quinta-feira, 10 de julho de 2014

PORTA-VOZ DA RENAMO TRANSFERIDO PARA CADEIA DE ALTA SEGURANÇA DA MACHAVA



António Muchanga ouvido no tribunal de Maputo por incitação à violência, depois de ter sido levantada a imunidade de conselheiro de Estado.
O porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana, detido por uma alegada acusação de incitação à violência, foi transferido para a Cadeia de Alta Segurança da Machava, nos arredores de Maputo. 

António Muchanga foi detido na segunda-feira depois de ter participado numa reunião do Conselho de Estado moçambicano, na qual lhe foi retirada a imunidade de que gozava enquanto membro do órgão de consulta do Presidente da República - Armando Guebuza. Embora não tenha ainda sido confirmada oficialmente, a detenção do porta-voz do maior partido de oposição foi associada a uma acusação de incitação à violência, num ato que a RENAMO classificou de "rapto" e de "ilegal", uma vez que não terá sido legalizada por um tribunal. 

Esta quarta-feira, Muchanga foi ouvido no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo por um juiz de instrução acompanhado pela sua advogada - Alice Mabota, que na terça-feira acusou as autoridades moçambicanas de a impedirem de visitar o seu constituinte, detido na altura na 8ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique, localizada no interior do porto da capital moçambicana. "Não tenho ainda detalhes sobre a acusação que lhe foi imputada, mas isto tudo é uma grande ilegalidade. Foi solicitada a retirada da imunidade, tudo muito bem, mas ele é imediatamente detido, melhor raptado, pela polícia da Casa Militar, sem ter saído do recinto da Presidência da República e sem um mandado de prisão", considerou a chefe da bancada parlamentar da RENAMO em declarações à Lusa. "A Assembleia da República, que foi quem elegeu o António Muchanga como conselheiro de Estado, ainda não tem conhecimento sobre a retirada da imunidade", acrescentou Angelina Enoque. 

obre o processo de exoneração do procurador-geral da República - Augusto Paulino, Angelina Enoque disse que poderá estar relacionada com o caso da detenção de António Muchanga, considerando que existe "uma grande coincidência" entre os dois acontecimentos. "Não sabemos ainda as motivações desta exoneração, mas provavelmente está relacionada com questões de consciência".
rdp

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