O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, disse esta sexta-feira, 23 de outubro de 2020, que acompanha com preocupação a situação política pós-eleitoral na Guiné-Conacri, que no domingo passado, 18 do mês em curso, realizou as eleições presidenciais.
Apesar de manifestar-se apreensivo quanto à situação política em Conacri, Embaló diz sentir-se tranquilo, sobretudo quando soube que a única entidade competente para se pronunciar sobre os resultados eleitorais é a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
“É verdade que povo de Conacri está a passar por uma situação delicada, mas este não foi o entendimento de muitos quando foi o caso da Guiné-Bissau, inclusive o Presidente Alpha Condé defendeu, na altura, que fosse o Supremo Tribunal de Justiça a pronunciar-se sobre as eleições no nosso país”, assinalou.
O chefe de Estado, que falava à saída da reunião de Conselho de Ministros desta sexta-feira, referiu que as questões pessoais entre ele e o Presidente Condé não podem estar acima dos interesses dos dois povos, aliás, “até porque nunca tivemos problemas, que façam que a fronteira se mantenha fechada com a Guiné-Bissau como acontece com a Serra-leoa e o Senegal, mas nunca vamos fechar a nossa fronteira com Conacri”, disse Sissoco Embaló.
“Não vamos fechar a fronteira com a Guiné-Conacri, devido aos laços de consanguinidade e às relações existentes entre os dois países, não porque serviu de base para a nossa luta armada de libertação e o Presidente Condé já sabe qual é a minha posição em relação à situação política na Guiné-Conacri e acredito que a CEDEAO também está a segui-la”, notou.
O chefe de Estado guineense desdramatizou as informações segundo as quais a Guiné-Bissau terá introduzido armas naquele país que terão sido usadas no ataque ao quartel de Kindia. Para Sissoco Embaló, essas informações não passa de notícias falsas “fake News” e alerta, por isso, a população a não consumir informações que possam intoxicar a sociedade, porque “internamente temos problemas de armas, como iríamos nós introduzir outras na Guiné-Conacri”.
“Que fique claro não sou um Presidente assassino nem da desordem. O nosso desafio é que a Guiné-Bissau volte e faça parte do concerto das nações, não associar-se a atos que possam desestabilizar outros países. Não somos um país de mercenários nem de bandidos”, referiu.
Em Conselho de Ministros, o governo decidiu protelar a discussão da proposta do Orçamento Geral de Estado para 2021, na sequência das negociações em curso com as instituições de Bretton Woods. Em decorrência dessa decisão, o plenário governamental analisou informações reativas ao estado das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a fim de reativar um programa como o Banco Mundial (BM) para equacionar a sustentabilidade da dívida do país.
Relativamente às “graves situações” prevalecentes nos Serviços de Assistência Aeroportuária, nomeadamente, a ausência de licenças para o exercício da sua atividade e a falta de equipamentos certificados, o Conselho de Ministros decidiu dar a sua anuência aos membros do governo competentes, em razão da matéria, para darem início ao processo de liquidação dos serviços de Assistência Aeroportuária e dos atos normativos subsequentes.
Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S
Conosaba/odemocratagb
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