sábado, 26 de julho de 2025

“INCAPACIDADE DOS EDITORES CHEFES CONDICIONA A FALTA DE AGENDAS PRÓPRIAS NAS REDAÇÕES “ – ordem de jornalistas



O Bastonário da Ordem de Jornalistas (BOJ) da Guiné-Bissau, António Nhaga, afirmou que a incapacidade dos editores chefes condiciona a falta de agendas próprias nas redações dos órgãos de comunicação social do país.

‎António Nhaga, que falava esta sexta-feira, 25 de julho de 2025, na apresentação de um mini documentário do jornalista guineense, Djibril Iero Mandjan, disse que apenas 20% redatores em chefe têm conhecimento dessa matéria.

‎O mini documentário, “entre Fumaça e Vidas, faz uma chamada de atenção a situação de lixo no planeta, destacando como epicentro a localidade de Adbogloboshi, uma cidade do Gana, que, segundo o autor do documentário, está a transformar-se numa ameaça ao mundo, devido à quantidade de lixo eletrônico que é descartada nesse local.

‎No seu discurso, António Nhaga defendeu que dever haver mudanças nas redações e compreender o jornalismo que se faz hoje e em pleno século XXI.

‎“Para ser um editor chefe, a pessoa deve ter o conhecimento nos géneros jornalísticos. Das informações que tenho, apenas vinte porcento (20%) das pessoas que têm conhecimento dessa matéria”, afirmou.‎

‎O bastonário, que foi crítico à atuação dos jornalistas guineenses, informou que existem editores chefes que não conhecem a pauta e não sabem distinguir jornalista do repórter, “ tendo esse problema a pessoa não pode ser um editor chefe” a não ser “tarimbeiro”.

‎Quanto às fontes , o decano alertou os profissionais no que refere ao interesse das fontes, lembrando-os que o jornalista não tem interesses por isso deve basear tudo que faz na técnica, para obter informações, sabendo que existem entrevistas como género e técnica.

‎”Um profissional deve saber usar as técnicas das entrevistas de género para obter informações e não só, como também saber colocar as questões”, insistiu.

‎Admitiu que a Guiné -Bissau tem um enorme défice de jornalistas científicos e que é necessário que a classe de jornalista guineense ultrapasse o analfabetismo científico para aceder à classe de jornalistas de qualidade.‎

‎”Existe um analfabetismo tremendo no país. É preciso ultrapassar este fenómeno, caso contrário não vamos ter jornalistas de qualidade num país que tem apenas vinte porcento das pessoas que têm conhecimento sobre género jornalístico”, sublinhou, para de seguida convidar a nova geração a discutir o assunto (género jornalístico ) no país de forma séria, sobretudo no que se refere à reportagem.

‎No que refere à atribuição da carteira profissional, disse que a carteira deve servir para regulamentar ( fechar) a classe, por isso não deve ser atribuída sem um regulamento, porque”não basta apenas fechar a classe, mas também definir o próprio salário’.

‎Para António Nhaga, se for atribuída sem a definição do salário será algo fictício, alegando que não se trata de uma preocupação porque nunca será um problema para nenhum jornalista conseguir informações, desde que tenha o seu cartão de serviço.

‎Para o jornalista Djibril Iero Mandjam , autor do mini documentário denominado “entre Fumaça e Vidas “, o problema maior são as ameaças globais com os lixos eletrodomésticos transportados para a África, ignorando a convenção de Basileia, que estabelece as normas que proíbem o envio de lixos perigosos pesados, sem o consentimento informado. ‎

‎Mandjam sublinhou que a mesma convenção estabelece o mecanismo de exportação e de transporte de resíduos pesados, mas em relação aos países menos desenvolvidos não se aplica a convenção, ou seja, nestas circunstâncias ela é ignorada.


“Esse trabalho tem como objetivo convidar os países Africanos para reflectirem sobre os seus problemas, sobretudo as ameaças naquilo que recebemos de borla. A África tem um problema de soberania estratégica que é a circulação de documentos importantes da África. Por exemplo, a agenda 2063, é uma agenda que está incerto aos Africanos, independentemente da estratégia alimentar. Nisso, é preciso trabalhar as consciências das pessoas”, alertou.

‎Neste sentido, apontou que um dos problemas dos africanos é psicológico e que é necessário trabalhar na psicologia das pessoas.

‎No contexto local, chamou atenção no que refere a gestão sanitária considerando que o vazadouro de Safim é apenas um depósito que constitui uma ameaça para a saúde pública, tendo em conta que os problemas ambientais, climáticos são uma questão global e exigem medidas locais para fazer face a esses problemas.

‎O jornalista Iero Mandjam fez um mini documentário sobre os eletrodomésticos em Acra (Gana) intitulado de “ENTRE FUMAÇA E VIDAS “, que contou com o financiamento da ONG ACEP – Associação para a Cooperação Entre Povos.

‎Segundo o autor, o trabalho já foi traduzido num livro em Lisboa e fizeram a exposição de quinze fotografias na sede da ACEP, na capital portuguesa.

‎Por : Jacimira Segunda Sia
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