Bissau, 28 set 2020 (Lusa) - O Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) vão apoiar mais de 1.500 famílias na Guiné-Bissau com uma transferência monetária mensal para diminuir o impacto socioeconómico da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
"O PAM e a UNICEF estão determinados a aliviar as dificuldades daqueles que não têm medidas para se defender, com foco em famílias com múltiplas vulnerabilidades, na sua maioria chefiadas por mulheres, com crianças, idosos, pessoas com desnutrição, deficiência, doenças crónicas e em situação de desemprego", disse Kiyomi Kawaguchi, a representante do PAM na Guiné-Bissau.
Em comunicado enviado à Lusa, as duas agências das Nações Unidas salientam que o programa vai ajudar 11.000 pessoas "através de transferências monetárias mensais via telemóvel".
"Cada família receberá 40.000 francos cfa [cerca de 60 euros] durante três meses com o objetivo de ajudar a mitigar o impacto socioeconómico da crise causada pela pandemia do coronavírus", refere o comunicado.
O programa deverá abranger os setores do país com maior prevalência de insegurança alimentar, incluindo 100 famílias do Setor Autónomo de Bissau, onde há registo de maior casos positivos para a covid-19.
O país contabiliza, até ao momento, 2.362 casos positivos de covid-19, incluindo 39 mortes.
O PAM e a UNICEF referem que a covid-19 "colocou enorme pressão sobre as famílias nas áreas rurais devido à limitação das atividades económicas", incluindo a campanha de caju, principal produto de exportação do país e do qual dependem direta ou indiretamente cerca de 80% da população guineense.
"A situação atual exige o desenvolvimento de um programa de assistência social contextual, adaptado às restrições impostas pela crise do coronavírus acompanhada de uma comunicação eficaz e efetiva para diminuir riscos às famílias e crianças", afirmou Nadine Perrault, representante da UNICEF na Guiné-Bissau.
Além das transferências monetárias mensais, as duas agências das Nações Unidas vão fazer uma monitorização remota do programa através de contactos telefónicos regulares com os beneficiários.
O programa, que contou com a colaboração do Ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social, é financiado pelo Fundo Fiduciário Multiparceiros para Resposta e Recuperação da Covid-19 da ONU e da Agência Italiana para o Desenvolvimento e Cooperação.
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