Com objectivo de criar uma oportunidade única de encontro entre diferentes grupos de jovens estudantes a nível das ciências e um maior envolvimento dos cidadãos sobre o papel da ciência, a Secretaria de Estado do Ensino Superior e Investigação Científica, em colaboração com o INEP, IBAP, CIPA, INASA, as Universidades: Amílcar Cabral, Lusófona e Jean Piaget, numa iniciativa inédita, sob o lema “Uma Ciência para o Desenvolvimento”, organiza de 30 junho a 7 de julho, a “I Semana Nacional da Ciência da Guiné-Bissau”, que irá decorrer durante 5 dias, em várias localidades, em formato de seminários, workshops e palestras, incluindo visitas guiadas, troca de experiências, exposições e atividades culturais, a fim de estimular o espírito critico, a curiosidade e as descobertas científicas.
Para os seus promotores, pretende-se “dar início a um amplo processo de educação científica, objectivando o fortalecimento, institucionalização e sistematização das actividades de investigação científica e do desenvolvimento e do desenvolvimento tecnológico nas universidades e nos centros de pesquisa.”
O Secretário de Estado do Ensino Superior, Dr. Fernando Gomes Dias, na sua alocução indagando sobre o sistema do ensino e seu futuro imediato, exorta estar preocupado a identificar quais devem ser os reais compromissos da ciência guineense com o país, enfatizando que: “o desenvolvimento socioeconómico de qualquer sociedade está diretamente relacionado à formação académica, da nova geração, do seu interesse e a sua formação em ciências e tecnologia.” Usa o ensejo do mesmo, para lançar um desafio a todas as estruturas de investigação a realizarem uma Conferência Internacional sobre a Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Guiné-Bissau e ao INEP em particular reserva a elaboração da verdadeira História da Luta de Libertação Nacional. Antes de concluir, propõe que 30 de junho, Dia da Ciência de África, seja também o Dia Nacional da Ciência na Guiné-Bissau.
A cerimónia de abertura foi presidida pelo Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, que em jeito de reconhecimento felicita o seu Secretário Estado pela pertinência da organização da I Semana da Ciência e pela acertada escolha do INEP, como centro das atividades, sem esquecer de estender, a mesma ao Diretor-geral do INEP, Professor Doutor Leopoldo Amado.
“Este tema da ciência é de facto algo que nos confronta a todos... Acredito que a ciência é exatamente a estrutura, o mecanismo, o conceito que nos permite enfrentar os problemas e equacionar os problemas e assumirmos a obrigação de encontrarmos à solução para esses nossos problemas...”, salienta o doutorando, Simões Pereira. Que continua, a ciência “recusa as soluções estanques paradas no tempo... tem como o principal atributo o questionamento... Os métodos que nós utilizados é que faz com que o nosso exercício é científico ou não.” Assumindo o compromisso em nome do “Governo do esforço que se está a realizar nesse sentido.”
Referindo ao exercício científico diz que nos “obriga a elevar o nosso horizonte, a sermos capazes perante os grandes problemas formular as nossas teses, equacionar as hipóteses e permanentemente” coloca-las em texto.
Sobre a importância desses estudos, a relatividade do conhecimento que não pode ser absoluto; a formulação teórica que fica ultrapassada no tempo; uma melhor compreensão de muitos fenómenos até hoje tratados como um dogma ou esquecidos, aonde a confrontação de ideias é pacifica, ressalta que para a necessidade do conhecimento melhor da nossa sociedade, espera que “o exercício que vai acontecer nos próximos dias nestas jornadas científicas, ajudem-nos sobretudo a fazer-nos conhecer quão relativo é o conhecimento da nossa própria sociedade.”
Chama à atenção que “não podemos continuar a ser, aquele país que tem medo de celebrar a nossa excelência. Quando temos gente capaz, que pode ser a nossa a referência. Temos que os reclamar, temos que os celebrar, temos que os promover.”
Termina, fazendo um reparo de que “os povos que foram capazes de dominar a ciência cometeram muitos erros e nós não podemos ter medo de cometer os erros...” dedicando uma palavra à juventude “vocês estão no sítio certo e talvez estejam no momento certo para aproveitar desta oportunidade... em ganhos indeléveis que irão definir significativamente a mudança qualitativa que o nosso país possa conhecer...” Porque “tantos anos passados... está provado que não são os recursos naturais que garantem o desenvolvimento é o conhecimento, a ciência. Vamos enfrentar o desafio do conhecimento, porque é o desafio do conhecimento que vai garantir o desenvolvimento do nosso país. ”
O evento contou com a presença de ilustres personalidades, membros do Governo, das ciências, da investigação ciência, docentes universitários e discentes.
Bissau, 30 de junho de 2015
Carlos Vaz
Conselheiro para a Comunicação e Informação.
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