sexta-feira, 3 de setembro de 2021

ESSA LUSOFONIA AO FUNDO DO TÚNEL!

 

Confesso, pela enésima vez, que não tenho nada de pessoal contra o líder do PAIGC, Eng. Domingos Simões Pereira.

No entanto, é com a mesma facilidade e com as mesmas “manobras” com que encanta os seus seguidores, que a mim me causa repúdio! Ele personifica o tipo de pessoas/políticos, principalmente africanos, que consegue tirar-me do sério com as suas infelizes saídas, porque, assim como o lobbie luso que o sustenta politicamente, toma como garantido o baixo nível intelectual dos africanos, principalmente dos guineenses, apostando em verdadeiras manobras de ilusionismo, que efetivamente vai colhendo fruto entre os menos atentos, os mais entusiastas e saudosistas dos valores coloniais, os que, pese embora serem africanos, rejeitam a verdadeira africanização do seu país, defendendo, até a morte se necessário, os valores coloniais, como a referência dos mais capazes e inteligentes!

É através desses intermitentes contorcionismos ilusionistas que tem como plateia os guineenses menos atentos, que o vulgo DSP hoje lançou um comunicado e aparente convocatória da Imprensa portuguesa para uma Conferência de Imprensa, que nada mais é, do que uma clara demonstração de desnorte político, de quem é Doutorando em Ciências Políticas pela Universidade Católica, mas que vai fazendo questão de envergonhar os brilhantes mestres que essa instituição alberga com as suas saídas políticas, já que, nenhum dos elementos dos órgãos que representam o atual poder da Guiné-Bissau precisaram de uma inscrição num doutoramento, numa qualquer Universidade, para chamar a União Africana a razão, daquilo que é mais do que óbvio!
O que não é óbvio nem correto, mas infelizmente muito utilizado, principalmente no espaço lusófono, é ser-se indicado para funções de destaque, por pertencer a uma determinada organização/lobbie que, numa rede de amigos, procuram cargos e funções de destaque para fazerem sobressair o amigo e assim colocá-lo onde lhes dá mais jeito, para poderem beneficiar depois daquilo que constitui os recursos de todo um povo…
O que é por demais evidente, é que o Eng. Domingos Simões Pereira não reúne, neste momento, condição de nenhuma índole, nem ética, nem moral, nem política, para chefiar uma missão de observadores internacionais para supervisionar as segundas voltas de umas eleições em nenhuma parte do mundo, muito menos num país africano! Só a pressão do lobbie que o sustenta politicamente e que sentem necessidade de o manter numa “montra enfeitada” para os guineenses menos atentos se deliciarem, é que faz a UA pensar sequer em convidar um ex-candidato de umas eleições presidenciais realizadas num país africano, supervisionada por observadores da própria União Africana e que a endossaram mas que, depois de uma chamada telefónica ao seu adversário a assumir a derrota nas eleições, dias depois rejeitou publicamente esses resultados, desencadeando uma crise política no país e social ainda não totalmente ultrapassada, uma vez que o próprio não reconhece as autoridades do seu país como legítimas e influencia uma parte da sociedade a assim fazer, dificultando dessa forma todos atos de afirmação da democracia no seu próprio país! A isso, acresce o facto de que se trata de um ex-governante do seu país, que não cumpriu nem metade da legislatura (a Guiné-Bissau não tinha mais nenhum outro com mais tempo de exercício da governação para seer escolhido?!) e, aparentemente, existirem processos judiciais pendentes sobre a sua pessoa na sequência desse tempo que esteve como governante, de que não responde por estar sob a capa da imunidade parlamentar!
Era preciso muito para o próprio DSP e os seus amigos lusófonos perceberem que essa era uma “montra” um tanto ou quanto desadequada para a autopromoção? Decerto que não! O complexo neocolonial de que “o africano é tendencialmente burro ou pouco perspicaz” sobrepôs-se claramente nos seus pensamentos, mas o tiro saiu-lhes pela culatra!
Para terminar, ainda pergunto se as listas dos observadores da CPLP, elaboradas no tempo em que o próprio DSP era Secretário Executivo dessa organização, não eram validadas pelos países membros da CPLP?! Ou prevalecia o amiguismo e o clientelismo?!
Aguardemos o que vai sair amanhã, da dita Conferência de Imprensa, que espero ser anulada, para não termos que assistir a mais ignomínias “DSPianas” e o próprio não agravar a sua resquicial credibilidade política na Guiné-Bissau!
Jorge Herbert

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