O Secretário Nacional da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau denuncia o seu sequestro no princípio da tarde de ontem, por alguns elementos afetos ao Ministério do Interior, que depois o mantiveram preso por algumas horas nas instalações da Polícia de Intervenção Rápida.
A denúncia de Agostinho da Costa foi feita, hoje, em conferência de imprensa que contou com vários elementos da API Cabás - Garandi e da Coligação PAI- Terra Ranka, horas depois de ser preso sem uma ordem judicial, ocorrida já no final do dia, na presença de cerca de uma dezena de pessoas inclusive, segundo disse, por um agente fardado com patente de Tenente da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).
Agostinho da Costa disse que para o seu rapto, alguns elementos das forças policiais chegaram de táxi.
"Raptar uma pessoa é um ato de covardia. Foi o filho de Botche Candé, Bodjam, e Eli que me raptaram e vieram numa viatura preta de marca Ford e alguns vieram de táxi e me levaram para as instalações do Ministério do Interior", explica Agostinho da Costa que confirmou à Rádio Sol Mansi que foi libertado sem alguma justificação.
Sobre esta denúncia, a Rádio Sol Mansi continua a tentar ouvir a reação do Ministério do Interior e da Ordem Pública.
Entretanto, ainda no decorrer da conferência de imprensa de hoje, Agostinho da Costa denuncia o interrogado a que foi submetido e espancamento por alguns elementos da PIR (Polícia de Intervenção Rápida) que o estavam a obrigar confessar de que todas as suas declarações políticas foram feitas à mando de Nuno Gomes Nabiam, lider da APU-PDGB.
Ele avisa que os responsáveis vão ter que responder por todo este ato praticado.
"Uma pessoa é presa mediante a apresentação de mandado de captura. (…) vão responder pelos crimes cometidos e isso ninguém vai deixá-los em paz", avisa.
Agostinho da Costa garante que a afirmação da democracia é inevitável neste momento na Guiné-Bissau, pedindo que as forças de defesa e segurança defendam o interesse da nação e não de uma pessoa.
O Secretário Nacional da APU-PDGB exige ainda a demissão do chefe do atual Governo, Rui Duarte Barros, porque "como governante não tem a capacidade de organizar os membros do seu governo".
"Cada ministro é primeiro-ministro do seu ministério", sustenta.
Da Costa pede também a todos os líderes políticos que contestam o atual regime, que inclusive estão nas coligações eleitorais API Cabás Garandi e PAI Terra – Ranka, a fazerem uma única frente para o resgate da democracia.
"É chegada a hora, não da teoria mas da prática", enfatiza Agostinho da Costa lembrando que com a atual conjuntura o país perde vários investimentos internacionais.
O político pede que a comunidade nacional e internacional prestem atenção para ajudar os problemas "como começamos no quadro da CEDEAO, para que o sangue não seja derramado porque ninguém é terrorista do Estado".
Agostinho da Costa diz ter sido sequestrado ontem, depois de uma reunião com o líder do seu partido, e ato já teve a reação da LGDH, que exige que a justiça seja feita.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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