O roubo anormal
"Rouba-se no hospital". Impressionante!
Esta frase era o slogan do cartaz da campanha nacional de luta contra os controladores, que impediam o roubo no aparelho de Estado. Roubar é uma palavra de honra, que dá prestígio social, económico e cultural aos dignatários. É um verbo de acção e para praticar esta acção é necessário ter grandes virtudes, dado que é um comportamento tão nobre quanto o respeito à vida humana. A dignidade como ordem de trabalho para as pessoas que roubavam era uma firmeza plena desse acto que só os aristocratas conseguiam desempenhar e desenvolver com todo a sua convicção.
Na tentativa de pôr o slogan em prática, os aristocratas começaram a roubar tudo o quanto era possível roubar no Hospital Nacional Simão Mendes. Primeiro, roubaram os bebés na maternidade para realizar as cerimonias, que lhes dava o direito de se perpetuarem no poder.
Depois, roubaram o cadáver na morgue para retirar alguns órgãos, porque os seus mouros acreditavam que os mistérios sobrenaturais pudessem fazer desses um mesinho que lhes permitisse eternizar no roubo aristocrático.
Isto tudo sem falar do tradicional roubo que já faziam desde o tempo do Nho Baba (os medicamentos, as receitas das consultas médicas, os pagamentos ilícitos para que as mulheres possam ter direito ao parto, as marquesas na maternidade, os cateteres na pediatria, as luvas no serviço de emergência, as camas nos cuidados intensivos, as comidas dos pacientes no refeitório).
Entretanto, o último roubo que acontecera no Hospital Nacional Simão Mendes era um roubo anormal. Não estava previsto na Constituição da República, nem na Lei Orgânica do Ministério, nem nos Estatutos da Ordem dos Médicos, nem nos Regulamentos Internos do Hospital. Tinha sido um roubo mal intencionado e o seu responsável merecia um processo criminal. Sim, senhor! Um processo, bem merecia.
Ele chegou ao hospital, educadamente foi pegar a sua etiqueta do número e ficou sentadinho à espera da sua vez. O médico do dia foi quem o consultou da última vez, foi ele mesmo que o mandou trazer a urina e as fezes para os exames, era urgente saber a origem da sua má disposição acompanhada das dores impiedosas e insensíveis.
Ele deixou pousar a substância fecal, que se encontrava num copo de vidro transparente, debaixo da sua cadeira. A olho nu, os pacientes olhavam para aquele copo com um certo grau de nojice e o odor abafadiço convidava as moscas para festejarem sem ter que apresentar a licença.
As pessoas à volta começaram a olhar com uma desconfiança apertada na face, mas ele tranquilo no seu cantinho, quando chegou a sua vez, levantou-se e não encontrou o seu copo de vidro transparente, que tinha a sua própria substância fecal. Não podia entrar no consultório médico sem aquelas preciosas fezes, porque o motivo da sua ida ao hospital era único, fazer exames médicos.
Ele perguntou às pessoas que lá se encontravam se não tinham visto quem tinha pegado as suas fezes, mas ninguém apontava uma pista, pelo menos. E ele? Frustrado com a situação, saiu em desabafo: "agora roubam até cocó, no hospital".
04.12.2014
A Vera Cruz
kkkkkkkkkkkkkkkkk isso é que faltava. Maquina!!!!!!!!!!!!!!!!! é isso mesmo não há verdade como esta. Estamos juntos.
ResponderEliminarPois é nha ermon roubar é uma cultura e honra e fieldade por aqueles que o praticam sobretudo quando sao utilizadas armas de GUERRA. Tudo isso é normal infelizmente para as vitimas.kkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!kkkkkkkk cooooooocccccccco
ResponderEliminar