sexta-feira, 11 de julho de 2025

DADOS DO PAM APONTAM PARA MAIS DE 121 MIL PESSOAS EM INSEGURANÇA ALIMENTAR NA GUINÉ-BISSAU


O Programa Alimentar Mundial (PAM) revelou hoje, 9 de julho, que mais de 121 mil pessoas vivem em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau, com destaque para as regiões de Cacheu, Gabú e Oio, onde se regista a maior prevalência de desnutrição.

A informação foi divulgada em Bissau pela nutricionista do PAM, Pita Correia, durante a abertura de um seminário sobre o reforço das cadeias de valor nutricionais locais. A especialista alertou para a urgência de uma resposta coordenada por parte do governo e seus parceiros, com vista a mitigar a crise alimentar.

“O que os dados mostram é que mais de 121 mil guineenses estão afetados pela insegurança alimentar. E quando falamos em insegurança alimentar, não nos referimos apenas ao acesso aos alimentos, mas também a outros fatores interligados”, explicou.

Segundo os dados apresentados, 96% dos agregados familiares não possuem reservas alimentares suficientes para os próximos três meses. Além disso, 21% da população recorre a estratégias de sobrevivência que, segundo o PAM, podem ser severas e prejudiciais à saúde.

O PAM alerta ainda que, caso não sejam implementadas medidas de emergência, mais de 146 mil pessoas poderão sofrer de insegurança alimentar entre os meses de junho e agosto de 2025.

Em entrevista à margem do evento, Pita Correia voltou a defender a adoção urgente de uma intervenção de emergência, sublinhando os riscos especialmente para crianças e mulheres grávidas. “A minha intervenção está ligada a uma preocupação nacional, tendo em conta que o nível da insegurança alimentar está extremamente elevado”, reforçou.

Entre as causas identificadas pelo PAM estão a crise no mercado da castanha de caju, cuja taxa de exportação em 2024 foi de apenas 83%, as inundações que afetaram a produção local de arroz, e o consequente aumento dos preços deste e de outros produtos alimentares de base.

Por: Ussumane Mané
radiosolmansi.net/

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