O destino a dar a cerca de seis mil toros de madeira cortados e espalhados nas florestas da Guiné-Bissau está a preocupar o diretor-geral da Floresta e Fauna, que pediu ao Governo para vender o produto.
Mamadu Camara disse hoje à Lusa que, perante a moratória ao abate de árvores decretada pelo Governo em 2015, "muita madeira que estava para ser exportada" encontra-se espalhada "um pouco por todas as florestas" do país.
"Será o Governo a decidir, mas enquanto técnico, entendo que a madeira devia ser utilizada para o bem da população e outra parte deveria ser exportada, visto que é muita madeira para o mercado interno", declarou o diretor-geral da Floresta e Fauna.
Para estancar o abate de árvores, o Governo do então primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, decretou, em abril de 2015, uma moratória de cinco anos, como forma atenuar os riscos que pusessem em causa o equilíbrio ambiental na Guiné-Bissau.
A decisão surgiu numa altura em que centenas de madeireiros nacionais e estrangeiros tinham licenças de exploração emitidas pelas autoridades de transição que geriram a Guiné-Bissau durante dois anos na sequência do golpe militar de 2012.
Com a moratória ao abate de árvores, muita madeira que já tinha sido cortada não foi exportada. Em 2015, o executivo falava em cerca de 140 mil toros.
O diretor-geral da Floresta e Fauna afirmou hoje que, do levantamento feito, constatou-se que existem cerca de seis mil os toros espalhados pelas florestas, sobretudo na zona de Mansabá, no centro/norte do país.
Uma outra quantidade encontra-se, em contentores, nas instalações militares em Bissau e ainda na localidade de Safim, arredores da capital guineense, precisou Mamadu Camará.
O pterocarpus violaceus, conhecido na Guiné-Bissau como pau sangue, é a principal espécie cortada e espalhada nas florestas, disse Camará, que ainda não sabe qual a quantidade exata, em metros cúbicos, da madeira em questão.
Conosaba/Lusa
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