domingo, 30 de agosto de 2020

A opinião e valido, mais o momento não é oportuno!



Por: yanick Aerton

 Não queria intervir neste debate, mas devido a sua importância, não podia ficar

Indiferente, além de ser interessante para um estudioso como eu. Numa

Linguagem muito simples, começo por louvar a iniciativa do Ministério da Educação

Em pensar introduzir o ensino da língua árabe no sistema educativo.

A iniciativa é louvável, sem pretender dizer que essas instituições não foram

Previamente implicadas, porque não tenho elementos para fazer tal afirmação,

Mas é meu entendimento que o assunto devia ser bem estudado pelo INDE e

Outras estruturas do Ministério da Educação vocacionadas e, se necessário,

Amplamente discutido sobre a sua pertinência agora ou não. E é possível até que

Esses passos tenham sido dados. Who knows?

Contrariamente a um dos argumentos do Ministro da Educação, a introdução da

Língua árabe não irá alterar em nada a performance do estudante muçulmano, que

Sempre se destacou nos estudos, e o Ministro cota djibras é disso um exemplo vivo.

A introdução do árabe irá, sim, aumentar o leque de opções do estudante

Guineense em geral, porquanto a língua árabe, neste mundo globalizado, pode

Proporcionar outras oportunidades: de estudos, de emprego e de outras

Actividades, tanto no mundo árabe quanto nos países onde os países do petrodólar

Fazem os seus investimentos.

Com todo o respeito e consideração, mas o Ministro não foi suficientemente

Prudente na sua comunicação (vídeo cun djubi), e isso gerou interpretações destorcedoras

Que não têm nada a ver com aquilo que é o espirito da iniciativa. Mas

Compreende-se, porque estamos a viver numa sociedade onde tudo quanto se

Relaciona com árabe é erradamente conotado com a Religião Islâmica, causando

Aversão em certos círculos. Guineenses gora i siti ku liti, suma na nha caso, não

Havendo necessidade desse alarmismo.

O ensino do árabe não significa necessariamente leccionar o Sagrado Alcorão. O

Alcorão até pode não figurar no curriculum a adoptar, porquanto o que se

Pretende é que quando o quadro Guineense comunica com um árabe ou

Arabófono não precise de intérprete.

A semelhança do ensino da Bíblia Sagrada, que é leccionada nas igrejas, o

Sagrado Alcorão normalmente é ensinado nas mesquitas ou nas madrassas e

Madjlisses, mas a diferença é de que o estudante muçulmano memoriza quase

 

Todos os 114 surats, sem que saiba o significado daquilo que aprende, e só depois

De concluir, duas ou mais vezes, de Fatiha (bismilah) a Bakhara, é que começa a “tasfsirar (tradução) ”

(neologismo), isto é, aprender o significado ou interpretar.

Se há onde é urgente proceder a profundas reformas, é no ensino corânico,

Porque os velhos métodos que nos eram incutidos através dos quais o estudante

Memorizava as 114 Surats, e não conseguia explicar nada do que lia, já estão

Ultrapassados. É como se se ensinasse uma pessoa o Inglês ou o Português

Durante anos, sem lhe explicar o significado do que aprendeu, comparação que

Pode ser considerada simples mas que se aproxima da realidade, pelo menos em

Muitas zauwias.

Nesse particular, a Guiné-Bissau é o único país da nossa sub-região que está

Atrasado, e nada parece estar a ser feito para melhorar e modernizar o ensino

Corânico para que os estudantes, antes da sua conclusão, possam compreender o

Árabe, a escrita e a oralidade.

O Sagrado Alcorão constitui hoje uma das disciplinas que são leccionadas nas

Mesquitas e madrassas, não só para os estudantes muçulmanos, mas também

Para qualquer interessado na sua aprendizagem, em língua árabe, em sistemas de

Ensino modernos. No mundo árabe nem todos são muçulmanos, há judeus,

Cristãos, druzes, maronitas, evangélicos, etc. e todos têm em comum o árabe.

Na minha perspectiva, o Ministério da Educação, que tem muitos outros desafios a

Sua frente, devia concentrar-se na resolução desses desafios, antes de pensar na

Introdução de qualquer outra matéria ao curriculum escolar vigente.

O principal desafio é o ensino destas importantes matérias, o Português,

Fundamental para o estudo de qualquer outra língua, a matemática e a caligrafia.

Consolidado este passo, poder-se-ia então avançar para outras iniciativas, como

Esta, por exemplo.

É pena vermos hoje em dia alunos do décimo primeiro ano de escolaridade que

Não sabem nem escrever uma carta pá busca dama, suma na no tempo di cumpra diário de amor.

No salvador Allende ku palmeirinha.

É aí é que o Ministro devia concentrar os seus esforços para tornar competitivo o

Estudante Guineense, sem excepção, que aspira continuar os seus estudos a nível

Universitário.

 

Quem não domina o Português dificilmente pode ter o domínio de outra língua,

Porque há uma relação directa, e muito menos pode ser um bom

Tradutor/ traduzir«/intérprete.

Este debate é pacífico, e não devemos entrar em considerações que só vêm trazer

Desconfiança entre os Guineenses.

Louvo mais uma vez a iniciativa do Ministro, que se preocupa com as inadiáveis

Reformas de que o sistema de ensino necessita, mas exorto-o a implicar os

Técnicos do Ministério, o que espero tenha feito antes, muitos dos quais peritos de

Nível internacional, para reflectirem profunda, sincera e realisticamente sobre essa

Matéria, antes de assumi-la politicamente.

Não há Guineense, sobretudo da nova geração, que não gostaria de ter o domínio

De duas ou mais línguas, devido às vantagens que tal pode trazer no campo

Profissional. Mas é preciso não precipitar as coisas, porque para o fim desta

Legislatura, ainda faltam três anos e meio, e o Ministro vai continuar no cargo,

Porque esse é um sector muito sensível e não deve ser objecto de mexidas

Constantes, por caprichos meramente politiqueiros.

A Guiné-Bissau deve estar acima de tudo, e a defesa dos sacrossantos interesses

Do Guineense, constitui um imperativo de ordem moral e patriótica.

Face a esta questão, é legítimo questionar:

1. Porque formamos quadros nos países árabes?

2. Em que áreas são formados?

3. Quais são os países ou organizações que financiam os estudos?

Estas são as perguntas em relação às quais urge encontrar respostas.

Primeiro, os quadros são formados para virem dar a sua contribuição para o

Desenvolvimento do país, sobretudo para engrossar as fileiras dos docentes,

Enquadrados no sistema de ensino.

Segundo, a maior parte das áreas em que esses quadros são formados são

Relacionadas com o ensino religioso/confessional, sendo logo a partida um

Handicap. (deficiência) para competir no mercado de trabalho.

Como alt Er nativa, a comunidade muçulmana devia financiar a construção de

Escolas de ensino moderno do árabe para enquadrar esses formados, onde o

Alcorão figuraria como uma das disciplinas. Esses seriam assistidos por professores

Das disciplinas do curriculum oficial, para que os formandos possam alargar o

 

Horizonte dos seus conhecimentos e, uma vez graduados, terem opções múltiplas,

Isto é, poderem prosseguir os estudos em universidades árabes ou ocidentais,

Porque teriam o domínio pelo menos de uma das seguintes línguas, o Português, o

Francês ou o Inglês.

Feito isso, o Governo através das autoridades do ensino poderiam então preparar

Melhor o corpo docente, em cooperação com instituições de ensino de países

Árabes, para poderem dispensar um ensino a nível desses países, o que implicaria

A vinda de especialistas no domínio pedagógico e científico.

Não é só ensinar por ensinar, se quisermos um ensino de qualidade. O nível dos

Professores? Só a licenciatura? Qual a entidade que vai avaliar os docentes? Enfim,

Uma série de questões que devem levar-nos a uma reflexão conjunta e profunda

Por forma a encontrar a melhor solução. Por isso, milito pela suspensão desse

Projecto, para ser melhor pensado.

Com isso, não quero dizer que o ministério não tenha feito o trabalho de casa, mas

Que não “força corda pom”, porque poderá não ter o esperado sucesso, e recuar seria

Um acto de coragem e de realismo da parte do ministro.

Termino, repetindo que o estudante muçulmano não precisa de discriminação

Positiva para competir com os alunos das supposedly outras confissões religiosas,

Porque sempre se destacou nos estudos. O que é preciso e urgente é o Estado

Tomar medidas duras contra os pais dessas crianças que andam de um lado para

Outro, como talibés, em defesa dos direitos fundamentais dessas mesmas crianças

E mostrarem-lhes o caminho da escola.

Por outro lado, uma acção pedagógica prévia, através da sensibilização dos pais

Das crianças-talibés, se impõe, para prestarem a atenção aos ventos da mudança e

À necessidade de os seus filhos adquirirem conhecimentos que lhes permitam ter a

Melhor inserção na sociedade.

Mas essa questão até não se põe, porque apesar dos pesares, com a conquista da

Independência, PAIGC da djintis skola, i mostra djintis caminho. Agora kinku tapa

Rosto, culpa ica di ninguim. Quem é que disse que quem frequenta o Majdjlis ou

Madrassa não pode ir a escola? É só conciliar os horários. Eu frequentei as duas de manhã na mesquita do amedalhai e a tarde no palmeirinha

Estou aprender ate agora. O próprio Ministro frequentou as duas com certeza

E está onde está hoje.quel est lê probleme? Allez!

Como disse, não estou contra, mas que o Ministério da Educação, face as várias

Contestações, procure repensar o projecto e aprofundar os estudos sobre a

 

Matéria antes de avançar, envolvendo mais parceiros, trazendo outras experiências

E adaptá-las à nossa realidade.

Essa questão não é de djunda-djunda, o que aqui se pretende é encontrar a

Melhor forma de incorporar o árabe e outras línguas, por exemplo, o Creolo, no

Sistema de ensino, enquanto estamos a redobrar esforços para melhorá-lo, se

Necessário, estabelecendo uma meta, um horizonte temporal.

O Ministro foi genial no pensamento, mas por descuido, falhou na comunicação, e

Deu a oportunidade aos mal-intencionados para disso fazerem um aproveitamento

Politico, o que é lamentável.

Mas só comete erros, quem trabalha, por isso contribuamos com ideias e não

Tentar crucificar o Ministro que não está fazer outra coisa que não seja o

Cumprimento da nobre missão de dirigir um dos departamentos do Estado mais

Difíceis.

Andjarama, boy pullo paunca!

 

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