Partes envolvidas na crise política guineense serão ouvidas na cimeira das duas organizações em Dakar.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Monetária e Económica da África Ocidental (UEMOA) convocaram os dirigentes políticos da Guiné-Bissau para uma reunião em Dakar, Senegal, à margem da cimeira daquelas duas organizações sub-regionais que iniciam neste sábado, 4.
É mais um esforço dos blocos regionais para a saída da presente crise política na Guiné-Bissau, horas depois de o Presidente ter empossado um novo Governo, liderado por Baciro Djá, ainda sem os ministros dos Negócios Estrangeiros e do Interior.
Botche Candé, indigitado para a pasta do Interior, recusou assumir o posto, alegando respeito pelos princípios do seu partido, o PAIGC.
As delegações guineenses são constituídas por diferentes blocos nacionais.
De um lado, o Presidente da República, José Mário Vaz, será representado por Baciro Djá, enquanto Domingos Simões Pereira lidera a delegação do PAIGC.
O PRS, que assume a base do actual do Executivo, estará presente, bem como representantes da sociedade civil.
Na opinião de Simões Pereira, é incontornável a abordagem da situação política em curso na Guiné-Bissau por parte daquelas organizações e o encontro de Dakar vai permitir expor os factos e permitir uma maior compreensão da realidade.
Quanto à decisão do Chefe de Estado de avançar com a nomeação de um novo Governo, o presidente do PAIGC considera ser da responsabilidade do Presidente da República.
“É uma fuga em frente, pois, em vez de pararmos, para resolver o problema, é o próprio Presidente que insiste em criar pontos de discórdia e de conflito interno. Mas, é com isso que temos que trabalhar”, disse Simões Pereira.
Por seu lado, o novo primeiro-ministro Baciro Djá, desdramatizou a actual crise guineense.
“É uma crise menos grave, porque falta de vontade política, porque há regras e nós estamos a funcionar num Estado de direito democrático. Se há alguma situação de inquietação de uma parte, temos instituições do Estado, os tribunais e a justiça. É isso que nós fizemos no passado”, afirmou Djá.
O Presidente José Mário Vaz não vai à cimeira da CEDEAO e da UMOEA em Dakar.
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