sexta-feira, 19 de maio de 2023

PR guineense recusa nomear Domingos Simões Pereira para primeiro-ministro

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que não irá nomear Domingos Simões Pereira para o caro primeiro-ministro, em caso de vitória da coligação PAI -- Terra Ranka nas eleições legislativas de 04 de junho.

Falando hoje na inauguração do porto de pesca artesanal, construído pela China, no bairro de Bandim, em Bissau, Sissoco disse que não colocará entrave a um primeiro-ministro proposto pela coligação PAI- Terra Ranka, desde que não seja o nome do antigo chefe do executivo Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

No passado, “eu disse ‘Domingos Simões Pereira nunca o vou nomear’ (primeiro-ministro). Tem de ir à justiça e esclarecer as questões que pendem sobre si. Isso também é válido para o Geraldo (Martins). É claro e repito, mas isso não significa que se a coligação do PAIGC vencer vou dizer que não” deve formar governo, afirmou Embaló.

O Presidente guineense disse não ter nada contra o PAIGC, que lidera a coligação PAI – Terra Ranca com mais quatro outras formações políticas.

Domingos Simões Pereira foi o candidato que disputou a segunda volta das presidenciais guineenses contra Umaro Sissoco Embaló em 2019 e Geraldo Martins, antigo ministro das Finanças, é o atual vice-presidente do PAIGC.

O Presidente guineense referiu ainda ser possível que o Movimento da Alternância Democrática (Madem G-15) venha a propor uma coligação pós-eleitoral ao PAIGC ou vice-versa caso um dos partidos esteja na frente nos resultados eleitorais.

“As pessoas estão a cometer um erro de avaliação. Os dois partidos são próximos um do outro porque um nasceu do outro”, disse Sissoco Embaló, numa referência ao Madem G-15, fundado por dissidentes do PAIGC, entre os quais o próprio chefe de Estado.

Sem citar o nome de uma formação política, quando falava do erro de avaliação, Embaló estava a referir-se ao Partido da Renovação Social (PRS) que faz parte do atual Governo de iniciativa presidencial, mas que tem atacado as ações do executivo durante a campanha eleitoral.

“Que as pessoas não façam um erro de avaliação e comprem problemas para si. Eu não gosto de ingratos”, sublinhou Sissoco Embaló, considerando “infantilismo político e hipocrisia” quando um partido ataca, na campanha eleitoral, um Governo do qual faz parte.

Vários analistas políticos guineenses admitem ser provável que o PRS e a coligação PAI — Terra Ranca venham a estabelecer um entendimento pós-eleitoral para viabilizar o próximo Governo.

No entanto, Sissoco Embaló avisou que poderá ele próprio procurar um entendimento entre a coligação PAI-Terra Ranca e o Madem G-15.

Conosaba/Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário