Nascido em 12 de Setembro 1947, António Manafa Janco, nome
por inteiro, inicia a carreira 1963, no “Marabu,”clube do bairro (Pilum de
Riba), onde destacava. Era para assinar pelo Benfica de Bissau mas o Benfica
não lhe quis pagar a “propina escolar “e assinou pela ultramarina, e porém fez
percurso de formação e subiu a equipa principal e onde formou uma dupla de
respeito com Gregório Cassama.
Com 17 anos, em 1964. Ponta de lança titular, tinha sido
castigado, o que abriu as portas a Manafa embora estas portas não se fechassem
de novo quase de seguida. Foi chamado para equipa principal e na sua estreia
contra o Sporting foi convincente, marcou um golo e deu o segundo a marcar.
Ganhou a confiança do técnico e nunca deixou de ser titular.
Manafa não é, de facto, o típico ponta de lança que joga
entre defesas. Recuava muitas vezes no terreno em busca da bola o seu objecto
de desejo. Uma das suas virtudes é a sua noção do espaço. Isso era decisivo
dentro de área; tinha sempre a intuição onde a bola ia cair e a velocidade para
lhe chegar um segundo antes do defesa. Era esta a habilidade que lhe ajudou
marcou muitos golos, com seu mágico pé direito. Um colega dele diz (Gregório
Cassama), não recorda um golo dele em que a bola não tivesse entrado por onde
ele não queria. Realizou exibições memoráveis, ajudou o clube a conquistar duas
taças da Guiné.
Em 1966, foi descoberto na Guiné pelo “Guimarães” (Portugal),
Manafa assinou cinco épocas e não teve problemas de adaptação ao seu novo
emblema, foi acolhido por todos com grande amizade e simpatia. As pessoas no
norte são todas simpáticas, isso foi benéfico para ele. Mostrava satisfeito com
o seu rendimento em Guimarães. Tinha tido uma temporada regular, onde os golos
não faltavam. Este clube tinha outra projecção. É natural que o jogador se
sinta cada vez mais ambicioso na sua carreira. Manafa não fugia à regra e deu um salto positivo. E, ele estava a corresponder na íntegra às expectivas que
depositaram nele e, assim, ajudar o clube a continuar na senda dos bons
resultados.
Dois anos de titularidade absoluta, em 1669 foi obrigado
deixar Portugal para ir a “Moçambique cumprir serviço militar onde esteve dois
anos, depois de cumprir o serviço militar regressou a Portugal, e como era
óbvio em Guimarães para cumprir três épocas que faltaram.
Manafa em Moçambique
Após de 5 anos de Guimarães, e no seguimento de vários
convites que lhe foram endereçados, assinou uma temporada pelo New England Tea
Men. No fim dessa breve experiência nos Estados Unidos. De novo em Portugal;
além dessas duas camisolas vestidas, Manafa representou: Varzim, Académica de
Coimbra, Salgueiros, Tirsense.
Com o decorrer dos
anos, perdeu a frescura física e a rapidez e começou jogar no meio campo e
defesa central. Pela experiência e pela capacidade de ler o jogo tornou-se um
recuperador de bola nato e um “ Patrão” por onde passava. Era um excelente
futebolista, não foi por sorte que ele jogou nesses clubes. Sempre pautou pela
regularidade e revelou-se sempre melhor.
Quando terminou a carreira de jogador, enveredou por
carreira de treinador e treinou Udib e simultaneamente a selecção da
Guiné. Manafa foi no contexto da década
70/80, uma referência do futebol português. Finalizador rápido e de grande
mobilidade, distinguiu-se pela espontaneidade no remate, característica que não
era abundante no futebol português. Era um desequilibrador, um jogador que
fazia a diferença; de classe, que se distinguia em campo pelo seu futebol
perfumado em pés de veludo, provou que merecia hoje ser lembrado.
Jogadores
de ultramarina, década 66:
Gregório Cassama, Mario Aurelhano, Manafa, Feliz (Guarda
redes), Luís Jato (guarda redes), Supriano Jacinto, Abu, Issufi, Leandro,
Inácio Acumasse, Simão, Pereira, Pacheco, Mario Pinhel, Aguas. Treinadora
Flora.
Conosaba
Feito por: Kekoi Queta
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