O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, recebeu hoje uma delegação da associação de vítimas do chamado “caso 17 de outubro”, que resultou no fuzilamento de alguns oficiais militares e dirigentes políticos do país, em 1985.
As vítimas, seis pessoas, foram acusadas de uma tentativa de golpe de Estado e como pena foram fuziladas e enterradas em parte incerta da Guiné-Bissau.
Teté Sambú, filho de um dos oficiais fuzilados em 1985, disse aos jornalistas que o encontro com Umaro Sissoco Embaló se “tratou de uma conversa de um filho, um irmão” com as vítimas e os seus descendentes.
“Todos os presidentes que este país já teve fugiram deste problema. Ele [Umaro Sissoco Embaló] tomou este problema como se fosse dele, sem rodeios”, afirmou Teté Sambu.
As vítimas do “caso 17 de outubro” exigem das autoridades guineenses, entre outros, um esclarecimento sobre as circunstâncias que ditaram o fuzilamento dos seus entes queridos, a entrega dos seus restos mortais e ainda certidões de óbito dos defuntos.
“Estamos no caminho certo para atingir o nosso objetivo de há muitos anos”, declarou Teté Sambu, recusando-se a especificar as orientações recebidas do Presidente.
Sambu agradeceu a forma “pronta e concreta” como o chefe de Estado atendeu a solicitação das vítimas do “caso 17 de outubro” de quem disse terem recebido “orientações claras” sobre o que deve ser feito em relação ao caso que continua a dividir e apaixonar os guineenses.
Vários setores guineenses negam a tese apontada pelas autoridades de então para justificar a tentativa de golpe militar e outros ainda admitem que estaria em curso uma conspiração que teria como autores morais e materiais oficiais das Forças Armadas da etnia balanta.
Mesmo com a insistência dos jornalistas, Teté Sambu não quis adiantar o que vai acontecer em relação ao caso e apenas disse que ficou patente na audiência que as vítimas do processo “são combatentes da liberdade da pátria”.
Entre fuzilados e condenados a várias formas de prisão, o caso envolveu de forma direta 47 pessoas, entre altos responsáveis políticos e das Forças Armadas.
Fonte: LUSA
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