segunda-feira, 14 de março de 2016

PORTUGAL: NICOLAU BREYNER MORRE DE ATAQUE CARDÍACO AOS 75 ANOS


O ator Nicolau Breyner morreu, esta segunda-feira, aos 75 anos, vítima de ataque cardíaco. O corpo do ator foi encontrado em casa, por volta das 15h00, depois de Nicolau Breyner não ter aparecido na sua escola, a Nicolau Breyner Academia, nem atender os telemóveis.

Foi Cláudia Fidalgo Ramos, ex-mulher de Nicolau Breyner e mãe das suas duas filhas – Mariana de Melo Breyner Lopes e Constança de Melo Breyner Lopes –, quem encontrou o corpo do ator em casa.

O INEM, que esteve no local, admite que a morte tenha ocorrido durante a noite.



Biografia
Depois da infância em Serpa, no seio de uma família de proprietários agrícolas, mudou-se para Lisboa com os pais. Estudou canto e integrou o coro da Juventude Musical Portuguesa, enquanto estudava no Liceu Camões. Depois, ingressou na Faculdade de Direito, com a ambição de se tornar diplomata. Depressa desistiu de Direito, optando por se diplomar no Conservatório Nacional, primeiro no curso de Canto e depois no de Teatro.

A sua estreia como ator dá-se quando ainda frequentava o Conservatório. Sob a direção de Ribeirinho, entra na peça Leonor Telles, de Marcelino Mesquita, levada à cena pelo Teatro Nacional Popular, que ocupava então o Teatro da Trindade. Seria no entanto pela interpretação de papéis cómicos, junto de Laura Alves, que se tornaria conhecido do grande público, revelando-se um dos mais bem sucedidos atores da sua geração. Em 2005 regressou ao teatro para interpretar o monólogo Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch, produzido por Sérgio de Azevedo.

Após o 25 de abril de 1974 concebeu o seu primeiro programa televisivo, Nicolau no País das Maravilhas. Este programa tinha uma rábula chamada Senhor feliz e senhor contente, onde Nicolau lançaria um jovem alemão aspirante a humorista, Herman José. Em princípios da década de 1980 surge como ator e, simultaneamente, diretor de atores e co-autor do guião da primeira novela portuguesa, Vila Faia (1982). Segue-se a fundação da NBP Produções, hoje Plural Entertainment, a sua própria produtora de televisão, onde será administrador, produtor e realizador; atividades que fazem dele um verdadeiro precursor da indústria de ficção televisiva em Portugal.

Sem deixar a representação, concebeu as sitcoms Eu Show Nico e Euronico; e participou como ator noutras tantas (Gente Fina é Outra Coisa; Nico D'Obra; Reformado e Mal Pago; Santos da Casa; Aqui não Há Quem Viva); além de diversas séries (O Espelho dos Acácios; Verão Quente; Conde D'Abranhos; A Ferreirinha; João Semana; Quando os Lobos Uivam, Pedro e Inês, Equador, Morangos com Açúcar, Barcelona, Cidade Neutral, Família Açoreana) e novelas (Fúria de Viver, Vingança, Flor do Mar, Meu Amor, Louco Amor, Jardins Proibidos, O Beijo do Escorpião).

Ao longo da sua carreira somou quase 50 participações no cinema, em filmes de cineastas de diversas gerações, como Augusto Fraga, Perdigão Queiroga, Henrique Campos, José Ernesto de Souza, Herlander Peyroteo, Artur Semedo, Luís Galvão Teles, Fernando Lopes, Jorge Paixão da Costa, António Pedro Vasconcelos, Roberto Faenza, Joaquim Leitão, Leonel Vieira, Mário Barroso, João Botelho e Bille August. Uma das suas participações mais recentes é o filme Comboio Noturno Para Lisboa, adaptação do livro homónimo de Pascal Mercier, e que estreou em 2013. Pelas suas prestações no grande ecrã recebeu três Globos de Ouro para Melhor Ator, com Kiss Me (2004), O Milagre Segundo Salomé (2004) e Os Imortais (2003).

Morreu a 14 de Março de 2016, aos 75 anos, na sua casa de Lisboa, vítima de ataque cardíaco.

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