Por: yanick Aerton
Indiferente, além de ser
interessante para um estudioso como eu. Numa
Linguagem muito simples, começo por
louvar a iniciativa do Ministério da Educação
Em pensar introduzir o ensino da
língua árabe no sistema educativo.
A iniciativa é louvável, sem
pretender dizer que essas instituições não foram
Previamente implicadas, porque não
tenho elementos para fazer tal afirmação,
Mas é meu entendimento que o assunto
devia ser bem estudado pelo INDE e
Outras estruturas do Ministério da
Educação vocacionadas e, se necessário,
Amplamente discutido sobre a sua
pertinência agora ou não. E é possível até que
Esses passos tenham sido dados. Who
knows?
Contrariamente a um dos argumentos
do Ministro da Educação, a introdução da
Língua árabe não irá alterar em nada
a performance do estudante muçulmano, que
Sempre se destacou nos estudos, e o
Ministro cota djibras é disso um exemplo vivo.
A introdução do árabe irá, sim,
aumentar o leque de opções do estudante
Guineense em geral, porquanto a
língua árabe, neste mundo globalizado, pode
Proporcionar outras oportunidades:
de estudos, de emprego e de outras
Actividades, tanto no mundo árabe
quanto nos países onde os países do petrodólar
Fazem os seus investimentos.
Com todo o respeito e consideração,
mas o Ministro não foi suficientemente
Prudente na sua comunicação (vídeo
cun djubi), e isso gerou interpretações destorcedoras
Que não têm nada a ver com aquilo
que é o espirito da iniciativa. Mas
Compreende-se, porque estamos a
viver numa sociedade onde tudo quanto se
Relaciona com árabe é erradamente
conotado com a Religião Islâmica, causando
Aversão em certos círculos. Guineenses
gora i siti ku liti, suma na nha caso, não
Havendo necessidade desse alarmismo.
O ensino do árabe não significa
necessariamente leccionar o Sagrado Alcorão. O
Alcorão até pode não figurar no
curriculum a adoptar, porquanto o que se
Pretende é que quando o quadro
Guineense comunica com um árabe ou
Arabófono não precise de intérprete.
A semelhança do ensino da Bíblia
Sagrada, que é leccionada nas igrejas, o
Sagrado Alcorão normalmente é
ensinado nas mesquitas ou nas madrassas e
Madjlisses, mas a diferença é de que
o estudante muçulmano memoriza quase
Todos os 114 surats, sem que saiba o
significado daquilo que aprende, e só depois
De concluir, duas ou mais vezes, de Fatiha
(bismilah) a Bakhara, é que começa a “tasfsirar (tradução) ”
(neologismo), isto é, aprender o
significado ou interpretar.
Se há onde é urgente proceder a
profundas reformas, é no ensino corânico,
Porque os velhos métodos que nos
eram incutidos através dos quais o estudante
Memorizava as 114 Surats, e não
conseguia explicar nada do que lia, já estão
Ultrapassados. É como se se
ensinasse uma pessoa o Inglês ou o Português
Durante anos, sem lhe explicar o
significado do que aprendeu, comparação que
Pode ser considerada simples mas que
se aproxima da realidade, pelo menos em
Muitas zauwias.
Nesse particular, a Guiné-Bissau é o
único país da nossa sub-região que está
Atrasado, e nada parece estar a ser
feito para melhorar e modernizar o ensino
Corânico para que os estudantes,
antes da sua conclusão, possam compreender o
Árabe, a escrita e a oralidade.
O Sagrado Alcorão constitui hoje uma
das disciplinas que são leccionadas nas
Mesquitas e madrassas, não só para
os estudantes muçulmanos, mas também
Para qualquer interessado na sua
aprendizagem, em língua árabe, em sistemas de
Ensino modernos. No mundo árabe nem
todos são muçulmanos, há judeus,
Cristãos, druzes, maronitas,
evangélicos, etc. e todos têm em comum o árabe.
Na minha perspectiva, o Ministério
da Educação, que tem muitos outros desafios a
Sua frente, devia concentrar-se na
resolução desses desafios, antes de pensar na
Introdução de qualquer outra matéria
ao curriculum escolar vigente.
O principal desafio é o ensino
destas importantes matérias, o Português,
Fundamental para o estudo de
qualquer outra língua, a matemática e a caligrafia.
Consolidado este passo, poder-se-ia
então avançar para outras iniciativas, como
Esta, por exemplo.
É pena vermos hoje em dia alunos do
décimo primeiro ano de escolaridade que
Não sabem nem escrever uma carta pá
busca dama, suma na no tempo di cumpra diário de amor.
No salvador Allende ku palmeirinha.
É aí é que o Ministro devia
concentrar os seus esforços para tornar competitivo o
Estudante Guineense, sem excepção,
que aspira continuar os seus estudos a nível
Universitário.
Quem não domina o Português
dificilmente pode ter o domínio de outra língua,
Porque há uma relação directa, e
muito menos pode ser um bom
Tradutor/ traduzir«/intérprete.
Este debate é pacífico, e não
devemos entrar em considerações que só vêm trazer
Desconfiança entre os Guineenses.
Louvo mais uma vez a iniciativa do
Ministro, que se preocupa com as inadiáveis
Reformas de que o sistema de ensino
necessita, mas exorto-o a implicar os
Técnicos do Ministério, o que espero
tenha feito antes, muitos dos quais peritos de
Nível internacional, para
reflectirem profunda, sincera e realisticamente sobre essa
Matéria, antes de assumi-la
politicamente.
Não há Guineense, sobretudo da nova
geração, que não gostaria de ter o domínio
De duas ou mais línguas, devido às
vantagens que tal pode trazer no campo
Profissional. Mas é preciso não
precipitar as coisas, porque para o fim desta
Legislatura, ainda faltam três anos
e meio, e o Ministro vai continuar no cargo,
Porque esse é um sector muito
sensível e não deve ser objecto de mexidas
Constantes, por caprichos meramente
politiqueiros.
A Guiné-Bissau deve estar acima de
tudo, e a defesa dos sacrossantos interesses
Do Guineense, constitui um
imperativo de ordem moral e patriótica.
Face a esta questão, é legítimo
questionar:
1. Porque formamos quadros nos
países árabes?
2. Em que áreas são formados?
3. Quais são os países ou
organizações que financiam os estudos?
Estas são as perguntas em relação às
quais urge encontrar respostas.
Primeiro, os quadros são formados
para virem dar a sua contribuição para o
Desenvolvimento do país, sobretudo
para engrossar as fileiras dos docentes,
Enquadrados no sistema de ensino.
Segundo, a maior parte das áreas em
que esses quadros são formados são
Relacionadas com o ensino
religioso/confessional, sendo logo a partida um
Handicap. (deficiência) para
competir no mercado de trabalho.
Como alt Er nativa, a comunidade
muçulmana devia financiar a construção de
Escolas de ensino moderno do árabe
para enquadrar esses formados, onde o
Alcorão figuraria como uma das
disciplinas. Esses seriam assistidos por professores
Das disciplinas do curriculum
oficial, para que os formandos possam alargar o
Horizonte dos seus conhecimentos e,
uma vez graduados, terem opções múltiplas,
Isto é, poderem prosseguir os
estudos em universidades árabes ou ocidentais,
Porque teriam o domínio pelo menos
de uma das seguintes línguas, o Português, o
Francês ou o Inglês.
Feito isso, o Governo através das
autoridades do ensino poderiam então preparar
Melhor o corpo docente, em
cooperação com instituições de ensino de países
Árabes, para poderem dispensar um
ensino a nível desses países, o que implicaria
A vinda de especialistas no domínio
pedagógico e científico.
Não é só ensinar por ensinar, se
quisermos um ensino de qualidade. O nível dos
Professores? Só a licenciatura? Qual
a entidade que vai avaliar os docentes? Enfim,
Uma série de questões que devem levar-nos
a uma reflexão conjunta e profunda
Por forma a encontrar a melhor
solução. Por isso, milito pela suspensão desse
Projecto, para ser melhor pensado.
Com isso, não quero dizer que o
ministério não tenha feito o trabalho de casa, mas
Que não “força corda pom”, porque
poderá não ter o esperado sucesso, e recuar seria
Um acto de coragem e de realismo da
parte do ministro.
Termino, repetindo que o estudante
muçulmano não precisa de discriminação
Positiva para competir com os alunos
das supposedly outras confissões religiosas,
Porque sempre se destacou nos
estudos. O que é preciso e urgente é o Estado
Tomar medidas duras contra os pais
dessas crianças que andam de um lado para
Outro, como talibés, em defesa dos
direitos fundamentais dessas mesmas crianças
E mostrarem-lhes o caminho da
escola.
Por outro lado, uma acção pedagógica
prévia, através da sensibilização dos pais
Das crianças-talibés, se impõe, para
prestarem a atenção aos ventos da mudança e
À necessidade de os seus filhos
adquirirem conhecimentos que lhes permitam ter a
Melhor inserção na sociedade.
Mas essa questão até não se põe,
porque apesar dos pesares, com a conquista da
Independência, PAIGC da djintis
skola, i mostra djintis caminho. Agora kinku tapa
Rosto, culpa ica di ninguim. Quem é
que disse que quem frequenta o Majdjlis ou
Madrassa não pode ir a escola? É só
conciliar os horários. Eu frequentei as duas de manhã na mesquita do amedalhai
e a tarde no palmeirinha
Estou aprender ate agora. O próprio
Ministro frequentou as duas com certeza
E está onde está hoje.quel est lê
probleme? Allez!
Como disse, não estou contra, mas
que o Ministério da Educação, face as várias
Contestações, procure repensar o
projecto e aprofundar os estudos sobre a
Matéria antes de avançar, envolvendo
mais parceiros, trazendo outras experiências
E adaptá-las à nossa realidade.
Essa questão não é de djunda-djunda,
o que aqui se pretende é encontrar a
Melhor forma de incorporar o árabe e
outras línguas, por exemplo, o Creolo, no
Sistema de ensino, enquanto estamos
a redobrar esforços para melhorá-lo, se
Necessário, estabelecendo uma meta,
um horizonte temporal.
O Ministro foi genial no pensamento,
mas por descuido, falhou na comunicação, e
Deu a oportunidade aos
mal-intencionados para disso fazerem um aproveitamento
Politico, o que é lamentável.
Mas só comete erros, quem trabalha,
por isso contribuamos com ideias e não
Tentar crucificar o Ministro que não
está fazer outra coisa que não seja o
Cumprimento da nobre missão de
dirigir um dos departamentos do Estado mais
Andjarama, boy pullo paunca!
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