GUINEENSE, estranho no
estrangeiro e no próprio PAÍS
Ser GUINEENSE, é sinónimo
de coragem. É ser MACHO.
Quando se é GUINEENSE e
viver no estrangeiro, tem que ser duplamente Macho. Viver torna-se mais
difícil. A vida no estrangeiro, longe dos familiares, longe da realidade do
País de origem, é muito difícil. Tem que se adaptar aos hábitos e costumes, e as
intempéries da vida.
Não fazem a ideia os que estão na Guiné, o
trabalho que os que estão no estrangeiro, têm de fazer para se sobreviver.
Apesar de ser trabalho digno e honesto, não deixa de ser duro. 99% não trabalha
na sua profissão eleita, pela qual se formou.
No estrangeiro,
reinventa-se a profissão. Todos os que não tiverem a oportunidade de conseguir
a equivalência da sua profissão, adapta-se a qualquer trabalho para se
sobreviver. De Médicos a Enfermeiros; de Engenheiros a Advogados; de Professores
a Músicos; de Economistas a Pilotos; de Escriturário a técnicos de electricidade
e água; etc. etc.
Fazem de ajudantes nas obras, carpinteiros,
pedreiros, armadores de ferros, ladrilhadores etc.
Fazem de ajudantes de cozinha, cozinheiras,
limpeza, garçón a servir as mesas nos bares e restaurantes.
Fazem de empregadas na casa de patroa ou seja lavam,
passam, cozinham, cuidam das crianças.
Fazem de assistentes domiciliárias, nos lares
de idosos ou nas casas.
Assistentes de acção médica, ou seja serventes
nos hospitais ou nos centros de saúde ou nas clínicas.
Fazem limpezas nas escolas, nos aeroportos,
nos ministérios, nas indústrias farmacêuticas, nos transportes públicos, nas
empresas, nos bancos, nas ourivesarias, nas farmácias etc. etc.
Fazem camas nos grandes hotéis, nas pensões e
nos motéis.
Fazem de segurança. Trabalha-se com a
temperatura atmosférica, muito baixa ou com muito calor e seco. Tudo isso para se
sobreviver e educar os filhos. São todos trabalhos dignos e honestos. Chega ao
fim do mês, o esforço é compensado com o ordenado. Pode ser pouco mas dá para o
gasto. Nesse pouco que ganham, muitos que deixaram os familiares no País,
mandam algum para lá.
Mas o que se ganha com isso? Nem gratidão e
nem reconhecimento.
REPAREM
NESTES PORMENORES:
Quando precisam do dinheiro,
telefonam todos os dias, até receberem. Depois, nem uma chamada para agradecer.
Para quê? Não vale a pena. Se estiverem contentes com a quantia, dizem:” não
fez mais do que a sua obrigação “ . Caso contrário, dizem:” não podia mandar
mais? É mesmo forreta “.
Mandam pedir telemóveis
de dois cartões, com câmara de filmar e touch, smart fone. Um telemóvel que os
um emigrante não tem possibilidade para comprar por terem o preço de uma renda
de casa. Se mandar um simples que está na seua possibilidade, dizem: “ não
presta, é um tijolo, ou é um telemóvel das obras; mal agradecidos.
Mandam pedir as roupas
de marca como Zara, HeM, CeA, Mango, etc. Se não for de marca, ou os sapatos e
ténis não forem de marca, dizem: “ foram comprados nas feiras ambulantes. Mal
agradecidos.
No estrangeiro,
trabalha-se de ano a ano, e não se consegue saciar esses luxos porque, se deve
pagar renda de casa, luz, água, gás, telefone, médico, livros, roupas para
crianças e adultos, por cada estação do ano. Para além dos passes para se
deslocar para o trabalho e para a escola. Sobra muito pouco para se dar ao luxo
de comprar o telefone móvel topo de gama. A não ser a prestações, que vão
afectar e muito a rotina da família.
No estrangeiro
trabalha-se mesmo a sério para ter uma vida razoável. As Mulheres trabalham no
duro para ganhar o pão de cada dia. É desse dinheiro que enviam um pouco para
os familiares na Guiné e mesmo assim não há obrigado.
O que fazem no País?
Trabalham uma ou duas horas no máximo. Saem no meio do expediente para resolver
assuntos pessoais e só voltam no dia seguinte. As mulheres preferem ser
concubinas de homens casados para terem uma vida boa. Não importa se será 4ª ou
5ª na lista do amante. E a saúde como é que fica?
As mulheres que vivem
no estrangeiro são consideradas empregadas de limpeza na Guiné, mas quando vão
de férias, elas pedem roupas, cuecas, e até jóias se as tiver. Quando o
dinheiro acabar, de tanto dar aqui e ali, começa a hostilidade. Desaparece a
simpatia, o calor humano, os convites para almoços e jantares. Desaparece
tudo.
É preciso ser valente
para se deslocar de férias para a Guiné, por ser o País de origem, e ter o
direito de lá ir visitar os familiares e renovar a força. Mal chega ao
aeroporto, sente logo a hostilidade, a indiferença e a desconfiança. A pessoa
sente que não é bem vinda. Caso dos homens é diferente porque precisam do
dinheiro que eles levam. São explorados até ao tutano. As mulheres são
consideradas rivais. Metem defeitos até na roupa que elas usam.
Acham-se melhores, pensam que a vida e o
trabalho que fazem é mais digno do que os que vivem no estrangeiro. Isso é
cobardia, porque apesar de terem recursos e trabalham naquilo que gostam, fazem
muito pouco.
Corajosos são os que
vivem no estrangeiro porque sentem indiferença no País que não é deles e depois
têm que suportar a hostilidade no próprio País.
Sejam humanos. Já se
sofre demais ter que viver longe dos familiares. Mas ser hostilizado pelos
irmãos da Pátria é mesmo desagradável. Vão a Terra porque só querem sentir um
pouco de calor humano.
Não sintam a inveja
da vidinha que levam no estrangeiro. As mulheres trabalham de sol a sol, de
chuva a chuva, de neve a neve. Saem de casa ainda de madrugada e voltam as
tantas da noite. As vezes nem encontram os filhos ou os maridos. Chegam a casa,
eles já estão a dormir. Saem de madrugada, ainda não estão acordados. Ser
n`bindani ou badjuda fulupe, ou ser obreiro, no estrangeiro, é um prestígio.
Cada tostão ou tudo o que se manda para a Guiné, é dinheiro merecido.
No estrangeiro o
dia começa cedo com a correria para apanhar os transportes para chegar o local
de trabalho ou a escola. Por vezes são três transportes até chegar ao destino.
No regresso a casa é o mesmo percurso.
Até os filhos começam cedo. Aos 3 meses já vão
para a cresce e depois para o infantário e consoante vão crescendo vão para
pré-escolar e só depois para elementar ou o ensino básico. A vida aqui, não é
pêra doce. Quando se desloca para o emprego, viaja-se quilómetros a
quilómetros. As vezes a distância é comparado de Bissau a Mansoa, ou de Mansoa
a Gabú, ou de Bissau a Quinhamel, ida e volta todos os dias.
Por isso, sejam
solidários com os que vivem no estrangeiro, merecem.
Agradeçam qualquer coisa que vos é oferecido.
Eles sacrificam para partilhar convosco. Não vão para lá para tirar o lugar de
ninguém e nem tomar o que é vosso. Só querem sentir o calor humano, reviver o
passado.
Merecem a vossa solidariedade, a amabilidade e
a fraternidade.
Não considerem os Emigrantes vossos inimigos.
São vossos irmãos. Usem essa hostilidade quando forem eleger um candidato.
Usem a experiência que tiveram no passado,
tais como a opressão, a tortura, a fome, as mortes injustificadas e façam uma
escolha acertada.
Escolhem candidatos novos que nunca fizeram
parte da corrupção e morte. Não aceitem que vos imponham candidatos escolhidos
ou recomendados.
A Guiné precisa entrar no século XXI. A
modernidade e o desenvolvimento já atingiu uma fase avançada.
A governação na Guiné deve sair do ciclo
vicioso em que se encontra. Escolhem candidatos que levarão desenvolvimento
para o País e não os que já fizeram parte de QUERO, POSSO E MANDO e NHA BOCA
CASTA LA.
Bola para a frente.
Escolhem mentes abertas e a inteligência pura,
que aceitam a opinião do povo e a crítica construtiva, para tirar a Guiné do
marasmo em que se encontra.
Na hora da eleição, escolhem a fartura, o
desenvolvimento, a liberdade, a saúde e a educação para todos.
Votem PROGRESSO.
O Progresso é o presente e o futuro, não o
passado.
VIVA a nossa GUINÉ. Estamos juntos.
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