O economista guineense, Paulo Gomes, que integra Fundo Africano para Luta contra Covid-19, anunciou que vai apresentar às autoridades da Guiné-Bissau, nomeadamente, ao executivo um Plano Económico, que vise a recuperação do país depois da crise instalada com a pandemia de coronavirus.
Segundo Gomes, o documento tem dois eixos principais, o das Políticas Públicas, Incentivo ao Setor Privado e de um conjunto de medidas para as Mulheres e os Jovens, bem poiar o Empreendedorismo.
"Obviamente, isso poderá ser associado a um conjunto de iniciativas de projetos, na área sanitária, melhoramento dos bairros. Pode-se fazer também em termos de reflorestação e algumas obras públicas e aumentar a mão de obra
Numa entrevista concedida à Radio Jovem, RDP-África e o Jornal o Democrática na passada terça-feira, 18 de agosto, o economista referiu que para financiar o projeto é fundamental realocar alguns recursos, através do relançamento da dívida do país em Francos CFA, ao nível da União Económica e Monetária do Oeste Africano(UEMOA). Um realocamento que terá que passar por várias etapas da realização do projeto.
O antigo administrador do Banco Mundial para 25 países africanos revela que o documento será de conhecimento público e partilhado com vários entidades.
Paulo Gomes que instrumento foi baseado nas consultas com autores, como sindicatos, organizações não governamentais e a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços(CCIAS).
Preocupado com os impactos económico e social da Guiné-Bissau após a doença, Gomes alertou a classe política guineense a colocar as suas diferenças de lado e preparar-se para enfrentar batalha que a pandemia provocou, a crise financeira.
"Para implementar este documento requer um consórcio de atores, por isso tem que ser um engajamento de todos", advertiu. Contudo, reconheceu que haverá, certamente, espaço para desentendimento e críticas sobre situação política, mas "tendo em conta a gravidade da crise é importante um plano de ação agora", independentemente de cenário do executivo que apareça, "será um programa que pertence a todos os guineenses", assegurou Gomes.
O economista, que esteve em Bissau por duas semanas no quadro da equipa da União Africana para aquisão de materiais sanitários para que o continente possa fazer face à pandemia do novo coronavirus, encontrou-se com várias figuras, nomeadamente, a Comissária para o Covid-19, Magda Robalo, com que disse ter falado sobre esse plano económico.
Em relação a recente apoio disponibilizado pelo executivo para setor privado no valor de 15 biliões de francos CFA para campanha agrícola, Gomes realçou a iniciativa, contudo, fez lembrar ao governo que o maior investimento que se possa na Guiné-Bissau com retornos palpáveis à economia nacional "é disponibilizar os recursos financeiros às mulheres".
Gomes entende que o ministro das Finanças, João Mamadú Fadia, está alinhado à matéria e ao objetivo, pelo que é preciso engajar-se para que o setor não se funde, porque " infelizmente muita parte da economia da Guiné-Bissau está ser controlada pelos operadores económicos estrangeiros".
O economista guineense não falou somente do plano que vai apresentar após covid-19, como também da necessidade do entendimento entre os guineenses, da intervenção da CEDEAO no país e da situação terrorismo e a droga na sub-região.
O antigo candidato à presidência da Guiné-Bissau debruçou-se ainda, sem grandes pormenores, sobre o reconhecimento de Umaro Sissoco Embaló, pela comunidade internacional, com destaque para a CEDEAO, na qualidade do mediador da crise política no país.
Numa das suas comunicações mais recentes, Gomes tinha alertado que a crise de covid-19 retiraria da economia africana qualquer coisa como 40 mil milhões de dólares e que África precisaria de, pelo menos, 100 mil milhões de dólares para o relance e reabilitação das economias.
Além do membro Fundo Africano para Luta contra Covid-19, Gomes é o diretor-executivo da AfroChampions Iniciative, uma parceria que reúne empresários e líderes políticos africanos.
O economista guineense anunciou, na mesma entrevista, um plano conjunto, com outras personalidades africanas, de mobilização, nos próximos dias, de um fundo de 400 milhões de dólares (366,7 milhões de euros).
O dinheiro servirá para comprar luvas, máscaras e material de proteção para os técnicos de saúde, sublinhou Paulo Gomes.
Por: Alison Cabral
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