O recenseamento dos funcionários e pensionistas do Estado da Guiné-Bissau detetou "para já" uma poupança de cerca de 821 mil euros no pagamento de salários do mês de julho, anunciou hoje o ministro da Função Pública guineense, Cirilo Djaló.
Em abril passado, o Governo da Guiné-Bissau iniciou um processo de recenseamento de raiz para saber a quantos funcionários públicos paga na realidade, quem são, como entraram para Função Pública e ainda descobrir, através da prova de vida, quem são os pensionistas que auferem dinheiro público.
Cirilo Djaló, que na semana passada apresentou um balanço preliminar do recenseamento, adiantou que o Estado guineense é o maior empregador no país, mas que já não pode comportar a massa salarial, que neste momento ascende a cinco mil milhões de francos CFA por mês (cerca de oito milhões de euros).
O governante notou ainda que a Guiné-Bissau ultrapassou o critério de convergência dos oito países da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) que defende um rácio de sete funcionários públicos por cada mil habitantes.
Na Guiné-Bissau, 21 cidadãos em cada mil habitantes são funcionários públicos, com os quais o Estado gasta 85% das receitas fiscais no pagamento de salários e pensões, ficando os restantes 15% para todos os outros setores, assinalou o ministro.
Em abril, e por orientação do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, o ministro da Função Pública iniciou um processo de recenseamento presencial e de raiz de todos os funcionários públicos, sendo o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, o primeiro a ser registado.
A meta é recensear pouco mais de 25 mil pessoas entre funcionários e pensionistas a quem o Estado paga, mas até à apresentação dos resultados provisórios do processo, foram registados no novo banco de dados em criação cerca de 22,3 mil pessoas.
Até ao mês de agosto, os cerca de três mil servidores do Estado, em falta, serão recenseados. Desse grupo, figuram pessoal diplomático no estrangeiro, funcionários da Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento guineense) e alguns militares.
Nesse período também há a possibilidade de os funcionários e pensionistas apresentarem reclamações, mas o ministro da Função Pública avisou que no final de agosto o processo será concluído com a apresentação definitiva do novo "banco de dados fiável" que será acoplado ao Ministério das Finanças.
Conosaba/Lusa
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