O secretário de Estado norte-americano John Kerry disse hoje que é "claro" que o sistema de misseis utilizado para abater o avião da Malaysian Airlines no leste da Ucrânia tem a sua proveniência na Rússia.
"É claro que se trata de um sistema (de misseis) que foi transferido da Rússia para as mãos dos separatistas pró-russos" na Ucrânia, declarou Kerry ao canal de televisão norte-americano CNN.
Entretanto, os peritos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) conseguiram aceder hoje ao local da queda do Boeing 777 malaio e asseguraram que agora têm mais liberdade para supervisionar a zona onde estão os destroços.
Os observadores chegaram hoje a um descampado perto da localidade de Grabovo, zona da catástrofe, para supervisionar na vizinha cidade de Torez o transporte, por comboio, dos cadáveres localizados pelos serviços de emergência ucranianos, antes do trem partir de Donestk, capital daquela região ucraniana.
O chefe da missão da OSCE na Ucrânia, o suiço Alex Hug, contabilizou 196 cadáveres transportados para Donestk em quatro vagões refrigerados.
Hug, acompanhado do porta-voz da missão, o canadiano Michael Bociurkiw, explicou que no campo aberto de Grabovo, onde caiu a mair parte dos restos do avião malaio, restam apenas alguns corpos, aqueles que não estão inteiros.
Três peritos da aviação civil ucraniana acompanham os responsáveis da OSCE.
Os 196 corpos encontrados foram levados para hospitais da cidade de Donestk para serem entregues às autoridades ucranianas, segundo informou um dos líderes separatistas pró-russo, Leonid Baránov.
"Estamos dispostos a entregar os corpos a Mariupol (cidade a sul da região de Donestk, controlada por Kiev), porque já temos problemas de sobra, mas Kiev tarda a decidir", disse.
A bordo do Boeing 777 malaio, que ligava Amesterdão a Kuala Lumpur, seguiam 298 passageiros, tendo a aeronave sido derrubado presumivelmente por um míssil disparado pelos separatistas pró-russos da região.
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