O Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão da Guiné-Bissau passará a chamar-se “Liga Orange”, durante a época desportiva 2024-2025, após acordo alcançado entre a Liga Guineense dos Clubes de Futebol (LGCF) e a Empresa de Telecomunicações “Orange Bissau”, que opera no país desde 2007.
O acordo, que vai permitir à Orange Bissau ser a principal patrocinadora do Campeonato Nacional de futebol durante uma época desportiva, foi rubricado no mês de setembro do ano em curso, entre as duas instituições, permitindo à LGCF melhorar os prémios de Campeão Nacional da Primeira e Segunda divisões de Futebol.
A informação foi transmitida à seção desportiva do Jornal O Democrata esta terça-feira, 29 de outubro, pelo próprio presidente da LGCF, Dembo Sissé, durante uma entrevista para anunciar os preparativos, tendo em vista a nova época desportiva que arranca no mês de novembro na Guiné-Bissau.
“Os campeonatos da primeira e segunda divisão serão denominados a Liga Orange, após acordo que a LGCF chegou com a empresa Orange Bissau. Assinamos o contrato de patrocínio para uma época desportiva 2024-2025. Os valores que a Orange Bissau afeta à Liga nos permitirá melhorar os prémios dos campeonatos da época que se avizinha, aumentando 50% do valor atribuído ao campeão nacional, 10 milhões de francos CFA, totalizando 15 milhões de francos CFA. O prémio da segunda divisão sai de 5 milhões francos CFA para 7,5 milhões de francos CFA”, declarou Dembo Sissé.
Embora não tenha revelado o montante total que a empresa Orange Bissau vai disponibilizar como patrocinadora oficial, Sissé assegura que o apoio desta empresa de telecomunicações ajudará a acompanhar as dinâmicas e o reforço das capacidades dos clubes, através das subvenções.
Satisfeito pelo fato de a Guiné-Bissau conseguir o primeiro patrocínio oficial para o Campeonato Nacional após 50 anos de independência, Sissé enalteceu o apoio prestado pela Presidência da República, que permitiu a LGCF alcançar o acordo com a empresa Orange Bissau no mês de setembro, após vários encontros em busca de um entendimento.
“Foi possível chegar ao acordo com a magistratura de influência do Chefe de Estado. Enviamos correspondências para diferentes empresas sediadas, mas não responderam. No encontro que tivemos com o Presidente da República, pedimos que utilizasse a sua magistratura de influência junto das empresas para apoiarem os clubes de futebol. Neste sentido, o Presidente da República fez questão de convocar todas empresas, incluindo a Orange Bissau, pedindo para apoiarem os clubes e a Orange foi a única que se disponibilizou em fazê-lo.
Sissé, que já entrou no terceiro ano do mandato como presidente da LGCF, assegurou que o contrato é apenas de uma época desportiva, mas tem possibilidade de ser renovado. Defendeu que é fundamental que a Lei do Mecenato, um conjunto de incentivos de natureza fiscal, se traduza na redução de impostos a quem contribua para o desenvolvimento cultural num país.
Relativamente ao início da época desportiva aberta a 07 de outubro, onde os clubes estão com as formalidades administrativas, nomeadamente as inscrições dos seus atletas, disse que a instituição que organiza o Campeonato Nacional já realizou duas ações de formação para os dirigentes dos clubes nas instalações da casa dos direitos em Bissau.
Segundo as explicações de Sissé, a Direção da LGCF já teve encontro de concertação com a Direção Técnica da Federação de Futebol da Guiné-Bissau e na próxima semana será realizado o sorteio do Campeonato Nacional da primeira divisão.
Com a realização do sorteio, a Liga Orange inicia na terceira ou quarta semana de novembro de 2024. Mas, o início do Campeonato Nacional será antecipado do jogo da Super Taça, entre o Sport Bissau e Benfica, campeão nacional, e a União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB).
Em relação ao Campeonato da Segunda Divisão, o presidente da LGCF assegurou que a prova apenas arranca no mês de janeiro de 2025, tendo em conta a última deliberação da Federação de Futebol que exigiu dos clubes a realização decongressos ordinários para renovar os seus órgãos sociais.
Sissé afirmou que órgãos sociais de oito clubes já terminaram o seu mandato de 4 anos, entre os quais o Benfica de Bissau. Caso não renovem os respetivos órgãos sociais estarão em risco de não receberem a subvenção da Federação de Futebol e com a possibilidade de não participarem no Campeonato Nacional.
Neste sentido, Sissé disse que a LGCF está agora a sensibilizar os clubes para trabalharem na renovação dos seus órgãos sociais o mais breve possível para evitar riscos maiores.
Para além do patrocínio que a LGCF conseguiu nesta época desportiva, os clubes de futebol vão poder jogar nos dois estádios com relvado sintético. Trata-se do Estádio Saco Vaz, em Canchungo, e Estádio Pelé, em Bafatá, segunda capital da Guiné-Bissau.
Os trabalhos de requalificação dos dois estádios estão na fase final, segundo o presidente da LGCF.
A LGCF perspetiva que, na época desportiva 2024-2025, todos os jogos da Liga Orange sejam realizados nos Estádios Lino Correia, Saco Vaz e Pelé. Sissé anunciou que a direção que preside terá um encontro com a ministra da Cultura, Juventude e Desportos, Maria da Conceição Évora, no sentido de permitir que alguns jogos da Liga Orange sejam realizados no Estádio Nacional 24 de setembro em Bissau.
O Estádio Nacional 24 de setembro é o único recinto do país com a capacidade para receber os jogos internacionais, mas nos últimos anos tem sido utilizado apenas nos jogos da seleção da Guiné-Bissau, na fase de qualificação para o Campeonato Africano das Nações (CAN) e o Campeonato do Mundo.
O clube de Cumura, que na última época desportiva conseguiu a subida à primeira divisão, será a grande novidade da Liga Orange. O clube, sediado nos arredores de Bissau, será representante da região de Biombo no Campeonato Nacional da primeira divisão da época desportiva 2024-2025.
A outra novidade será a equipa de Háfia de Bafatá, que há anos esteve na segunda liga, finalmente vai disputar a Liga Orange nesta época.
No ano em que Amílcar Cabral completou o seu centenário, a Direção da LGCF prometeu que realizaria uma competição com o nome do pai das nacionalidades da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde, aumentando o número de jogos para os atletas nacionais.
Por: Alison Cabral
Conosaba/odemocratagb
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