Uma semana depois de um primeiro adiamento aquando do seu arranque oficial, começou hoje em Dacar o julgamento do opositor Ousmane Sonko, candidato declarado às presidenciais de 2024 que é acusado de violação. Este primeiro dia efectivo de audiência decorreu na ausência do acusado que recusa comparecer sem garantias de segurança num contexto altamente volátil.
Ousmane Sonko, líder do partido ‘Pastef-les Patriotes’, autarca de Ziguinhor, localidade do sul do país, e terceiro candidato mais votado nas presidenciais de 2019, está a ser julgado por violação e ameaças de morte contra Adji Sarr, empregada de um instituto de beleza em Dacar.
O líder político de 48 anos que admite ter ido ao referido salão de estética fazer uma massagem para aliviar dores lombares crónicas, refuta as acusações de que é alvo e alega que se trata de uma conspiração com vista a afastá-lo da corrida às presidenciais.
Muito popular junto dos eleitores mais jovens que representam sensivelmente metade da população do país, Ousmane Sonko e as acusações que pesam sobre ele despertam tensões que têm resvalado frequentemente para a violência.
O líder partidário que se presume estar refugiado na sua cidade, não compareceu neste primeiro dia de audiência alegando temer pela sua segurança.
No Senegal, a violação é um crime passível de 10 a 20 vinte anos de pena de prisão. Contudo, neste processo, o que está também em jogo é a elegibilidade e o futuro político de Ousmane Sonko que pode ficar incapacitado de concorrer às presidenciais de 2024.
O seu mais directo adversário, o Presidente Macky Sall, eleito em 2012 e reeleito em 2019, não esclareceu ainda as suas intenções sobre uma eventual corrida a um terceiro mandato. Uma hipótese que gera oposição em certos sectores alegando que isto é contrário à Constituição.
Texto por:RFI
Conosaba/.rfi.fr/pt
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