"O povo não é carne para canhão", disse o escritor Honoris Causa!
O escritor moçambicano Mia Couto pediu nesta quarta-feira, 2, aos políticos do seu país que façam política, mas não usem o povo como carne de canhão.
Couto fez esta afirmação ao discursar na cerimónia de atribuição do tíulo de Doutor Honoris Causa em Humanidades pela Universidade A Politécnica.
"Quem quiser fazer política que faça política, mas que não aponte uma arma contra o futuro dos nossos filhos", pediu o escritor, lembrando que o povo não pode ser usado como “carne para canhão”.
Na sua intervenção, Mia Couto alertou que "os donos das armas precisam perceber que nós merecemos todo respeito e merecemos viver sem medo" e esclareceu que as ameaças são extensivas a toda a nação.
O Presidente da República Filipe Nyusi e o antigo Chefe de Estado Joaquim Chissano estiveram presentes na cerimónia em que o escritor defendeu a necessidade de o país aprender a viver na diversidade, acomodando várias ideias.
"Queremos ajudar a construir uma nação que assume, sem medo, as suas diferenças e diversidades", disse Mia Couto, alertando para as consequências da falta de tolerância política e da falta de diálogo.
O escritor não podia deixar a literatura de lado na sua intervenção.
Mia Couto considerou que o papel da literatura é manter vivo o sonho do povo, assegurando que a paz prevaleça em Moçambique.
"A literatura deve assegurar que o país respire em paz e possa sonhar", defendeu Couto, acrescentando que " a guerra não permite que o povo sonhe".
Segundo a Universidade A Politécnica, a distinção a Mia Couto deve-se ao seu domínio dos géneros literários e ao reconhecimento internacional como um autor que exalta os valores moçambicanos.
voaportugues/Conosaba
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