terça-feira, 6 de outubro de 2020

Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia suposto rapto de ativista político Queba Sane



O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, denunciou hoje à Lusa um suposto rapto do conhecido ativista político do país Queba Sane, por parte de pessoas ainda por identificar.

Augusto da Silva disse ter sido contactado na noite de segunda-feira por familiares do jovem ativista Queba Sane, vulgarmente conhecido por RKelly.

Segundo os relatos da família, RKelly foi atacado, algemado e colocado na bagageira de uma viatura e levado para parte incerta, quando se encontrava na sua residência no bairro Militar, subúrbios de Bissau.

"De imediato iniciámos as diligências junto das autoridades para saber das circunstâncias do rapto e o paradeiro do ativista", afirmou hoje à Lusa Augusto da Silva, no momento em que se dirigia pessoalmente ao Ministério do Interior (sede da polícia) para obter informações sobre o caso.

Uma fonte familiar precisou à Lusa que RKelly "estava a ser alvo de ameaças" de há uns tempos a esta parte, através de chamadas telefónicas e abordagens pessoais e que o próprio tinha denunciado na sua página da rede social Facebook.

RKelly era ligado aos elementos do atual poder em funções na Guiné-Bissau e assumia-se como "combatente pela nova independência" do país, em referência às lutas políticas que o seu grupo travou contra o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Nos últimos tempos, porém, eram visíveis, na sua página Facebook, algumas abordagens críticas que fazia contra a atuação do atual poder instalado na Guiné-Bissau.

A mais vincada crítica foi quando RKelly considerou inaceitável o encerramento de ruas e avenidas de Bissau no dia 24 de setembro, por ocasião das celebrações do 47.º aniversário da independência nacional, por causa da visita ao país de quatro chefes de Estado da sub-região.

Conosaba/Lusa

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