mas são cúmplices. Sabem quem vende essas drogas. Há uma necessidade urgente de assumirem as suas responsabilidades para travar esta calamidade que ameaça o futuro da nossa juventude”, afirmou.

Cheik Mamadu Djau Djaló salientou ainda que esta não é uma realidade desejada por nenhuma sociedade e alertou para o crescimento descontrolado do consumo de drogas entre os jovens, uma situação já várias vezes denunciada por organizações juvenis no país.
RSM: 07 06 2025

Mensagem de Dom Lampra em crioulo para todos catequistas.

 


Médica guineense diz que África não pode continuar a depender absolutamente da ajuda externa


Lisboa, 06 jun 2025 (Lusa) - A médica guineense Magda Robalo declarou hoje à Lusa que a ajuda anunciada esta semana ao continente africano por Bill Gates é "uma notícia positiva", mas África não pode continuar a depender absolutamente da ajuda externa.
Para a ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau, o financiamento de 175 mil milhões de euros ao continente africanos durante 20 anos, anunciado esta semana em Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da União Africana, por Bill Gates, é "uma notícia muito positiva" e há que "ter a noção de que a maior parte dos países africanos vai continuar a precisar da cooperação internacional para reforçar os seus sistemas de saúde".

No entanto, na opinião da presidente e cofundadora do Instituto para a Saúde Global e Desenvolvimento da Guiné-Bissau, "o que não pode continuar a acontecer é a dependência absoluta" do financiamento externo ao continente.

Segundo a médica, os países africanos precisam de ter planos próprios para financiar "a maior parte" dos seus programas.

"Por isso, é preciso desmistificar a questão da ajuda externa. Nós vamos continuar a precisar, e é bem-vinda, mas ela tem que ser negociada noutros termos", frisou a ex-diretora de Doenças Transmissíveis na Organização Mundial da Saúde em África.

"Ela [a ajuda externa] tem que ser negociada nos termos das prioridades dos países, que têm de assumir a liderança dos seus sistemas de saúde (...), e têm de não ter medo de dizer não quando a ajuda externa não é necessariamente aquela de que precisam ou que vai de encontro às suas prioridades", reforçou a especialista em saúde pública.

Para Magda Robalo, existe a tendência global de se fazer um diagnóstico "muito redutor daquilo que são as necessidades da saúde".

A médica defende que é preciso acabar com a corrupção e melhorar e eficiência dos serviços, mas existem também outros fatores que precisam de ser desenvolvidos.

"Esquecemo-nos que, enquanto não houver desenvolvimento de infraestruturas rodoviárias, para que as pessoas tenham um acesso mais facilitado aos cuidados de saúde, água potável, energia, uma boa educação" (...) os sistemas de saúde também não se vão desenvolver", contextualizou.

De uma forma geral, Magda Robalo defende que os países africanos têm de crescer economicamente para que os orçamentos estatais possam ter margem de financiamento para a saúde.

Por outro lado, muitos países africanos estão focados em pagamentos de dívidas, o que os impede de "criar um espaço fiscal para investir", lamentou.

"Por isso, é preciso, a nível macro, a nível global, reformas no sistema financeiro e que os termos de empréstimo para os países africanos sejam mais justos", aconselhou.

Na sua opinião, tem de haver "mais disponibilidade para dívidas concessionais [em condições mais favoráveis e para áreas específicas] - para que se possa investir nos setores que trazem crescimento económico e que haja, portanto, utilização do excedente para investir nos setores vitais, como a saúde e a educação" - e também mais trocas comerciais dentro do continente, acrescentou.

Outra questão a ser melhorada é as condições de trabalho dadas aos profissionais, porque "as pessoas não têm boas condições e os hospitais não estão bem adaptados".

É preciso melhorar o setor para prestar "cuidados à população que sejam dignos" e, para a infeciologista, as mulheres são o pilar da área da saúde, pois constituem "a maioria dos profissionais".

No entanto, "infelizmente, as mulheres ainda se debatem com problemas de remuneração inferior" e são-lhes negados cargos de liderança, indicou.

Essa foi uma das razões para a criação do grupo Mulheres Lusófonas na Saúde, em 2023.

Magda Robalo defende a necessidade de lideranças femininas porque estas aplicam "uma diferença enorme na gestão e nas preocupações básicas daquilo que são as necessidades da população".

"O grupo das mulheres lusófonas existe para isso, para trabalhar junto à sociedade e aos governos para ajudar na elaboração de políticas que se afastem das práticas que têm sido as mais usadas até agora", concluiu.

O Presidente da República, foi recebido pelo Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, John Lee-Chiu, no âmbito da sua visita de trabalho à China.


Durante o encontro, foram destacadas as relações de excelência entre a Guiné-Bissau e a República Popular da China, com foco na promoção da cooperação económica e financeira.
O Presidente realçou o papel estratégico de Hong Kong como praça financeira e polo tecnológico, e manifestou interesse em estabelecer parcerias nos sectores da agricultura e modernização económica.







Bolsonaro no banco dos réus para ser interrogado sobre tentativa de golpe de Estado


O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro estará segunda-feira sentado no banco dos réus para ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado que terá planeado contra Lula da Silva após perder as presidenciais de 2022.

Para além do ex-Presidente vão também ser ser interrogados na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno, (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro).

Apenas o último, por se econtrar preso preventivamente no Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência. Todos os restantes serão interrogados presencialmente na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Fontes judiciais afirmaram que a intenção é que o julgamento seja concluído ainda este ano e que as sentenças sejam proferidas entre outubro e novembro.

Todos eles foram acusados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de património.

A data da inquirição foi marcada pelo juiz Alexandre de Moraes, na condição de relator do processo, considerado inimigo número um dos bolsonaristas, depois de a última das testemunhas convocadas pela acusação e pelos advogados de defesa ter prestado depoimento na semana que agora findou.

Desde 19 de maio, depuseram 52 testemunhas e os depoimentos que mais podem comprometer Bolsonaro foram dados por dois ex-chefes militares, que confirmaram terem sido convocados pelo então Presidente, em dezembro de 2022, para discutir alternativas para impedir a posse de Lula da Silva.

Um deles foi o ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, que disse aos juízes que Bolsonaro consultou os chefes das Forças Armadas sobre a possível implementação de um estado de sítio e "intervenção" na Justiça Eleitoral.

Freire Gomes deixou clara a sua oposição e avisou Bolsonaro que deveria "avaliar todas as consequências", pois se enveredasse por esse caminho seria "enquadrado juridicamente".

O encontro foi confirmado pelo ex-chefe da Aeronáutica Carlos Batista Júnior, que endossou as palavras de Freire Gomes e afirmou que as propostas de Bolsonaro são "um atentado ao regime democrático".

Ambos também concordaram num outro ponto e declararam que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, outro dos acusados neste processo, foi o único chefe militar que não se opôs claramente a estes planos de golpe.

O plano golpista terá começado após a vitória do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.

Nas presidenciais de 2022, Lula da Silva venceu Bolsonaro, que se recusou a reconhecer a derrota, descredibilizou o sistema e o processo eleitoral (que levou à proibição de se recandidatar para cargos públicos durante oito anos) e icentivou os seus seguidores a montarem acampamentos em frente a bases militares para protestar contra o resultado das presidenciais e para exigirem uma intervenção militar.

No dia 08 de janeiro de 2023, enquanto o novo Presidente brasileiro, Lula da Silva, se encontrava fora de Brasília a visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas, um grupo de radicais, apoiantes de Jair Bolsonaro, influenciados por meses de desinformação sobre urnas eletrónicas e medo do comunismo, invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

Lusa 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Choque entre estes dois camiões de carga na "volta de Bissau", sem danos maiores. Segundo apurou a CFM, não há registo de vítimas.

 

O ESTADO E A RELIGIÃO

É frequente ouvir as pessoas a dizerem ou escreverem o seguinte: "Não, sabem que a religião é sensível, o nosso Estado é laico, etc."

Sem a intenção de ofender ninguém, acho que as pessoas que fazem estes argumentos desconhecem ou não sabem das relações (cumplicidades) históricas que sempre existiram entre qualquer Estado, Nação ou território com os seus praticantes de seitas ou religiões.
Eis os factos:
1. O Império Romano adoptou o Cristianismo depois do século 4;
2. Os descobrimentos decorreram sob às bandeiras da religião cristã ou em nome de uma fé em particular;
3. Durante a época colonial Europeia por todo o mundo, a religião cristã esteve no epicentro de quase todas as decisões. No caso da Guiné-Bissau, basta pesquisar o papel das missões franciscanas não só no processo de evangelização, mas mesmo nas áreas de saúde, educação, e tantas outras estritamente ligadas à administração. Os registos históricos apontam também para os primeiros ensaios que a administração colonial fez para se aproximar e influenciar os "Tidjaniyas" na Guiné Portuguesa. Já agora, sabiam que a administração colonial portuguesa foi a primeira a oferecer bolsas de peregrinação à Meca e à Fátima? (Um texto sobre esta matéria mais tarde);
4. A própria nação norte-americana (Estados Unidos da América), embora proclame o princípio de laicidade, foi fundada em base da teocracia Judeia-Cristã;
5. Na Grécia e na Rússia há uma predominância da Igreja Ortodoxa nos assuntos do Estado;
6. Hoje, muitos estados do mundo são classificados como "Estados Islâmicos" (vide o Médio Oriente, a Ásia, a África);
7. Mesmo muitos estados que reclamam uma certa secularidade têm, infalivelmente, certas tendências confessionais com uma dose de mistura entre a democracia, teocracia, monarquia, etc.
PORTANTO, meus caros amigos e compatriotas...
Não nos deixemos consumir com as contradições e os desafios que a fé e a religião sempre tiveram no homem moderno. Quando esse homem assume o poder político, a sua tendência ou preconceito não se esvanece. Nos EUA, embora não obrigatório, o Presidente da República toma o seu juramento com a Bíblia na mão.
Resumindo: a religião foi (e será sempre) um dos mecanismos/instrumentos do poder político e social.
Agora, o que é desejável é permitir a livre prática e uma sã coexistência entre todas as religiões num determinado espaço geográfico, em prol da paz social, do bem-estar físico e espiritual e do desenvolvimento.
E, dentro desse mesmo espaço -- no espírito da separação de poderes -- respeitar também os que preferem não professar absolutamente nada.
--Umaro Djau
Deputado da Nação
5 de Junho de 2025


Festa muçulmana na Guiné-Bissau com dispensa de serviço sexta e feriado sábado



O Governo da Guiné-Bissau anunciou hoje a dispensa de serviço aos funcionários públicos na sexta-feira e decretou feriado nacional no sábado por ocasião da festa Tabaski, que está a dividir opiniões entre os fiéis muçulmanos.

Em comunicado enviado à Lusa, o executivo guineense refere que a festa de Tabaski, conhecida também pela festa de sacrifício do carneiro, por ser um feriado móvel, impõe ao Governo o dever de decretar a data em que é observado.

“Por ser uma festa da família entre os fiéis da religião islâmica em que ocorrem deslocações de pessoas para várias localidades do país”, o Ministério da Administração Pública “concede dispensa de serviço na sexta-feira, 06, e feriado nacional, no sábado, dia 07, aos funcionários da administração pública e entidades privadas”, lê-se no documento.

A comunidade muçulmana guineense tem-se mostrado profundamente dividida sobre o dia da festa do Tabaski, sendo que alguns afirmam que será na sexta-feira e outros alegam que será no sábado.

Líderes de duas organizações representativas da comunidade islâmica guineense, imame Ali Ibrahim Bodjan, da Comissão Nacional de Observação Lunar, e imame Aliu Coté, da União Nacional de Imames da Guiné-Bissau, deram na quarta-feira conferências de imprensa, separadas, em Bissau, com posições antagónicas sobre o dia da reza.

A reza é o momento alto das festividades de Tabaski, em que um muçulmano adulto com possibilidades deve sacrificar um carneiro e dividir a carne com os familiares, amigos e vizinhos.

Em nome da Comissão Nacional de Observação Lunar — astro pelo qual se orienta o calendário islâmico -, Ali Bodjan, imame da principal mesquita da Guiné-Bissau, afirmou que a reza deve ser na sexta-feira, “de acordo com as orientações do Profeta do Islão”.

Na crença popular guineense diz-se que se a reza das festas islâmicas acontecer na sexta-feira, isso pode levar à queda do poder do Presidente da República.

Vários sábios muçulmanos têm desmentido essa alegação, lembrando que o islão não se revê em mitos.

Em sentido oposto, Aliu Coté, da União Nacional dos Imames, disse que a reza de Tabaski será no sábado, o que, assegurou, será observado pela maioria das mesquitas e centros de concentração da população muçulmana da Guiné-Bissau.

Em situação idêntica, em 2022, as autoridades, que tinham decretado o feriado para a festa de Tabaski num dia, dispersaram à força os fiéis muçulmanos que tentaram rezar no dia seguinte em várias localidades da Guiné-Bissau.

A festa de Tabaski, também conhecida por Eid-Ul-Adha, ocorre após a peregrinação dos muçulmanos a Meca, na Arábia Saudita, e serve para lembrar o momento em que o profeta Abraão tentou sacrificar o seu único filho a pedido de Deus, mas este acabou por o impedir, colocando um carneiro no lugar do sacrifício.

Lusa

Guiné-Bissau deita anualmente 409 toneladas de lixo plástico no mar



A Guiné-Bissau gera anualmente 409 toneladas de lixo plástico que acaba no mar mesmo com a lei que proíbe a produção e comercialização de sacos de plástico, segundo o Governo guineense e as Nações Unidas.

Em mensagem, assinada também pela representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Alessandra Cassazza, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, hoje celebrado, o ministro do Ambiente guineense, Viriato Cassamá, que também tutela a pasta da Biodiversidade e Ação Climática, afirmou que a Guiné-Bissau produz sacos, garrafas e embalagens de alimentos em plástico "amplamente utilizados e deitados em lixeiras a céu aberto".

Em 2013, o Governo guineense decretou a proibição de comercialização e distribuição de sacos plásticos feitos de polietileno, propileno e polipropileno, mas a medida não tem sido observada, defendem os ambientalistas.

"Os resíduos plásticos são uma preocupação crescente na Guiné-Bissau. O país gera cerca de 409 toneladas de poluição plástica marinha por ano, particularmente em centros urbanos como Bissau, onde a capacidade de gestão de resíduos sólidos é muito limitada", declararam Viriato Cassamá e Alessandra Cassazza.

A cidade francesa de Nice acolhe entre os dias 09 a 13 de junho a terceira Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos (UNOC), que junta cerca de 100 países, entre os quais a Guiné-Bissau, que é representada por Viriato Cassamá.

Na mesma mensagem, os dois responsáveis assinalaram que, por ser barato, o saco plástico "é omnipresente" nas atividades dos guineenses, nomeadamente nas compras, mas as consequências ambientais "são significativas".

Viriato Cassamá e Alessandra Cassazza destacaram que os sacos plásticos "são fabricados a partir de recursos não renováveis, como o petróleo", para uma utilização única, mas que demoram cerca de 450 anos para se decomporem.

Devido à falta de um sistema de gestão e às chuvas, inundações e despejo direto, os sacos plásticos vão parar ao mar, observaram.

"Muitos destes plásticos vão parar aos rios, aos mangais e, por fim, ao Oceano Atlântico", sublinhou o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática guineense e a representante do PNUD na Guiné-Bissau.

A atividade piscatória e a navegação também são outras fontes de poluição marinha por plástico, notaram.

Numa outra comunicação individual, através de um vídeo enviado à Lusa, Viriato Cassamá considerou que, "embora o país não seja produtor de sacos plásticos", a luta contra aqueles materiais "constitui prioridade nacional" pelos danos que provocam ao ambiente, pesca, à saúde da população e à vida das comunidades piscatórias ribeirinhas.

Viriato Cassamá destacou ser fundamental "aumentar a consciência nacional dos males de resíduos em plástico" e enalteceu uma campanha lançada pelo seu ministério, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o PNUD e a Rede Juvenil de Ação Climática, em dezembro de 2024, para "uma ampla sensibilização" sobre o uso do saco plástico.

A iniciativa consistiu em sensibilização porta-a-porta, distribuição de materiais informativos e num vídeo com uma mensagem satírica sobre os "perigos" que o saco plástico representa para o ambiente.

No vídeo, produzido pelo Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), a circular nas redes sociais de guineenses, a humorista Djanira Camará "critica" um homem que, dentro de um carro, deita no passeio um saco plástico após beber a água que estava no recipiente.

O vídeo termina com o homem a reconhecer o seu erro e a prometer "nunca mais" atirar saco plástico para o chão.

Lusa