domingo, 24 de setembro de 2023

«MENSAGEM À NAÇÃO» Presidente destaca projeção externa da Guiné-Bissau nos 50 anos da independência



MENSAGEM À NAÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA GENERAL DE EXÉRCITO UMARO SISSOCO EMBALO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE DAS FORÇAS ARMADAS
= POR OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DOS CINQUENTA ANOS DA PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA=
24 de Setembro de 2023.
Guineenses,
Ao celebrar, hoje, os 50 anos de existência da Guiné-Bissau como país Independente, endereço uma saudação calorosa a todos os guineenses, aos jovens e adultos, aos homens e às mulheres residentes no país e na diáspora.
Apesar da situação social e económica difícil que estamos a atravessar, um aniversário da nossa Independência é sempre um dia de alegria, de esperança. E é, mais ainda, um dia de celebração da nossa unidade nacional, a força que esteve sempre na base de todos os nossos sucessos.
A Guiné-Bissau nasceu sob a bandeira de “Unidade, Luta e Progresso”. E é, sob a bandeira da Unidade Nacional, que vamos ter de construir o futuro que queremos.
Guineenses, nha ermons
Há 50 anos, um comandante do Exército Popular de Libertação Nacional, João Bernardo Vieira, NINO, proferia, no alto da tribuna da Assembleia Nacional Popular, na Região Libertada de Boé, as palavras que ficaram gravadas, para sempre, na história do povo guineense.
Foi assim, com esta proclamação, que nasceu a Guiné-Bissau. Naquele dia 24 de Setembro do ano de 1973, cumpria-se uma agenda política e institucional exigente e muito ambiciosa.
Celebrarmos hoje as Cinco Décadas da Independência Nacional e estamos igualmente a assinalar:
• 50 anos da criação da Assembleia Nacional Popular;
• 50 anos da promulgação da primeira Constituição da República;
• e 50 ano da formação e entrada em funções do primeiro Governo do Estado guineense (O Conselho dos Comissários de Estado).
Hoje, que é um dia de grande significado histórico, quero dirigir uma palavra de apreço e de homenagem a todos aqueles que deram tudo: na resistência à opressão colonial, na luta clandestina anticolonial e na árdua luta armada de libertação nacional que durou mais de dez anos.
Sem a sua determinação, o seu espírito de sacrifício e a sua inteligência, o sonho de libertação nacional do povo guineense dificilmente se teria concretizado. O Combatente da Liberdade da Pátria merece o nosso respeito e a nossa gratidão. Aos que já não se encontram entre nós - honramos a sua memória.
Caros Compatriotas,
Celebrar os 50 anos da independência Nacional tem de contemplar também um momento de reflexão.
Impõe-se, na verdade, que façamos uma reflexão sobre o percurso que foi feito pala Guiné-Bissau: o que já fizemos, o futuro que queremos construir e, sobretudo o legado que queremos deixar às gerações vindouras.
Como se percebe, nesta minha Mensagem à Nação – que é apenas o primeiro ato das Comemorações que vão ter o seu ponto alto no próximo mês de novembro -, não vou fazer esse balanço político, económico e social das cinco décadas do Estado guineense.
Hoje vou limitar-me à uma descrição sucinta da projeção externa que o nosso país atingiu, tratando-se de uma área estratégica na ação do Estado, mas que, infelizmente, foi a mais desvalorizada nas últimas décadas.
Nos últimos pouco mais de três anos, a Guiné-Bissau realizou uma transformação profunda na sua política externa. E, em conformidade com essa nova linha de rumo, a diplomacia guineense alcançou sucessos notáveis, sucessos esses que foram amplamente reconhecidos no seio da comunidade internacional.
Junto dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais, em África e no mundo, a Guiné-Bissau ganhou visibilidade positiva, alargou o âmbito das suas opções diplomáticas, foi capaz de mostrar utilidade nesse exercício de “dar e receber” que, como é sabido, é próprio de uma diplomacia lúcida e atenta aos interesses nacionais que representa.
Na verdade, consolidamos relações diplomáticas antigas, alargamos o âmbito das nossas relações, fizemos novos amigos, promovemos novas e promissoras parcerias económicas e culturais, enfim, melhoramos consideravelmente a nossa dimensão externa, aliás, sempre muito importante para configurar o desenvolvimento económico que queremos ter.
A Guiné-Bissau presidiu pela primeira vez a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, 2022-2023). Dentro de dois anos, vamos presidir a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Presidimos a Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária. Recebemos Chefes de Estado e de Governo de muitos países amigos. Fomos recebidos por nossos homólogos em diversos países com os quais reforçamos laços de amizade e cooperação.
Nos 50 anos da nossa independência, é difícil encontrar um paralelo comparável, um período que tivesse sido diplomaticamente mais fecundo do que este que estamos a considerar, compreendido entre 2020 e 2023.
Enquanto Presidente da República reitero, em nome do povo guineense, os nossos agradecimentos aos Representantes do Corpo Diplomático pela cooperação dos seus Governos com a Guiné-Bissau. Estendo os nossos agradecimentos ao conjunto das Organizações Internacionais, que têm sido parceiras incontornáveis no esforço que fazemos para desenvolver a Guiné-Bissau.
A todos os cidadãos estrangeiros que trabalham no nosso país ou que escolheram viver entre nós, endereço uma saudação especial neste dia em que celebramos 50 anos da nossa Independência.
Viva a Independência Nacional!
Viva a Guiné-Bissau!
Muito obrigado.

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, destacou hoje a projeção externa que o país atingiu e que considerou "uma transformação profunda", no discurso à nação por ocasião dos 50 anos da independência.

O chefe de Estado entende que "a diplomacia guineense alcançou sucessos notáveis, que foram amplamente reconhecidos no seio da comunidade internacional", mas nota que esta projeção externa "foi a mais desvalorizada nas últimas décadas".

"Junto dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais, em África e no mundo, a Guiné-Bissau ganhou visibilidade positiva, alargou o âmbito das suas opções diplomáticas, foi capaz de mostrar utilidade nesse exercício de 'dar e receber' que, como é sabido, é próprio de uma diplomacia lúcida e atenta aos interesses nacionais que representa", indicou.

O discurso à nação do presidente chegou em vídeo às colinas do Boé, onde simbolicamente a Assembleia Nacional Popular decidiu voltar este fim de semana para recriar a constituinte que há 50 anos proclamou unilateralmente a independência da Guiné-Bissau de Portugal.

Umaro Sissoco Embaló decidiu focar o discurso presidencial na imagem externa do país, para realçar a consolidação de relações diplomáticas antigas, o alargamento do âmbito das relações, os "novos amigos" e "novas e promissoras parcerias económicas e culturais".

O presidente recordou que a Guiné-Bissau presidiu, pela primeira vez, à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e que, dentro de dois anos, vai presidir à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Lembrou ainda a presidência da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária e que a Guiné-Bissau recebeu chefes de Estado e de Governo de muitos países amigos.

"Nos 50 anos da nossa independência, é difícil encontrar um paralelo comparável, um período que tivesse sido diplomaticamente mais fecundo do que este que estamos a considerar, compreendido entre 2020 e 2023", afirmou.

O chefe de Estado agradeceu aos representantes do corpo diplomático, às organizações internacionais, que têm sido parceiras no esforço para desenvolver a Guiné-Bissau, e endereçou "uma saudação especial" a todos os cidadãos estrangeiros que trabalham ou que escolheram viver no país.

O Presidente da República começou por dirigir-se aos guineenses a viver no país e na diáspora, a quem disse que, "apesar da situação social e económica difícil, um aniversário da Independência é sempre um dia de alegria, de esperança".

Sissoco falou da unidade nacional e lembrou o então comandante do Exército Popular de Libertação Nacional e antigo presidente da República Nino Vieira, que proferiu o discurso da independência e "as palavras que ficaram gravadas, para sempre, na história do povo guineense".

Foi a 24 de setembro de 1973, data que marca a história do país por estar associada também à criação da Assembleia Nacional Popular, à promulgação da primeira Constituição da República e à formação e entrada em funções do primeiro Governo do Estado guineense (o Conselho dos Comissários de Estado).

"Quero dirigir uma palavra de apreço e de homenagem a todos aqueles que deram tudo na resistência à opressão colonial, na luta clandestina anticolonial e na árdua luta armada de libertação nacional que durou mais de dez anos", declarou.

A mensagem do presidente à nação e as comemorações da Assembleia Nacional Popular no Boé, durante este fim de semana, são o primeiro ato das comemorações dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau que, como frisou o presidente, "vão ter o seu ponto alto no próximo mês de novembro", do dia 16, com a presença de representantes de vários países, entre eles o Presidente da República e o primeiro-ministro de Portugal.

Conosaba/Lusa

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