Ministros dos Negócios Estrangeiros lusófonos reunidos em Maputo. Rui Machete avisa que parlamento português pode condenar regime de Obiang, por causa dos direitos humanos
A situação política na Guiné-Bissau e a adesão da Guiné-Equatorial vão dominar a agenda da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, que decorre esta quinta-feira em Maputo.
A reunião extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, em que Portugal estará representado pelo chefe da diplomacia - Rui Machete, servirá também para aprovar o Plano de Ação de Lisboa, que define orientações para promover o uso da língua portuguesa, documento preparado na II conferência internacional sobre o português, em outubro do ano passado, na capital portuguesa.
Um dos temas em destaque é a situação política da Guiné-Bissau, que vive um período de transição após um golpe de Estado há quase dois anos, cujo governo, chefiado por Rui de Barros, não é reconhecido por Portugal nem pela CPLP. O representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau - Carlos Moura, dará conta aos ministros da análise que faz do processo eleitoral. As eleições presidenciais e legislativas estiveram previstas para novembro do ano passado, foram adiadas para 16 de março, mas foi entretanto previsto novo protelamento, aguardando-se agora que o presidente de transição defina a nova data.
Os ministros vão ainda analisar o relatório sobre o processo de adesão da Guiné-Equatorial à CPLP. O país, com estatuto de observador da comunidade desde 2006, pediu para entrar em 2010, mas a adesão foi condicionada nas cimeiras de Luanda e Maputo por se considerar não terem sido cumpridos os requisitos necessários. Um dos maiores produtores de petróleo de África, a Guiné-Equatorial é liderada por Teodoro Obiang desde 1979 e considerada um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos. a semana passada, Rui Machete, admitiu no parlamento que Portugal terá uma posição "claramente negativa" sobre a adesão da Guiné-Equatorial à CPLP se este país não cumprir este requisito sobre os direitos humanos. O secretário-executivo da CPLP, o moçambicanoMurade Murargy, defende, no entanto, que a comunidade deve agir como um todo e não em função dos interesses de cada um.
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