terça-feira, 24 de novembro de 2015

«TABACU DI IRû POLÍCIA JUDICIÁRIA GUINEENSE DETEVE ALFERES DA POLÍCIA SUSPEITO DE CUMPLICIDADE EM NARCOTRÁFICO (DJAMBACATAM)


Bissau – A Polícia Judiciária guineense (PJ) deteve este domingo 22 de Novembro uma alferes da Polícia da Ordem Pública (POP), suspeito de prática de obstrução às autoridades e por presumivelmente ter facilitado a fuga de um indivíduo que tinha sido identificado como “mula” (transportador) de droga proveniente de Casablanca.

A notícia foi avançada em exclusivo à PNN por uma fonte do Sistema Integrado de Informação Criminal da PJ, que sublinhou que para além do oficial em causa, foram igualmente detidos Mussa Cissé e um cidadão que afirmou ser Wilian Barrai. Ambos foram apresentados esta segunda-feira 23 de Novembro na Delegacia Privativa do Ministério Publico, junto a Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau.

Segundo a mesma fonte, Mussa Cisse terá viajado para Bissau no voo AT 579 da Royal Air Marroc que efectuara uma escala em Casablanca, Marrocos, transportando no seu estômago 69 cápsulas de cocaína e 75 na roupa. A PJ guineense terá sido informada sobre a actividade de Mussa Cisse no quadro da cooperação policial internacional.

À chegada ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, agentes da PJ esperaram que Mussa Cisse efectuasse todas as formalidades de registo e de entrada no território nacional pelos Serviços de Migração e Fronteiras. Logo após uma equipa da Unidade Nacional de Combate à Droga dirigiu-se a Mussa Cisse solicitando que este apresentasse o seu passaporte, nesse momento a Unidade foi impedida de agir por Wilian Barrai e pelo referido alferes afecto à POP.

Segundo as nossas fontes, face aos entraves o agente da PJ no local reiterou ao suspeito o pedido de colaboração, o qual foi novamente impedido pelo alferes, que por sinal, é agente da POP colocado em serviço no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.

De acordo ainda com as fontes na PJ, passada toda polémica, o Inspector da PJ e coordenador da operação dirigiu-se ao Alferes que terá respondido “em tom de desacato”: Senhor, nkunsiu diritu, insibi kuma abo i di PJ, nkana intrega passaporte pabia ami tambi i autoridade. Aos nona sibi nam si contra sta nan li son pa sta, inkuda aos ku es brigada na kaba, ami i Capiton mbai tambi scola”, ou seja, “Senhor, conheço-te muito bem, sei quem tu és na PJ, não vou entregar o passaporte, porque eu também sou da autoridade. Hoje vamos saber se fomos apenas colocados para ali estar, se assim for então o serviço da nossa brigada termina hoje, eu sou um capitão e também formado”.

Durante esta interpelação, referiu a fonte na PJ, a esposa de “um alto responsável do Ministério da Administração Interna”, terá recebido várias chamadas às quais respondera de forma muito suscita limitando-se a dizer “sim comissário ao mesmo tempo Wilian Barrai recolhia as bagagens de Mussa Cisse enquanto insultava os agentes da PJ no local. “Bo sai li omis. Bandidus li kil ke bo misti na ka negal”, ou seja, “saiam daqui homens, bandidos pois aqui aquilo que querem nós também o queremos”, disse Barrai.

Por fim, na última tentativa antes de deixar Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, a PJ informou que a alferes da POP desencadeou junto ao portão de saída “uma autêntica puxa-puxa” apoiada por Wilian Barrai fazendo passar à força o suspeito Mussa Cisse.

Mussa Cisse terá expelido do estômago 50 cápsulas de cocaína no Bairro de Quelele, nos arredores de Bissau, e já nas instalações da PJ após ser submetido a múltiplos exames expeliu 19 cápsulas e 75 foram encontradas nas roupas do alferes que estavam no seu domicílio em Belém.

(c) PNN Portuguese News Network\\Conosaba

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