Bissau - Dois empresários disputam no domingo as eleições para a presidência da Câmara de Comércio da Guiné-Bissau que ambos prometem transformar se forem eleitos pelos 1.200 delegados que vão votar.
Os candidatos são Braima Camará (conhecido como Ba Quecuto) e Braima Canté (vulgo Soyoyo), que se desdobraram, ao longo dos últimos dias, em acções de campanha pelo país que mais se assemelham a uma caça ao voto para eleições partidárias.
Braima Camará, de 47 anos, é o actual presidente e pretende renovar o mandato, ainda que tenha estado sob fortes acusações dos adversários, que lhe apontam falta de prestação de contas.
Também acusam Braima Camará de "não defender os interesses do sector privado" por ser dirigente político, deputado e conselheiro especial do Presidente guineense, José Mário Vaz.
Aos críticos, Braima Camará, empresário que actua no negócio da castanha de caju e hotelaria, respondeu, apontando "obra feita em mais de dez anos" na direcção da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS).
Braima Canté, 44 anos, também é empresário do ramo da castanha do caju (principal produto de exportação do país) e concorre à liderança da Câmara de Comércio pela primeira vez, com a promessa de "ajudar os pequenos comerciantes a serem empresários".
Mama Saliu Lamba, outro candidato, retirou-se da corrida por discordar da forma como as eleições estão a ser preparadas, alegadamente sem a apresentação de contas da gestão de Braima Camará.
Saliu Lamba, empresário do ramo dos combustíveis, apresentou uma providência cautelar no Tribunal Regional de Bissau para pedir a anulação da assembleia-geral que antecedeu as eleições, petição entretanto rejeitada pela Justiça.
O empresário prometeu agora intentar uma outra acção junto do Ministério Público pedindo que aquele órgão inspeccione as contas da CCIAS.
Por discordar da forma como Braima Camará dirige a Câmara do Comércio, Mama Saliu Lamba e um grupo de empresários anunciaram que vão criar uma nova entidade.
"Vamos criar uma nova Câmara do Comércio que olhe pelo sector privado e preste contas aos associados", disse Saliu Lamba.
portalangop
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