E AGRICULTOR DIZ QUE ESTÁ ARREPENDIDO DE "NÃO TER CONSEGUIDO MATAR MAIS UMA"
O caso chocou o Canadá e o Mundo: um agricultor multimilionário, Robert Pickton, de 68 anos, matou 49 mulheres, a maioria prostitutas, e transformou os corpos em carne picada, que misturou com a dos porcos que criava, para vender ao público, incluindo aos próprios polícias que o estavam a investigar.
Agricultor diz que está arrependido de "não ter conseguido matar mais uma"
O homem, dono de uma quinta na Columbia Britânica, à qual chamava ‘ O Palácio dos Porquinhos’, foi detido em fevereiro de 2002 mas só agora foi revelado que o homicida em série confessou estar "muito arrependido por não ter conseguido matar mais uma mulher", uma vez que, segundo o criminosos, "queria chegar a um número redondo". O agricultor acabou condenado a prisão perpétua pelo homicídio de seis prostitutas em 2007, não tendo hipótese de liberdade condicional pelo menos durante 25 anos.
Mais tarde, o homem foi acusado de mais 20 mortes que não tinham sido julgadas e cujas provas diferiam das recolhidas nos seis casos anteriores. Sabe-se agora que para a condenação de Robert Pickton, foi essencial que um dos investigadores se fizesse passar por recluso e colega de cela do homicida, conseguindo ‘arrancar-lhe’ pormenores que se revelaram fulcrais para a resolução do caso. "Eu enterrei-me porque fui descuidado. Quem havia de dizer que era isso que me massacrava agora. Ia mesmo matar mais uma e chegar a um número redondo. Queria matar mais para chegar ao grande 50", diz o homicida ao polícia infiltrado, em imagens divulgadas agora pela CBS.
Robert livrava-se dos corpos das vítimas no mesmo local onde tratava carne dos animais
Foto Direitos Reservados
"Eles agora apanharam-me, porque tem ADN", comenta Robert. O polícia pergunta-lhe porque não se livrou do corpo no mar e o criminoso reponde que fez "algo melhor do que isso", explicando que usava o esquartejadouro, onde a carne dos porcos da quinta que tinha era tratada, para colocar lá os corpos, que era depois feitos em carne picada.
Depois da primeira condenação, o Ministério Público canadiano não resolveu levar avante novo processo, mesmo com novas provas de ADN recolhido em mais 20 corpos. "A acusação teve que avaliar se era do interesse público proceder com nova acusação de mais 20 crimes e foi concluído que não", explicou na altura um porta-voz do tribunal. Uma vítima conseguiu fugir Robert Pickton terá começado a matar logo em 1997.
Nesse ano o homicida levou uma prostituta de Vancouver para a sua quinta e, quando chegaram, alegemou-a e esfaqueou-a. Segundo a mulher, os dois lutaram pela faca e a vítima acabou por conseguir fugir "ainda algemada, nua e a sangrar profusamente". O homem foi acusado de tentativa de homicídio mas o caso acabou por ser suspenso um ano depois. Nos quatro anos seguintes continuaram a desaparecer mulheres de bairros problemáticos de Vancouver, todas ligadas à prostituição.
Esta vítima que escapou nunca foi ouvida no julgamento do processo, devido ao facto do juiz ter considerado que a tentativa de homicídio seria anterior aos crimes em julgamento e que deveria ser julgada num caso separado. Como o caso tinha sido suspenso, acabou por nunca chegar à barra dos tribunais. Festas com droga, prostitutas e porcos Pickton e o irmão, David, eram conhecidos por esbanjarem dinheiros em festas no ‘Palácio dos Porquinhos’. As noites incluíam sempre prostitutas, muito álcool e drogas. O irmão chegou a ser investigado como cúmplice dos crimes, mas nunca houve provas, pelo que nunca chegou a ser formalmente acusado.
O irmão do homicida ainda vive perto da quinta, a maior cena do crime da história do Canadá. Centenas de investigadores passaram o local a pente fino durante meses a fio. Nas instalações da quinta, nos terrenos, anexos e edifício, foram encontradas dezenas de vestígios de restos mortais de humanos.
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