O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, escusou-se hoje em Lisboa a comentar a situação política no seu país, com um novo Governo em funções há um mês, mostrando-se disponível para "assumir responsabilidades, quando chegar a hora".
O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém, no âmbito de uma visita privada que está a realizar a Portugal.
Questionado sobre se acredita que o Governo, liderado por Carlos Correia, conseguirá fazer aprovar o seu programa no parlamento, José Mário Vaz remeteu essa questão para os deputados e os partidos.
"Não quero fazer previsões. É um assunto que tem a ver com o parlamento e com os partidos políticos. Quando chegar a hora de o Presidente da República assumir as suas responsabilidades, com certeza que o farei com muito gosto", afirmou.
Sobre a instabilidade política no seu país, o Presidente guineense salientou que "há questões que não têm nada a ver com o Presidente da República" e defendeu que "se há problemas" no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) ou no Partido da Renovação Social (PRS), as questões devem ser colocadas diretamente a estas forças partidárias.
Aludindo à demissão do anterior primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, em agosto passado, José Mário Vaz afirmou que "o Presidente da República, o que fez, foi fazer uso das suas prerrogativas constitucionais de devolver o poder ao PAIGC, o PAIGC indicou o nome para primeiro-ministro, o Presidente da República aceitou o nome, nomeou o Governo e neste momento o Governo está em funções".
Instado a comentar os apoios prometidos pela comunidade internacional, o Presidente remeteu a questão para o Governo, mas afirmou-se confiante.
"O Governo, com certeza, sobretudo o atual primeiro-ministro, já deve ter tido o encontro com a comunidade internacional, sobretudo os doadores na mesa redonda de Bruxelas para falarem sobre esse assunto", disse.
José Mário Vaz nomeou a 12 de outubro o novo Governo de Carlos Correia, dois meses depois de ter demitido o executivo liderado por Domingos Simões Pereira.
O Presidente guineense disse hoje aos jornalistas que está em Portugal para fazer um controlo médico, no hospital de São João, no Porto.
"Aproveitei igualmente para visitar o Presidente Cavaco Silva, na qualidade de amigo. Há uma amizade muito especial porque fui seu estagiário e quando venho a Portugal faço questão de cá vir para o cumprimentar", disse.
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