Eneida Marta prepara-se para subir ao palco da Casa da Musica para apresentar Nha Sunhu, o seu mais recente e extraordinário trabalho. Basta ouvir, no arranque de Nha Sunhu, a voz que canta “Ó África, ó tabanka, ó povo” para se perceber que Eneida Marta é uma artista especial, que a sua alma possui uma profundidade invulgar e que o seu timbre distinto pode equilibrar lamento e esperança na mesma palavra, no mesmo sopro.”Kabalindade” (Maldade), um dos temas que integra este novo trabalho,faz parte da banda sonora do novo filme “Espinho da Rosa”, do realizador Guineense Filipe Henriques, seleccionado oficialmente para estrear mundialmente na edição do Fantasporto de 2015. Não é difícil apaixonarmo-nos por Nha Sunhue pela voz de Eneida Marta. Para isso basta vê-la em palco e testemunhar de perto toda a intensidade, entrega e espiritualidade da sua música.
Esta cantora guineense nasceu em Bissau há 42 anos, pouco antes da antiga colónia portuguesa declarar a sua independência. Uma altura auspiciosa, portanto. E faz, por isso mesmo, sentido que Eneida Marta cante a liberdade, o amor, as coisas realmente importantes da vida. E a verdade é que Eneida, nascida numa família de fortes inclinações artísticas, sempre cantou, desde menina. E desde aí construiu uma carreira recheada de conquistas, com discos aplaudidos, atenção generosa de editoras internacionais como a Putumayo Music, prémios de crítica e muitos aplausos em palcos da Europa aos Estados Unidos. Hoje, Eneida é embaixadora da UNICEF, desenvolve um meritório trabalho social com as crianças da Guiné, mas é sobretudo um símbolo: da força de um povo, da determinação de quem coloca a arte acima de tudo. Em palco, Eneida é uma rainha, uma guerreira, uma mulher apaixonada e apaixonante.
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