quarta-feira, 6 de março de 2019

«OPINIÃO» "COM A MORTE NA ALMA" - IDRISSA DA SILVA


Por muito tempo carreguei a doxa de que sem o PAIGC não haveria luz para a GUINÉ-BISSAU. 

Por muito tempo descobre que o processo da independência e a abertura política aos dias atuais o PAIGC continua confundindo sua façanha da luta armada como sendo proprietário legítimo da GUINÉ-BISSAU.

Fomos feitos reféns da Medusa ao longo dos quase 47 anos da independência. Por todo esse tempo, não conseguimos encarrar a Medusa sem que viremos pedra, em nossa própria nação. A não constatação de que o PAIGC é algo de podre na nossa sociedade é reflexo do câncer, do mal estar da nossa educação, da nossa cultura, da nossa democracia, da nossa política e do nosso nível crítico e reflexivo em que nos encontramos. Essa doença que contagia a nossa sociedade tirando aos jovens o acesso à cultura, tirando aos jovens acesso à oportunidade de vida, tirando aos jovens os sonhos mais elementares da vida, como demais jovens das outras partes do Mundo, é sinal de que não devemos confiar de novo no cavalo de Tróia por mais um ciclo de quatro anos.

Por quase 47 anos da independência do qual a síndrome de Frankenstein nos persegue, nos consome e nos deixa com futuro assombroso e passado cruel, onde o espaço da visibilidade e oportunidade é negado aos jovens e pobres. Porque confiar de novo?

Quando ouço dos jovens colegas meus dizendo que sem o PAIGC, a Guiné não pode avançar, me faz lembrar Paulo Freire, “quando educação não é libertador, torna se opressor”. Acredito eu, que a Guiné depõe de bons filhos que não só está no PAIGC, como está em demais partidos e entidades políticas do país e a mundo fora.

Cresce ouvir promessas do PAIGC, me tornei jovem ouvindo as mesmas promessas, bosque expurgar essa intoxicação criada a minha volta e da minha sociedade através do não mais PAIGC como sendo piloto do nosso barco. No elogio da loucura do Erasmo de Rotterdam, é preciso ser louco para dizer o obvio de Leandro Karnal. O obvio é não o PAIGC. Ao pedir não voto ao PAIGC, estou me tornando louco nessa nossa sociedade sadia que quatro em quatro anos vota em desgraça de novo. A história permite entender as gêneses dos processos, ele tem sido fiel. Por sucessivos anos de confiança dado a eles, foi sucessivo anos de corrupção e nepotismo e conflito em repartir o que nos pertences. Das reflexões e buscas por possíveis verdades, ouvindo dos mais velhos e novos, redarguindo como um bom menino preocupado com a saúde da mãe, o raio já caio várias vezes no mesmo lugar, em mesmas circunstâncias. Porque voltar a repetir os mesmos erros de vários anos? Já basta o ciclo vicioso

 Muitos países da américa Latina e não só, lutam por uma reforma agrária. No caso do meu amado Guiné, precisamos de uma reforma política, social e cultural. A política é monopólio de alguns grupos de pessoas, fazendo dos governos uma carreira enriquecedora, do qual os cargos públicos a linha é hereditária, porque a educação pública é convertida em campo dos excluídos. Assim o desabrochar do Mundo novo torna-se uma miragem, porque como já narrava Saramago no Ensaio sobre a Cegueira, precisamos extirpar esse mal que se espalha pela nossa sociedade desde 1973.

A indústria do mal social chamado PAIGC, que não consegue conviver com o contraditório mas se abriu a democracia sem democracia, tornando nos reféns de constates problemas da sua casa, levando assim, pobres e excluídos a constantes desassossego da vida por muitos anos da escuridão.

Como disse William Shakespeare na peça de Hamlet, a consciência nos torna covarde diante das escolhas. É essa a consciência que nos diz que a liberdade é a eterna vigilância e o PAIGC é o eterno erro das nossas confianças. Dizia um grande pensador: políticos são como as fraldas, toda hora precisam ser trocadas e o PAIGC já passou dessa fase, precisa ser lembrado na História. Não basta mudar a roupa para que a Medusa deixe de ser o que é, sempre apresentará a sua natureza, porque o mal está na sua essência.

Profetizando caso viemos a dar de novo mais uma chance ao filho pródigo. Será mais quatro anos de constante usurpação, nepotismo, conflitos internos e certamente extrapolará de novo para a sociedade, vendas das nossas riquezas sem que o dinheiro seja revestido para uma melhoria da sociedade. Precisamos de longos passos da desalienação partidária e política.

Não ao PAIGC meus caros irmãos.

O furioso dos furioso guineenses FIDJU DE DJINTI DA SILVA.


Sem comentários:

Enviar um comentário