A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denunciou na manhã deste sábado, 12 de abril de 2025, a invasão da residência do seu presidente, Bubacar Turé, por elementos das forças do “regime repressor e confiscador dos direitos humanos” na Guiné-Bissau.
A Liga fez esta denúncia na sua página oficial da rede social (Facebook) na qual revela que “um grupo composto por seis agentes da Polícia entrou no interior da residência, sem o consentimento da família, muito menos mandado judicial de busca, alegando procurar o Presidente da LGDH por motivos que ainda se desconhecem.
Bubacar Turé, ativista de direitos humanos e especialista em género, revelou no passado dia 10 do mês em curso, durante a abertura do seminário de restituição de jornalistas, que a liga detém informações segundo as quais praticamente todas as pessoas que foram submetidas ao tratamento de hemodiálise na Guiné-Bissau morreram, reafirmando que, enquanto uma organização defensora dos direitos humanos, a Liga vai continuar a denunciar e acompanhar esses problemas.
Turé, que para além de fazer duras críticas à situação do sistema de saúde nacional, questionou na sua comunicação, se essas mortes terão a ver com um nexo de causalidade de falta de preparação dos técnicos dos serviços de hemodiálise ou não, uma inquietação que o moveu a desfiar os jornalistas a investigarem estas e mais outras situações à volta do sistema nacional e dos direitos humanos.
A revelação feita pelo ativista sobre a morte de pacientes submetidos ao tratamento de hemodiálise suscitou a reação da direção de hospital nacional.
Sobre a invasão e a busca ilegal feita na casa de Bubacar Turé, a direção da Liga Guineense dos Direitos Humanos, escreveu na sua página, que os seis agentes da polícia procederam à busca em toda casa do seu presidente, incluindo nas casas de banho, tendo deixado a familia, em particular, as crianças em pánico.
“Trata-se de mais uma vil investida do regime autoritário de Bissau contra os defensores dos direitos humanos com o propósito de silenciar todas as vozes que procuram trazer à luz as várias e successivas violações dos Direitos Humanos”, escreve a liga.
A Liga responsabiliza o “regime autoritário pela vida, integridade física e segurança do Presidente Bubacar Turé”, que segundo a sua nota, tem sido alvo de perseguição e intimidação, especialmente depois de ter denunciado as violações flagrantes dos direitos humanos no sistema nacional de saúde.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos, aproveita a ocasião para apelar à comunidade internacional e ao público em geral para a convergência de esforços em vista a pôr termo às “derivas autoritárias do regime de Bissau”.
Entretanto, a Frente Popular (FP) considera “uma investida do regime de terror instalado no poder” na Guiné-Bissau, no sentido de silenciar as vozes críticas à destruição das instituições democráticas no país, com consequências drásticas sobre a população, tratatando-se neste caso em específico de uma denúncia relacionada com a degradação dos serviços de saúde pública.
“Ao invés de o Ministério Público dirigir uma investigação séria e isenta de manipulação de quem detém o poder absoluto na Guiné-Bissau, no sentido do apuramento das questões levantadas pelo Presidente da LGDH sobre a vida de concidadãos submetidos a um procedimento médico de natura sensível, o regime autoritário decide usar do único mecanismo que domina para desviar a atenção da opinião pública: uso da violência, através de forças de terror ao seu serviço para, neste caso, impor o silêncio sobre o estado degradante do sistema de saúde pública”, lê-se na nota de repúdio.
A FP condena, com toda a força, “esta vil tentativa de agressão ao Presidente da LGDH, a quem endereça toda a sua solidariedade; e encoraja a LGDH a não baixar os braços no seu nobre trabalho de defesa da Democracia, do Estado de Direito e da Liberdade na Guiné-Bissau”.
A FP responsabiliza o “regime de terror encabeçado pelo ex- presidente Umaro Sissoco Embalo e seus tentáculos”, por todas as consequências que possam advir da perseguição contra o presidente da LGDH, Dr. Bubacar Ture.
Por fim, a FP chama a atenção dos agentes internacionais que ainda mantêm apoios “cúmplices à ditadura instalada” no poder na Guiné-Bissau de estarem a tempo de se colocarem ao lado do povo guineense, que deve tomar consciência da necessidade urgente de se organizar contra um regime que não tem mais nada a provar do seu carácter autoritário e ditatorial.
Por: Assana Sambú/Tiago Seide
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