sábado, 11 de abril de 2015

ESTÁDIO OLÍMPICO DE MANSOA OU ESTÁDIO OLÍMPICO DE POEIRA?

Kecói Queta
O Problema dos equipamentos para a prática do desporto é um elemento central de qualquer política de desenvolvimento desportivo. Sem equipamento não pode haver desenvolvimento.

Sendo reconhecido tal facto nem por isso a concepção sobre equipamentos desportivos tem obedecido a princípios de rigor na sua abordagem e tratamento.

Estádio Olímpico é dos conceitos que ocupa no imaginário da nossa realidade desportivo um lugar de destaque. É uma espécie de instituição nacional.

Não a dirigente desportivo que não “sonha” com um estádio Olímpico para a sua colectividade.
Não há responsável de comité do Estado que não procura apresentar no rol das suas realizações a construção de, pelo menos, um estádio Olímpico na sua área geográfica.

Não a revindicação clubística que não requeira um estádio Olímpico.

Se dúvidas existiam, elas dissiparam-se com a construção desse estádio. Guiné transformou-se num país onde cada vez se revela mais difícil encontrar culpados seja de que for e onde a tendência, desresponsabilizar quem tem poder ganha raízes. A justiça é coisa que não se aplica todos os cidadãos de forma igual, se assumi proporções alarmantes. Continuamos na senda do faz- de- conta, assistir à tentativa de deitar poeira para os olhos dos guineenses (Mansoenses), como se, o essencial, eles já não tivessem percebido que alguém anda a querer tapar o sol com peneira.

É preciso estar com má-fé ou simplesmente limitado, ou seja, confundir a forma com fundo, para construir um estádio dessa envergadura assim, um estádio de poeira. A história já começou condenar essas pessoas porque a culpa não poderá morrer solteira. Essa condenação é cíclica. Essas pessoas não têm a mínima noção do desporto num país; desporto bem estruturado é uma indústria que canaliza muito dinheiro para cofre do estado.

Creio eu que depois dessa trapalhada de construção. É que o país não acredita que quem quer que seja, instituição ou personalidades, partido ou grupo mais ou menos importante, esteja em condições de, por si só, encontrar respostas, descobrir as soluções, ganhar as apostas que o desenvolvimento do desporto e dos outros seguimentos da cultura física exigem.

Sei que não há responsável político dirigente desportivo, comité do estado ou simples comentador da vida desportivo nacional que não fale ou escreva do desenvolvimento desportivo. O acordo parece afinal evidente.

Essa defesa é feita ao abrigo de determinado número de pressupostos que a maioria das vezes ficava implícitos e só raramente são explícitos. Não se explica o que se entende por desenvolvimento desportivo e não se definem, no quadro de um dada situação política, os objectivos desse desenvolvimento. 

Ora o desenvolvimento não é um conceito neutro do ponto de vista político e a sua explicitação é essencial para a correta compreensão do seu alcance 

A crise estrutural e orgânica do desporto guineense abriga-se numa crise cultural. Reconhecemos que não há para este problema uma solução exclusivamente desportiva. Mas esse reconhecimento não anula, antes reforça a necessidade de entender o desporto como um estatuto social, com motivações e características e problemas próprios.

É, em parte, um desafio político. Mas é também, diria que é sobretudo, um desafio cultural. É o progresso do país e bem-estar dos cidadãos que o exige.

Com esse governo, o país vive com sinais de um tempo de mudança, é visível, na sociedade guineense, um conjunto de interrogações que diferentes áreas sócias colocam, relativamente aos novos desafios que o desenvolvimento a todos solicita. Assim se passa no plano da economia, do direito, da cultura, da investigação etc. É o “país” que se interroga; O desporto não pode fugir a este movimento. Espero que a lei de bases do sistema desportivo, que dá novo ordenamento jurídico ao desporto nacional; e que este governo consegue finalizar a construção de estádio olímpico de Mansoa.

A cidade que viu nascer um dos melhores flanqueadores da história do futebol guineense; nomes como: Tato, Jaime Graça, Leandro, Sila, Marcelino Cassama, Cumegre, Burso, Djondjon, Bambo, Lino Correia, Balde (Yem), Pinto Martins, Marabu, Corca Só, Aflidje, Alfa, Capitão Iala, Carlitos Astel, José Canas etc... 

Obs; Próximo Artigo: Sintético no Estádio Nacional Lino Correia.    




'CALIFAS' de Mansoa (1974)
De pé/esquerda/direita: Pinto Martins, Zé da Cunha, (...), Braima Bodjam, Alexandre Sambu, Alfredo Cubala, Marinho, Aruna Djalo, Braimacinho e Djondjon.

Em baixo/esquerda/direita: Tony Tavares, Kecói Queta, Álvaro Cubóss, Sulai Djalo, Many Duda Djalo, Bailó Torres Indjai, Baldé yeme. 



Selecção da Guiné-Bissau na Mauritânia (1983)

 Esquerda para Direita: Kecói Queta, Baba de U.D.I.B, Beto Algovaz, Ciro, Sidico Queta, Cláudio de FARP, Armando Lato, Daniel Djencuba, Jão Domingos, Domingos Cinco, Bobo de Canchungo...

                        
Kecói Queta e Amadu Nogueira Pinto Sambu 
Selecção 1985 (Senegal) 


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