domingo, 16 de março de 2025

EUA considera embaixador da África do Sul 'persona non grata'

Ebrahim Rasool, embaixador sul-africano nos EUA. © Cliff Owen / AP

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, considerou o embaixador sul-africano nos Estados Unidos, Ebrahim Rasool, como 'persona non grata' e pediu respeito pelas normas diplomáticas. A África do Sul lamentou a decisão e pediu a todas as partes para manterem o "decoro diplomático", sublinhando que "continua empenhada em construir uma relação mutuamente benéfica" com Washington.

Em causa estão as recentes afirmações do secretário de Estado Marco Rubio, que acusou o embaixador sul-africano Ebrahim Rasool de alimentar “tensões raciais” e que “a administração Trump não tem mais nada a lhe dizer".

A posição de Marco Rubio foi partilhada nas redes sociais, acompanhada de um artigo do site ultra-conservador Breitbart, que relata que Ebrahim Rasool acusou Donald Trump de liderar um movimento supremacista branco global.

Declarações que se seguiram a um discurso proferido pelo diplomata sul-africano durante uma conferência organizada por um instituto com sede em Joanesburgo, onde Ebrahim Rasool explicou que Donald Trump conduzia "uma política de supremacia branca".

Ebrahim Rasool, de 62 anos, apresentou as credenciais no dia 15 de Janeiro de 2025. Na altura, Joe Biden ainda estava no cargo, e Donald Trump prestou juramento cinco dias depois.

Um dia antes, numa entrevista a um canal de televisão sul-africano, SABC News, Ebrahim Rasool reconheceu que a tarefa de embaixador nos EUA seria difícil, sublinhando a necessidade de reiniciar a relação entre os dois países. Isso porque Ebrahim Rasool conhece bem os Estados Unidos, uma vez que ocupou o cargo de embaixador entre 2010 e 2015, durante a administração de Barack Obama.

Essa decisão é mais um golpe na relação entre Washington e Pretória. Em Fevereiro, o Presidente americano anunciou a suspensão de todos os financiamentos para a nação arco-íris, devido a uma lei de expropriação de terras que, segundo Donald Trump, oprimia a minoria branca sul-africana, o que Pretória sempre negou.

O Presidente dos Estados Unidos chegou a criar um procedimento de asilo para receber aqueles que, segundo ele, fugiriam da discriminação racial do governo sul-africano. Críticas também repetidas pelo aliado de Donald Trump, Elon Musk, que acusou diversas vezes o governo do país natal de discriminar as populações brancas.

A África do Sul lamentou a decisão e pediu a todas as partes para manterem o "decoro diplomático", sublinhando que "continua empenhada em construir uma relação mutuamente benéfica" com Washington.

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