O Tribunal Penal Federal de Bellinzona, na Suíça, condenou nesta quarta-feiran 15 de Maio, o antigo ministro do Interior da Gambia, Ousman Sonko, a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade durante a repressão das forças de segurança contra opositores no regime de Yahya Jammeh. © REUTERS / GAMBIA STATE HOUSE WEBSITE / GRTS
O Tribunal Penal Federal de Bellinzona, na Suíça, condenou nesta quarta-feira 15 de Maio, o antigo ministro do Interior da Gâmbia, Ousman Sonko, a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade durante a repressão das forças de segurança contra opositores no regime de Yahya Jammeh.
O antigo ministro do Interior da Gâmbia, 55 anos, foi condenado a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade, cometidos durante a repressão das forças de segurança contra opositores no regime de Yahya Jammeh.
O Tribunal Penal Federal ordenou ainda a expulsão de Ousman Sonko - uma vez cumprida a pena - do território suíço por 12 anos, obrigando-o a pagar uma indemnização às partes civis.
Inicialmente, o Ministério Público Federal tinha pedido prisão perpétua pelos crimes cometidos por Ousman Sonko, entre 2000 e 2016, acusando-o de ter actuado primeiro como militar, depois como inspector-geral da polícia e, finalmente, como ministro. Durante o julgamento, que decorreu entre os meses de Janeiro e Março, a defesa pediu a absolvição do responsável político.
Nesta quarta-feira, o Tribunal considerou-o “culpado de repetidos homicídios dolosos, actos de tortura e privações de liberdade, crimes puníveis como crimes contra a humanidade”.
O principal tribunal criminal da Suíça concluiu que Sonko cometeu estes crimes "como parte de um ataque sistemático contra a população civil", sublinhado o facto deste ser “um colaborador próximo de confiança do então Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh", que governou a Gâmbia de forma repressiva entre 1994 e 2016.
O governo gambiano aprovou, em 2022, as recomendações de uma comissão que investigou as atrocidades perpetradas durante a era Jammeh. As autoridades concordaram em processar 70 pessoas, incluindo Yahya Jammeh, exilado na Guiné Equatorial desde Janeiro de 2017.
Vários grupos de defesa da sociedade civil vêem esta sentença como uma oportunidade para se garantir uma condenação ao abrigo da "jurisdição universal", que permite a acusação de crimes graves cometidos no estrangeiro. Todavia, o antigo ministro do Interior da Gâmbia, Ousman Sonko, pode recorrer desta decisão.
Por: RFI
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