Bubacar Turé, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, confirma a "invasão" da sua casa por parte de agentes das forças de segurança, este sábado 12 de Abril de 2025. © Facebook LGDH
Em Bissau, a casa de Bubacar Turé foi "invadida" este sábado de manhã, por, pelo menos, seis agentes das forças de segurança, sem o consentimento da família que se encontrava no local.
Contactado pela RFI, o Presidente da liga Guineense dos Direitos Humanos confirmou o sucedido mas preferiu não reagir pessoalmente.
Os agentes das forças de segurança alegaram estar à procura de Bubacar Turé, sem todavia apresentar qualquer mandado judicial.
A vice-Presidente da LGDH, Claudina Viegas, relata o sucedido:
"As informações que tenho é que foram a casa dele, perguntaram se ele estava presente. A família disse que não, e mesmo assim entraram na casa para revistar e verificar se [Bubacar Turé] não se encontrava. Depois disso, contactaram-no. Disseram-lhe que tinham ido porque tinham um documento para lhe entregar".
Os agentes não se identificaram como oficiais de justiça, não tinham mandado judicial e não deram nenhuma justificação, insistiu ainda Claudina Viegas.
A vice-Presidente da LGDH acredita que possa haver uma ligação com as recentes denúncias da organização sobre as ocorrências de mortes no serviço de hemodiálise no Hospital Simão Mendes.
"Eles não disseram o motivo pelo qual tinham ido, mas acreditamos que deva ser por isso. Defensores dos direitos humanos e da democracia sempre acabam por sofrer uma ou outra ameaça. Mas até este momento, eu acredito que esta tenha sido a ameaça mais mais contundente, porque desta vez invadiram a casa dele, é um bocado mais complicado", disse à RFI Claudina Viegas.
Por: Eva Massy
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