O ministro das Pescas da Guiné-Bissau, Orlando Viegas, confirmou hoje que o país e a União Europeia não chegaram a um acordo quanto aos valores que os europeus querem pagar para continuarem a pescar nas águas guineenses.
Em conferência de imprensa, Viegas, referiu que as divergências não foram ultrapassadas nas quatro rondas negociais realizadas em Bissau, Lisboa e Bruxelas, com o governo guineense a achar "pouco o que a União Europeia paga para ter acesso aos recursos", disse.
Cerca de 40 navios de Portugal, Espanha, Itália, Grécia e França pescam nas águas guineenses espécies como atum, cefalópodes (polvos, lulas, chocos), camarão e espécies demersais (linguados e garoupas).
Em contrapartida, a União Europeia paga a Guiné-Bissau uma compensação financeira de 9,5 milhões de euros, verba que o atual governo considera de pouco e que pretende aumentar.
"A Guiné-Bissau entende que a contrapartida do direito de acesso que a União Europeia paga atualmente está aquém daquilo que poderia ser considerada razoável, tendo em conta as possibilidades de pesca que a Guiné-Bissau concede", frisou o ministro guineense.
Orlando Viegas não adiantou qual seria o valor aceitável pela Guiné-Bissau, considerou que a União Europeia devia tratar o país como procede com a Mauritânia, com quem também tem um acordo de pesca.
"Estamos em crer que, a seu tempo, chegaremos ao acordo que satisfaça as partes, pois julgamos que esta cooperação no domínio das pescas tanto interessa à Guiné-Bissau como à União Europeia, desde que seja na base de vantagens recíprocas", sublinhou ainda o governante.
Caso não houver acordo com a UE, notou Orlando Viegas, o governo guineense encontrará novos parceiros. Mas lembrou que antes da existência dos acordos com os europeus, outros armadores já pescavam nas águas da Guiné-Bissau.
Conosaba/Lusa
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