O sucesso da cirurgia realizada em Paris representa uma esperança para milhares de pacientes no mundo todo. Pois mesmo se a medicina já realiza implantes de corações artificiais em seres humanos há cerca de dez anos, os aparelhos desenvolvidos até agora tinham apenas uma função provisória, usados durante a espera para um transplante.
O primeiro coração artificial definitivo foi implantado na quarta-feira em um homem de 75 anos que, três dias após a operação “passa muito bem”, segundo o professor Jean-Noël Fabiani, chefe do serviço de cirurgia cardiovascular do hospital parisiense Georges-Pompidou, onde a intervenção foi realizada. Os médicos esperam que o paciente tenha uma esperança de vida suplementar de pelo menos cinco anos. Mas as equipes lembram que mesmo se o objetivo é oferecer ao doente um quotidiano normal, ainda há alguns obstáculos, como “a alimentação eléctrica, indispensável para que a máquina funcione”.
O coração artificial definitivo foi desenvolvido pela empresa Carmat, em parceria com a EADS, após 25 anos de pesquisas e testes. O aparelho de 900 gramas é mais pesado que um órgão natural, o que também representa uma barreira, já que pode beneficiar apenas as pessoas mais corpulentas : invenção é compatível com 70% dos tórax dos homens e 25% das mulheres. O miocárdio high-tech custa cerca de 160 mil euros (520 mil reais).
De acordo com o médico Philippe Pouletty, um dos fundadores da Carmat, vários pacientes estão sendo selecionados para novas operações, “que podem ser feitas já nas próximas semanas”. Além do hospital Georges-Pompidou, os centros Marie-Lannelongue, na periferia de Paris, e o CHU de Nantes também estariam habilitados para as próximas cirurgias. Instituições na Bélgica, Polónia, Eslovénia e Arábia Saudita também poderiam realizar os implantes. Atualmente cerca de 100 mil doentes na Europa e nos Estados Unidos estão na lista de espera para um transplante de coração.
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