quarta-feira, 20 de março de 2019

PLATAFORMA DE MULHERES EXORTA PAIGC A PAUTAR-SE PELA LEI DO GÉNERO NA FORMAÇÃO DE GOVERNO

A presidente da Plataforma Política das Mulheres da Guiné-Bissau (PPM), Silvina Tavares, exortou esta terça-feira o partido vencedor das eleições legislativas e demais partidos assinantes de acordo de incidência parlamentar, no sentido de se pautarem pela lei do género na formação do governo inclusivo que se perspetiva.

A advertência foi tornada pública durante uma conferência de imprensa realizada na sua sede no bairro d’Ajuda, em Bissau, com o intuito de demostrar a insatisfação daquela organização quanto ao fracasso registado no cumprimento da lei de paridade da parte das formações políticas que concorreram às eleições legislativas de 10 de março. A lei aprovada pelos deputados em agosto de 2018 permite a participação de mulheres em 36 por cento, mas a sua implementação focalizou-se apenas nos cargos eletivos, designadamente, a Assembleia Nacional Popular e as Autarquias Locais.

Silvina Tavares disse que o próximo parlamento, de acordo os resultados eleitorais oficiais, contará com apenas 14 mulheres e 88 homens. Contudo assegurou que há uma ligeira subida face a legislatura anterior. Acrescentou que o número de mulheres que constituirão o parlamento guineense nesta 10ª legislatura não corresponde com a expectativa da instituição que dirige, porque “esperávamos um parlamento mais representativo em termos de número de mulheres deputadas”.

Sobre o escrutínio realizado a dia 10 de março, Silvina Tavares parabenizou o povo guineense pelo civismo e espírito democrático demostrado como também felicitou os partidos políticos pelo respeito aos resultados eleitorais difundidos pela Comissão Nacional de Eleições. E felicitou igualmente os libertadores (PAIGC) pela vitória pela maioria relativa nas eleições legislativas, desejando-lhes maior sucessos na futura governação.

A ativista exortou o partido vencedor do escrutínio (PAIGC) e demais partidos políticos assinantes de acordo de incidência parlamentar no sentido de escolherem a igualdade de género como um dos critérios fundamentais para a identificação de futuros membros de governo inclusivo.

Apelou ainda às organizações das mulheres a manterem-se firmes, unidas e vigilantes em torno dos grandes desígnios nacionais, nomeadamente a promoção de igualdade de género, a consolidação da paz, as reformas do Estado, a promoção e proteção de dos direitos humanos.

Por: Carolina Djeme

Foto: Marcelo Na Ritche

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