Presidente Ibrahim Boubacar Keita
João Gomes Cravinho disse estar a acompanhar com grande preocupação a crise no país, onde estão destacados 63 militares da Força Aérea Portuguesa.
Os militares que tomaram o poder no Mali e forçaram o Presidente Ibrahim Boubacar Keita a demitir-se, afirmaram hoje que pretendem uma "transição política civil" que conduza a eleições gerais dentro de um "prazo razoável".
"Nós, as forças patrióticas agrupadas no Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP), decidimos assumir as nossas responsabilidades perante o povo e perante a história", disse o porta-voz dos militares e vice-chefe de Estado-Maior da Força Aérea, coronel Ismaël Wagué, numa declaração emitida às 03:40 (04:40 em Lisboa) pela televisão pública ORTM.
"O nosso país [...] afunda-se dia após dia no caos, na anarquia e na insegurança, por culpa dos homens encarregados do seu destino", acusou o oficial, denunciando o "clientelismo político" e "a gestão familiar dos assuntos do Estado".
"A sociedade civil e os movimentos sociopolíticos são convidados a juntar-se a nós para criar as melhores condições para uma transição política civil conducente a eleições gerais credíveis para o exercício da democracia, através de um roteiro que lançará as bases para um novo Mali", acrescentou.
O porta-voz garantiu ainda que todos os acordos internacionais do Mali serão respeitados, afirmando que os militares estavam "empenhados no processo de Argel", o acordo de paz assinado em 2015 entre Bamako e os grupos armados do norte do país.
O porta-voz dos militares pediu ainda o apoio das organizações internacionais "para o bem-estar do Mali".
"A [missão da ONU] Minusma, a operação [anti-extremista francesa] Barkhane, o G5 Sahel [que inclui cinco países da região], a força Takuba ['task-force' de forças especiais europeias] continuam a ser nossos parceiros", acrescentou.
"A [missão da ONU] Minusma, a operação [anti-extremista francesa] Barkhane, o G5 Sahel [que inclui cinco países da região], a força Takuba ['task-force' de forças especiais europeias] continuam a ser nossos parceiros", acrescentou.
Cerca de três horas antes, o Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, no poder desde 2013, anunciou a demissão e a de todo o Governo, numa declaração transmitida pela televisão maliana, após ter sido deposto por um golpe militar.
Keita, que tinha sido detido na companhia do primeiro-ministro Boubou Cissé no final da tarde de terça-feira e levado para o acampamento militar onde se iniciou um motim no início do dia, surgiu por volta da meia-noite na televisão pública ORTM, usando máscara.
Apresentado como "Presidente cessante", Keita referiu-se depois às "várias manifestações" que têm vindo a exigir a sua partida há vários meses, afirmando que "o pior aconteceu".
"Se hoje pareceu bem a alguns elementos das nossas forças armadas concluir que tudo devia terminar com a sua intervenção, será que tenho realmente escolha? Não tenho outra escolha senão submeter-me, porque não quero que seja derramado sangue para me manter [no cargo]", disse.
Cerca de três horas antes, o Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, no poder desde 2013, anunciou a demissão e a de todo o Governo, numa declaração transmitida pela televisão maliana, após ter sido deposto por um golpe militar.
Keita, que tinha sido detido na companhia do primeiro-ministro Boubou Cissé no final da tarde de terça-feira e levado para o acampamento militar onde se iniciou um motim no início do dia, surgiu por volta da meia-noite na televisão pública ORTM, usando máscara.
Apresentado como "Presidente cessante", Keita referiu-se depois às "várias manifestações" que têm vindo a exigir a sua partida há vários meses, afirmando que "o pior aconteceu".
dn.pT
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