A Assembleia Nacional Popular acusa o Presidente da República e o seu governo de recorrem a táticas de “intimidação e violência” para silenciar os cidadãos, mas também de não cumprirem o dever de proteger, de servir e de comprometerem a integridade moral e imagem internacional do país.
Em uma nota com a data de 6 de maio de 2024, assinada pela diretora do gabinete de Domingos Simões Pereira, Ruth Monteiro, a Assembleia Nacional Popular afirmou que as acusações do conselheiro do Presidente da República, António Óscar Barbosa, em Lisboa, em como o Presidente da ANP estaria a desenvolver uma campanha negativa contra o país não passam de “manipulação da opinião pública por terem sido confrontados com manifestações de guineenses em Portugal”.
Em entrevista à Lusa, o ex-porta- voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Óscar Barbosa, acusou o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, de desenvolver uma “campanha negativa contra o país”.
“É ele, o PR, que impede a liberdade de expressão, que viola sistematicamente os direitos humanos dos cidadãos, por meio da ameaça pública, sequestro, espancamento. Não soube lidar com o facto de não poder implementar, em Lisboa, os métodos coercivos que aplica na Guiné-Bissau”, pode ler-se no comunicado, lembrando que quando o chefe de Estado e seu o governo recorrem às táticas de intimidação e violência para silenciar os cidadãos, eles não apenas não cumprem o dever de proteger e servir, como também comprometem a integridade moral e a imagem internacional do país.
“Quem está realmente a denegrir a imagem do país?”, assinalou, acusando o chefe de Estado de usar “ pessoas de dignidade ou credibilidade, sem qualquer compromisso com a verdade, sempre com recursos e argumentos falaciosos”.
A ANP lembrou que no mês de fevereiro e março de 2024, os membros do Parlamento da Guiné-Bissau e o próprio presidente da ANP apresentaram uma queixa formal à União Inter-Parlamentar (UIP), denunciando várias violações que têm sido perpetradas no país.
“Pensar e atrever-se a dizer que a queixa apresentada à UIP é denegrir a imagem da Guiné-Bissau no exterior, só pode provir do total desconhecimento ou receio do PR sobre a UIP”, disse, sublinhando que o alerta está mais do que dado para mobilizar a atenção e o acompanhamento internacional.
“Não devemos permitir a tática de distração. Focalizemo-nos no que é essencial e que se pode resumir na separação dos poderes, no cumprimento das leis e da Constituição e no respeito pela vontade popular. Eis que o PR da Guiné-Bissau tenta, ele próprio, moderar as suas intervenções públicas, mas não de se expor, lança os seus Kamikazes, contando que pode vir a invocar desconhecimento ou de não ter sido ele próprio a perpetrar as atrocidades”, atirou o gabinete de Simões Pereira.
Refira-se que na entrevista à agência Lusa, o porta-voz do Presidente da República justificou, em Lisboa, a não marcação de eleições gerais pelo chefe de Estado guineense no decreto da dissolução do Parlamento, conforme exige a Constituição, com falta de dinheiro, tendo lembrado que nunca as eleições na Guiné-Bissau foram feitas sem apoio internacional e que o Presidente só ‘pode anunciar as eleições quando assegurar a sua viabilidade mediante os apoios que o país possa conseguir’.
A Guiné-Bissau realizou as eleições legislativas em 04 de junho passado. Óscar Barbosa frisou ainda que ‘SissocoEmbaló quer fazer as eleições o mais rápido possível”.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb.
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