Os resultados do sexto Inquérito aos Indicadores Múltiplos na Guiné-Bissau, apresentados hoje pelo Fundo da ONU para a Infância, em Bissau, indicam que a morte de crianças com menos de cinco anos continua a diminuir no país.
Segundo a representante da Unicef em Bissau, Nadine Perrault, os resultados do sexto Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS-6), realizado entre 2018 e 2019, apresentam resultados encorajadores.
“Eles são traduzidos pela contínua redução da taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos. Também se registam avanços no número de mulheres grávidas que procuram cuidados pré-natais”, disse Nadine Perrault,
A representante da Unicef na Guiné-Bissau salientou também que houve um “aumento significativo de registos de nascimento”, que subiram mais de 20% em relação ao último MICS, que são realizados de cinco em cinco anos.
O relatório, divulgado à imprensa, indica que a taxa de mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos, nos últimos cinco anos, “foi de 51 para 1.000 nados vivos”, ou seja, “aproximadamente cinco crianças em 100 morrem antes de completar cinco anos”.
“O MICS mostra uma tendência de redução contínua das taxas de mortalidade para menores de cinco anos”, refere o relatório, salientando que as regiões de Gabu, Biombo e Quinara apresentam as taxas mais elevadas de mortalidade infantil.
Em relação aos registos de nascimento, o relatório salienta que quanto mais estudos a mãe tem maior é a probabilidade de a crianças ser registada, ou seja, “66% das mães com instrução secundária registaram os filhos, contra 39% das mães com nível pré-escolar ou nenhum”.
“Em sentido contrário, quando comparada com a situação de 2014, a prática da excisão genital feminina afetou mais meninas e mulheres. Outra área em que precisamos redobrar esforços é a Educação. Os desafios neste setor são enormes”, disse.
O documento indica que a Mutilação Genital Feminina (MGF) diminuiu em entre crianças menores de 14 anos, mas que “uma em cada duas mulheres” com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos “foi submetida a alguma forma de MGF”.
As regiões de Gabu e Bafatá são as zonas do país que apresentam a maior percentagem de MGF, 96% e 87%, respetivamente.
Os dados indicam também que uma em cada 10 mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos “pensa que a prática de MGF deve continuar”.
O MICS-6 foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística da Guiné-Bissau, com o apoio técnico da Unicef e financeiro de várias agências das Nações Unidas.
Conosaba/Lusa
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