Tem causado estranheza a recente onda de críticas dirigidas ao líder do MADEM-G15, Braima Camará, por parte de alguns ativistas ligados ao PAIGC, unicamente pelo fato de ter promovido um processo de reconciliação interna no seio do nosso partido, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15).
Cumpre esclarecer que o cidadão Braima Camará não integra o atual governo. Ao contrário, os principais dirigentes do PAIGC — partido que atualmente lidera o executivo — ocupam posições de destaque na governação. São, portanto, corresponsáveis pela condução do governo que, contraditoriamente, classificam como "ilegal".
O Silêncio das lideranças do PAIGC
É também oportuno recordar que o atual Primeiro-Ministro, Rui Duarte de Barros, dirigente de topo do PAIGC e cabeça de lista nas últimas eleições, assumiu o cargo em circunstâncias que geraram controvérsia inclusive dentro do próprio partido.
O PAIGC, que frequentemente reivindica a legalidade e a ética na vida pública, optou por um silêncio absoluto diante da nomeação de um governo que sucedeu à demissão do anterior executivo — tido por muitos como legítimo — e que está envolvido em graves denúncias de desvio de recursos públicos no montante de 6 bilhões de FCFA.
Reafirmamos que o silêncio institucional, nesses casos, não pode ser interpretado como neutralidade. Trata-se, antes, de um sinal de conivência.
O povo da Guiné-Bissau merece lideranças com coragem, firmeza e coerência — não dirigentes que escolhem o silêncio quando a sua voz é mais necessária.
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