segunda-feira, 7 de outubro de 2024

ASSOCIAÇÃO DE DIABETES LAMENTA O AUMENTO DO NÚMERO DE CASOS DE PESSOAS CUJOS PÉS SÃO AMPUTADOS NA GUINÉ-BISSAU

A presidente da Associação Suíça de Assistência a Pessoas com Diabetes na Guiné-Bissau, Gisa Lopes, lamentou que o número de pessoas com os pés e dedos amputados por causa de diabete no país tenha aumento, devido à falta de condições financeiras, para que pudessem ter uma boa alimentação para manter um nível adequado de açúcar no sangue.

“Estamos muito preocupados. Diabete é uma doença silenciosa que traz outras complicações e as complicações que vimos na Guiné-Bissau, o mais grave de tudo é a amputação, uma vez que existem muitas pessoas que sofreram amputações de pés e dedos por causa de diabetes. Tudo isso, tem a ver com condições financeiras. Muitas pessoas foram vítimas de amputação por carecerem de uma alimentação correta e equilibrada”, lamentou Gisa Lopes.

Lopes falava esta sexta-feira, 04 de outubro, à imprensa à margem do seminário de capacitação aos profissionais de saúde pública sobre diabetes no hospital Militar em Bissau, na qual lamentou ainda a fraca capacidade financeira dos pacientes para a compra de medicamentos para o tratamento.

Segundo a explicação de Lopes, os casos de pessoas com diabetes têm aumentado muito no país, no âmbito das sessões realizadas pela Associação Suíça de Assistência a Pessoas com Diabetes, com despistagem da doença e consultas no Hospital Simão Mendes em Bissau. Além de diabetes, durante esta sessão de consultas foram detectadas muitas pessoas com sintomas da hipertensão.

Lopes, que padece desde criança de diabete, assegurou que a carência financeira e a falta de sensibilização são dois fatores que contribuem drasticamente para o aumento do número de casos de diabetes na Guiné-Bissau.

“A falta de sensibilização contribui, sim, para o alargamento desta doença, devido à falta de meios para aplicar os conselhos que recebem para proteção desta doença. Por isso, na minha opinião, a carência é um dos fatores que contribui para o aumento do número de casos de diabetes no país”, acrescentou.
A presidente da Associação Suíça de Assistência a Pessoas com Diabetes na Guiné-Bissau, que está em Bissau para acompanhar os projetos que a associação tem desenvolvido no país em defesa das pessoas com diabetes, apelou ao executivo a trabalhar para estancar a evolução das diabetes no país.

Lembrou que a associação que lidera há vários anos já iniciou um projeto experimental para as crianças e pessoas com diabetes tipo 2, onde forneceram materiais para horticultura no sentido de cultivarem os próprios alimentos para ajudar a estabilizar a glicemia.

A referida associação com sede na Suíça tem trabalhado juntamente com a Associação para Saúde e Luta Contra asDiabetes na Guiné-Bissau (ASLUC DIABETES-GB), para aumentar a “conscientização, prevenção e o rastreamento”, a fim de reduzir o índice de amputações e mortes no país, graças ao apoio que tem recebido dos seus parceiros internacionais.

Para além das consultas e ações para a prevenção de diabetes, as duas organizações têm oferecido “medicamentos gratuitos” há mais de três anos, a pessoas com diabetes com apoio do governo da Suíça.

Neste âmbito, uma delegação Associação Suíça de Assistência a Pessoas com Diabetes liderada por Gisa Lopes entregou esta semana medicamentos para o tratamento de diabetes ao seu parceiro ASLUC DIABETES-GB e ao Hospital Simão Mendes, principal unidade hospitalar da Guiné-Bissau. Estes medicamentos serão distribuídos futuramente aos pacientes.

Segundo a explicação de Gisa, os medicamentos entraram na Guiné-Bissau de “forma gratuita”, graças ao apoio do executivo, nomeadamente o Ministério das Finanças e o Ministério da Saúde Pública.

De salientar que as diabetes, por ser uma doença crónica e progressiva, se não for controlada tem tendência a progredir afetando o corpo. É fundamental o diabético conhecer e controlar a doença, para evitar feridas, úlcera diabética e amputações. O estudo revela que a prevalência da diabetes tipo 2 na Guiné-Bissau é “enorme” e afeta muitos jovens.

Por: Alison Cabral
Foto: AC
Conosaba/odemocratagb.

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